El Niño 2024: fenômeno climático pode trazer recordes de temperatura
Acontecimento climático promete temperaturas recordes, impactando a vida marinha e causando secas e ondas de calor.
Ao longo do último ano, o mundo testemunhou picos históricos de temperatura, majoritariamente devido ao famoso El Niño, um dos mais impactantes fenômenos climáticos na Terra.
Estudos recentes indicam que este fenômeno tem 90% de chances de trazer elevações de temperatura ainda mais significativas em 2024.
O que faz um El Niño e por que ele nos preocupa?
2024 traz previsões de um El Niño mais forte que de 2023 – Imagem: NOAA/Reprodução
El Niño é um fenômeno que acontece principalmente nas regiões tropicais e subtropicais do planeta, causando alterações na consistência dos ventos oceânicos resultados da rotação terrestre.
O fenômeno causa um aquecimento das águas oceânicas levando a um aumento global da temperatura.
Embora algo natural, as mudanças climáticas provocadas pelo ser humano têm potencializado os efeitos devastadores desse evento, tornando-o ainda mais intenso e frequente.
Ameaça à Ásia e ao mundo
O ano de 2023 foi o mais quente em um século, devido à combinação do El Niño com os efeitos das mudanças climáticas, e tal tendência não parece diminuir em 2024.
Um estudo publicado recentemente na revista científica Scientific Reports alerta para possíveis novos recordes de temperatura no ano seguinte.
Prof. Daliang Cheg, da Universidade de Gotemburgo, um dos autores do estudo, afirma que medidas preventivas devem ser tomadas para alertar a população sobre os riscos do El Niño.
A responsabilidade dos governos é ainda maior em algumas regiões, como a Ásia, onde foram as mais afetadas pelo crescimento da temperatura no ano passado.
Consequências do El Niño
Os pesquisadores tentaram ‘prever’ o que o fenômeno tem guardado para 2024, e os resultados não são bons.
O estudo indica que o El Niño pode variar entre moderado e mais forte. Em ambos os casos, as consequências serão prejudiciais para a vida marinha local, causando secas e ondas de calor.
Em seu pior cenário, o ‘El Niño forte’ atingiria regiões como o Alasca, Amazônia, Caribe, Mar da China Meridional e outras partes da Ásia.
Desse modo, iria provocar ondas de calor, secas na superfície, incêndios florestais espontâneos na Amazônia e derretimento de calotas polares no Alasca.
No caso de um ‘El Niño moderado’, os impactos se concentrariam na região sudeste da Ásia, especialmente nas Filipinas e na Baía de Bengala, causando calor intenso e secas.
Conclusão dos pesquisadores
Os responsáveis pelo estudo indicam que a probabilidade mais alta é de que o El Niño se apresente de forma moderada neste ano. No entanto, as temperaturas devem atingir níveis recordes em algumas regiões do globo.
É esperado que o efeito do El Niño dure até junho. O fenômeno serve como um chamado de alerta para os governos ao redor do mundo, que devem estar preparados para os efeitos dele.