DUNA – A maior decepção de 2021?

DUNA

O ano ainda não acabou, temos mais dois meses pela frente e alguns lançamentos aguardados no cinema, mas é muito provável que a grande decepção de 2021 já tenha estreado. Trata-se de DUNA.

O filme dirigido por Denis Villeneuve era aguardado com bastante expectativa por muitos fãs, mas não entregou metade do que prometia.

O filme é confuso, muito longo, tem um ritmo lento, pouquíssimas (para não dizer nenhuma) cenas empolgantes e sem um final propriamente dito. Aliás, esse é outro fator que merece destaque. Logo na abertura do filme, aparece que essa é a parte 1, mas ainda não existia a confirmação de uma parte 2 (que surgiu somente após o lançamento do filme). Ou seja, o filme corria o risco de não ter um final, ou ao menos a finalização do arco mostrado na película.

Ainda que o filme seja baseado em uma série de livros e sofra do mal da comparação entre as duas mídias, “Duna” deveria ter ficado restrito às páginas impressas. Sim, é verdade que a obra já teve outra versão no cinema. Mas também é verdade que o filme antigo é considerado ruim e tem pouquíssimos fãs.

Um livro não tem as mesmas amarras que um filme, ou seja, não está preso ao orçamento, às agendas de atrizes e atores e, principalmente, ao tempo. Dessa forma fica mais fácil criar e desenvolver uma história e os personagens, dando um tratamento adequado a todos.

DUNA
Poster de DUNA

Embora fique claro já no início que o filme é uma obra dividida em duas ou mais partes, não dá para dizer que o diretor e o estúdio foram totalmente honestos com os espectadores. Só com base nas notícias e trailers, não fica claro que o filme irá se arrastar e não terá um final, o que pode frustrar muitas pessoas.

O filme também deixa subentendido que todas as pessoas devem ser iniciadas no “universo” Duna. Na primeira interação entre Paul Atreides (o personagem de Timothée Chalamet) e sua mãe, Jéssica Atreides (Rebecca Ferguson), não fica claro se a voz é um “poder” comum a todos ou se é um dom que poucos possuem. A insistência para que Paul use a voz dá a entender que é uma característica muito importante na comunicação entre os personagens do filme, o que não é totalmente verdade.

A relação entre o duque Leto Atreides (Oscar Isaac) e sua esposa é outro ponto que chama bastante atenção. Eles quase não interagem no filme, mas nas poucas vezes em que dividem a cena, parece que não se conhecem. Parece que o duque não sabia que havia se casado com uma “Bene Gesserit”. Aliás, não fica claro se os dois realmente se casaram por gostarem um do outro ou por motivações políticas.

Nuances que talvez fiquem claro para os leitores do livro!

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Jason Momoa como Duncan Idaho em Duna

Esse foi um erro crucial do filme: imaginar que todos que vão assistir à obra tenham, no mínimo, conhecimento sobre tudo que se passou nos livros. Quando uma obra vai para o cinema, fica claro que o público atingido será muito maior do que o já alcançado.

O ritmo também não ajuda nenhum pouco. As coisas se enrolam demais para acontecer, muita conversa mole e pouca ação. São sonhos do protagonista, são explicações longas (que não explicam nada) e uma enxurrada de personagens subdesenvolvidos. Até mesmo a personagem da Zendaya é pouco explorada, ou melhor, não é nada explorada, dando a entender que só conheceremos mais sobre ela na segunda parte da obra.

O ponto positivo do filme fica por conta do visual belíssimo, com cenários bem desenvolvidos e que trazem detalhes das características geográficas e climáticas do planeta em que a trama se desenrola.

Enfim, como todo filme, “Duna” tem (ou terá) seus adoradores. Muitos críticos também falaram muito bem do filme, mas, na realidade, ele parece muito mais aqueles filmes “cult”, que as pessoas elogiam apenas para parecer descoladas e fingir que gostaram e entenderam a película.

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