Dipirona: entenda por que o remédio é proibido nos EUA e em outros países ao redor do mundo

Remédio conhecido em todo canto do Brasil é vetado, desde os anos setenta, em muitos lugares do mundo.

Há aproximadamente um século, a Dipirona tem sido uma aliada da maior parte das famílias brasileiras no combate à febre e à dor.

Enquanto esse medicamento isento de prescrição é amplamente utilizado no Brasil e figura entre os mais vendidos, sua história toma um rumo controverso quando olhamos para outras partes do mundo, onde ele é proibido, como nos Estados Unidos e em algumas regiões da Europa. Entenda as razões a seguir.

Proibição por efeito colateral

A medicação, cuja história teve início em 1920 pelas mãos de Hoechst AG, é conhecida por sua eficácia em aliviar desconfortos. Com o passar dos anos, ela se tornou uma das opções mais procuradas nas farmácias brasileiras, sendo encontrada em diversas marcas, como Novalgina, Dorflex e Neosaldina.

Foto: Shutterstock/Reprodução

No entanto, o que levou a essa proibição em certas regiões do globo? A resposta reside em uma polêmica que surgiu nos anos 1970, quando estudos levantaram a possibilidade de que o remédio poderia causar um efeito colateral grave: a agranulocitose, uma condição que resulta na redução de células de defesa no sangue, podendo ser fatal.

Apesar das divergências de opinião, o Brasil e alguns outros países mantiveram sua confiança na eficácia e segurança da Dipirona, enquanto nos Estados Unidos e em partes da Europa, a substância foi proibida.

Estudos tanto nacionais quanto internacionais trouxeram à tona resultados contrastantes acerca dos riscos efetivos associados a este medicamento.

E no Brasil?

Apesar da proibição em algumas regiões, o Brasil continuou a utilizar a Dipirona e, até hoje, ela permanece como um recurso confiável para tratar dores e febres agudas.

Laura Marise, farmacêutica bioquímica, aponta que a medicação possui um mecanismo de ação ainda não completamente compreendido, mas que sua eficácia é notável em determinados cenários, rivalizando até mesmo com opioides, em alguns casos.

Assim como qualquer medicamento, ela não é isenta de riscos. É fundamental respeitar as doses recomendadas e estar ciente dos possíveis efeitos colaterais, especialmente em relação a problemas renais ou hepáticos. A orientação de um profissional de saúde é essencial para um uso seguro e adequado da medicação.

A proibição em algumas partes do mundo e sua ampla aceitação em outras são um lembrete dos desafios complexos que envolvem a avaliação e regulação de medicamentos.

Enquanto a controvérsia sobre a segurança da dipirona continua a desafiar os especialistas, o Brasil mantém sua confiança nesse remédio centenário, destacando a importância da pesquisa científica rigorosa e da consideração individual na tomada de decisões médicas.

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