Descoberta de exoplaneta pode REVOLUCIONAR buscas por vida extraterrestre

O recém-descoberto planeta HIP 99770 b é a chave para a investigação de outros planetas, tudo graças à forma como ele foi descoberto.

Nos últimos meses, a internet ficou literalmente lotada com notícias sobre as descobertas feitas pelo incrível telescópio James Webb. No entanto, não é apenas o James Webb que pode realizar descobertas astronômicas.

Afinal, os cientistas já estão há anos utilizando diversos métodos diferentes para investigar o Universo. Diante disso, é lógico que não devemos diminuir os feitos realizados pelo telescópio, uma vez que sua tecnologia é diferente de todas as outras que vieram antes.

Pensando nisso, é interessante destacar que cada satélite e telescópio tem sua forma própria de operar, assim como podem oferecer informações distintas, mas igualmente úteis a novos estudos e descobertas.

Mas, então, por que não usar dois métodos de busca diferentes juntos? Foi essa a pergunta que os cientistas responsáveis pela mais nova descoberta fizeram.

E, assim, uma equipe de cientistas que trabalham com a Missão Gaia e no telescópio Subaru resolveu unir esforços e dados para realizar algo único.

Junção de métodos permite descoberta de novo exoplaneta

Ainda que pareça muito óbvio simplesmente dizer que “devemos juntar os métodos”, no campo científico isso não é simples e pode ser desastroso. Métodos de pesquisa são, na maioria das vezes, criados especificamente para determinado fim.

Afinal, não podemos utilizar o método de pesquisa de um medicamento para estudar como a sociedade se comporta. São duas coisas distintas e precisam ser investigadas como diferentes.

Era mais ou menos assim que as coisas funcionam com os dois métodos de busca de planetas, conhecidos como diretos e indiretos.

O método direto não possui mistério algum, é apontar um telescópio para o céu e tentar achar um planeta. Em caso de achar que seja algo fácil, tome a imagem abaixo como exemplo e responda, onde está o planeta?

NASA-Hubble Universo
Imagem: NASA/Hubble/Reprodução Wikipédia

Apesar de parecer ineficiente, o método direto tem suas vantagens, porém ele necessitava de algo mais. Foi aí que entrou o método indireto.

Como seu nome já deixa claro, não basta apontar para o céu e esperar encontrar algo, pois achará muita coisa. Sendo assim, é necessário saber para onde está apontando.

Logicamente, como pode ser percebido pela imagem logo acima, as estrelas são os corpos celestes mais fáceis de se encontrar, por conta da luz que emitem.

Sendo assim, o método indireto trata de encontrar “oscilações” nas estrelas, seja na luz que emitem seja na forma como se movimentam. Isso porque as estrelas com planetas as orbitando possuem uma movimentação distinta, graças à influência da massa do planeta.

HIP 99770 b foi descoberto apenas com a fusão de métodos

Portanto, juntando esses dois métodos, foi possível encontrar um novo exoplaneta – planetas fora do nosso Sistema Solar – que possui cerca de 16 vezes a massa de Júpiter. Normalmente, encontrar o planeta que foi nomeado como HIP 99770 b não seria fácil.

Porém, graças aos dados disponibilizados pela Missão Gaia de detecção indireta, o telescópio Subaru pôde utilizar da detecção direta para obter uma imagem do planeta. Mesmo que pareça simples, um planeta ser identificado pela junção de dois métodos é algo muito importante para a Ciência.

Isso porque, agora, diferentes missões e telescópio poderão utilizar as mesmas definições de detecção do HIP 99770 b para encontrar outros planetas ao redor do Universo. E, quem sabe, até mesmo planetas capazes de abrigar vida.

HIP_99770_b
Imagem: NASA/ESA/H. Teplitz e M. Rafelski/Reprodução Wikipédia
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