De lixo a fonte de energia: empresa transforma plástico em biocombustível

Com a estrondosa quantidade de resíduos plásticos no planeta, recicladora põe em prática um projeto que pode melhorar o cenário atual.

A Índia tornou-se, recentemente, o país com maior população no mundo. No início deste ano, um relatório apontou que o país gera cerca de 3,4 milhões de toneladas de resíduos plásticos.

Desse montante, apenas 30% são reciclados e o restante é destinado a aterros sanitários, é queimado a céu aberto ou vai parar no oceano.

Não é à toa que existe uma ilha de plástico no Oceano Pacífico cobrindo uma área de 1,6 milhão de quilômetros quadrados.

Infelizmente, o cenário em relação a resíduos plásticos é degradante, visto que esse material possui uma grande complexidade.

Mesmo que tudo seja chamado de plástico, existem diferentes tipos de composições químicas que compõem os plásticos que circulam pelo mundo. Isso dificulta o processo de segregação e de reciclagem.

Nesse sentido, plásticos mais comuns como PET e PVC são mais fáceis de ser reciclados. Enquanto isso, outros como LLDPE e HIPS são mais difíceis.

Plásticos estão sendo usados como fonte de energia

Fonte: Mohamed Abdulraheem/Shutterstock

Diante disso, uma recicladora chamada Eco Green Recycling, localizada em Mathura, teve uma ideia inovadora. A partir desses plásticos mais difíceis de ser reciclados, a empresa está produzindo biocombustível.

Segundo Apoorv Chaturvedi, fundador da recicladora:

“Plásticos como PET e PVC podem ser reciclados em coisas como fibra; sua composição química os torna impróprios para o propósito de biocombustível.”

Nesse momento, você deve estar se questionando como os plásticos LLDPE e HIPS são transformados em energia. Quer saber mais sobre o assunto? Continue a leitura pois a seguir te contaremos como acontece essa transformação de plástico em biocombustível.

Como o plástico vira biocombustível? 

Para transformar os plásticos em fontes de energia, como o biocombustível, um processo chamado de pirólise é necessário.

Esse processo é responsável por quebrar as moléculas usando degradação térmica na ausência de oxigênio para produzir óleo líquido.

“Plásticos como LLDPE e HIPS são misturados com alguns produtos químicos para que eles reajam aos gases para esse processo.

Este é então queimado a uma alta temperatura, e a emissão do processo na forma de vapor é então condensada para formar biocombustíveis.

O gás metano, que também é um subproduto disso, é usado ainda mais no processo de queima em nossa fábrica”, afirma Chaturvedi.

O biocombustível gerado por meio da pirólise pode substituir o querosene e o diesel. No âmbito industrial, esse biocombustível geralmente é utilizado em incineradores.

Contudo, ele também pode ser usado em veículos. O que inviabiliza a utilização desse combustível é o preço, que pode chegar até R$ 50 o litro.

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