Da ficção à realidade: como 'Wall-E' antecipou desafios ambientais?

A animação oferece uma visão alarmante do futuro, alertando a importância do meio ambiente. Com isso, fez algumas previsões certeiras.

Às vezes, viraliza na internet algum trecho ou episódio da famosa série de comédia ‘Os Simpsons’, isso por que muitos acreditam que a série tem o “poder” de prever o futuro, como já foi mostrado algumas vezes.

Apesar de parecer uma grande brincadeira, a animação conseguiu acertar alguns eventos que aconteceram na realidade, por exemplo, a infeliz derrota do Brasil para a Alemanha na Copa de 2014 ou até a roupa que a cantora Lady Gaga utilizaria em uma edição do SuperBowl.

Tudo isso pode parecer bem bizarro, mas os fatos não param por aí. Outra obra audiovisual também conseguiu prever de forma impressionante eventos com a humanidade, assim como ‘Os Simpsons’.

Estamos falando da famosa animação ‘Wall-E’. Lançado em 2008, o filme foi dirigido por Andrew Stanton e produzido pela Pixar (Disney).

A obra logo fez bastante sucesso, e hoje pode ser assistida a qualquer momento na plataforma de streaming da Disney+.

Segundo um artigo da Bloomberg, ao examinarmos minuciosamente a sociedade imaginada por Andrew Stanton em 2008, é fascinante e até um pouco assustador perceber a precisão com que tudo foi feito.

Confira abaixo algumas das “previsões” efetuadas pela animação.

‘Wall-E’ previu nossos erros?

As mensagens do filme sobre sustentabilidade e impacto humano no planeta são mais relevantes do que nunca – Foto: Reprodução/Disney+

Inicialmente, é importante recordar que a principal função de Wall-E era compactar o lixo em cubos, que eram posteriormente usados para criar enormes construções.

Nos dias de hoje, as coisas não estão muito diferentes, o planeta encontra-se saturado de resíduos, e os países que recebem lixo de outras nações estão à beira do colapso.

Apenas nos Estados Unidos, cada cidadão produz 735 quilos de resíduos por ano. Se extrapolássemos esse número para toda a população mundial, poderíamos ser denominados como o planeta do lixo.

Em ‘Wall-E’, os humanos, os principais produtores de lixo, aparecem completamente hipnotizados por telas de dispositivos que utilizam para realizar todas as suas interações sociais.

Em entrevista à Bloomberg, Andrew Stanton afirmou que “não gostaria de ter acertado tantas coisas neste filme”.

O diretor contou que foi inspirado por ninguém menos que Steve Jobs, que se tornou CEO da Pixar.

Stanton teve a oportunidade de ver o iPhone um ano antes de seu lançamento, uma experiência que o marcou profundamente.

No filme, a Terra está em ruínas devido a mudanças climáticas que a tornaram inabitável. Os humanos se tornaram turistas espaciais, deslocando-se em veículos autônomos, um conceito que agora é uma realidade.

Também é alarmante a epidemia de obesidade entre esses humanos, que se alimentam principalmente de shakes e não praticam nenhuma atividade física.

Todas as ações são planejadas para manter as pessoas entretidas, com telas bloqueando sua visão, enquanto consomem produtos da Buy’N’Large, a empresa que domina tudo.

Hoje, o planeta enfrenta as consequências da crise climática, os celulares consomem horas e horas do nosso dia a dia, e os shakes substituem refeições.

O enredo do filme começa quando ‘Wall-E’ descobre uma planta e busca um ambiente saudável para ela. Na vida real, o desmatamento é uma preocupação crescente.

‘Wall-E’ viaja em uma nave espacial chamada Axiom. A SpaceX, a empresa de Elon Musk, realizou a primeira missão espacial com turistas a bordo da ‘Axiom Mission 1’.

De Elon Musk, o foco passa para Jeff Bezos, já que a empresa que domina tudo no filme, a Buy’N’Large, foi inspirada na Amazon.

Contudo, é importante notar que, em 2008, quando ‘Wall-E’ foi lançado, a Amazon não era a gigante que é hoje.

Em tal contexto, a Buy’N’Large é proprietária da espaçonave Axiom, da mesma forma que Jeff Bezos é dono da Blue Origin, empresa que, assim como a SpaceX, oferece viagens para turistas espaciais.

O que muitos consideraram uma obra-prima infantil da Pixar revelou-se, na verdade, um roteiro para um apocalipse causado pelos humanos.

No entanto, ainda há tempo para corrigir (em parte) as coisas, mesmo que não possamos contar com a ajuda de ‘Wall-E’. Ou será que podemos?

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