Cuidado com o que fala: é verdade que os celular pode ouvir nossas conversas?

Escuta ativa permite que empresas usem seus dados de áudio para criar publicidade personalizada. E a sua privacidade?

A escuta ativa é uma tecnologia usada por empresas para coletar áudios de seus dispositivos e transformá-los em publicidade personalizada. Ou seja, tudo o que você fala perto do seu celular, da sua Alexa ou até da smart TV pode virar dados valiosos.

Esses aparelhos têm microfones que ficam ligados o tempo todo, esperando captar palavras-chave que revelam seus gostos e comportamentos. Aí, de repente, você começa a ver anúncios exatamente sobre o que falou com seus amigos.

Escuta ativa faz a coleta sem que você perceba

As empresas dizem que a escuta só acontece quando você fala algo como “Hey Google” ou “Alexa”. No entanto, na prática, muitas vezes esses aparelhos podem estar gravando e analisando o áudio em segundo plano, por muito mais tempo do que imaginamos. Parece teoria da conspiração, não é?

Um dos problemas mais sérios da escuta ativa é a questão da privacidade. Suas conversas, interesses e até hábitos de consumo podem ser coletados sem que você tenha noção. Portanto, mesmo que as empresas garantam que a gravação só acontece com a ativação por voz, a verdade é que muitos aparelhos continuam captando som por longos períodos.

Ou seja, o que você conversa no almoço com amigos pode acabar sendo usado para lhe mandar anúncios que parecem adivinhar o que você quer.

Além de mostrar propaganda, essa coleta de áudio também serve para dividir o público em grupos bem específicos, de acordo com suas preferências. Assim, fica mais fácil para as empresas venderem exatamente o que acham que você vai comprar. O ponto é: até onde essa invasão vai e o quanto sua privacidade está sendo respeitada?

Alexa ou celular: quem escuta mais?

Entre a Alexa e o celular, qual escuta mais? A Alexa, por ser um assistente virtual, está programada para captar áudios o tempo todo, esperando um comando. Ou seja, isso já a coloca em uma posição mais ativa na hora de coletar dados. Mas o celular também tem seu microfone sempre ligado, pronto para identificar comandos como “Hey Google”.

A diferença é que o uso principal do celular não é ser assistente de voz, então, teoricamente, ele capta menos do que a Alexa. Porém, não dá para garantir que o celular não esteja ouvindo mais do que você gostaria.

Foto: Shutterstock

Como se proteger da escuta ativa

Se você se preocupa com sua privacidade, tem como se proteger da escuta ativa. Uma dica é desativar o assistente de voz quando não estiver usando. Outra ideia simples é cobrir o microfone com adesivo ou fita quando não estiver usando o dispositivo. Isso pode evitar que ele fique captando tudo o que acontece ao redor.

Ler as políticas de privacidade das empresas também é uma boa prática, pois assim você sabe como seus dados estão sendo usados. Além disso, outra sugestão é usar bloqueadores de anúncios, para evitar que seja bombardeado por propaganda direcionada.

E, para quem quer levar a segurança a outro nível, explorar sistemas operacionais focados em privacidade, como o LineageOS ou o GrapheneOS, pode ser uma alternativa.

A questão ética por trás da escuta ativa

A escuta ativa levanta muitas perguntas sobre até que ponto as empresas podem ter acesso à nossa vida pessoal. Afinal, elas dizem que fazem tudo de forma controlada, mas os dados mostram que a realidade pode ser bem diferente.

As empresas precisam ser mais transparentes sobre como usam nossos dados, e nós, como consumidores, temos que estar atentos para garantir que nossa privacidade seja respeitada. Afinal, todo mundo merece ter um pouco de controle sobre suas informações, não é?

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