Crise da ficção científica: por que esse gênero está em declínio?
Ficção científica enfrenta um declínio nas vendas, enquanto o gênero fantasia conquista cada vez mais leitores.
Nos últimos anos, a literatura de ficção científica tem visto suas vendas despencarem como nunca. Essa queda não se deve à falta de criatividade ou de leitores, mas sim à ascensão de subgêneros de fantasia que vêm dominando o mercado.
Até mesmo livros que eram sucessos garantidos outrora, agora se tornaram raridades nas prateleiras.
De acordo com o The Washington Post, atualmente, apenas 12% dos leitores demonstram interesse por ficção científica. Nos Estados Unidos, apenas uma obra do gênero conseguiu figurar entre os dez livros mais vendidos por ano nesta década.
Esse fenômeno levanta a questão: por que um gênero que já foi tão popular está agora em declínio?
Queda nas vendas de ficção científica
A ficção científica já teve seu auge, principalmente impulsionada por livros voltados para o público jovem adulto durante as duas últimas décadas. Obras como ‘Jogos Vorazes’ e ‘Divergente’ dominaram as listas de mais vendidos.
Contudo, a receptividade a essas histórias diminuiu, e outros gêneros, como os romances e a fantasia, têm captado a atenção dos leitores.
Nos últimos anos, títulos de fantasia como ‘Corte de Espinhos e Rosas’ e ‘Asas de Sangue’ têm liderado as paradas de vendas. Autores como Sarah J. Maas e Rebecca Yarros tornaram-se nomes frequentes no topo das listas.
Essa transição reflete um interesse crescente do público por temas mais leves e românticos, que oferecem um escapismo diferente daquele encontrado na ficção científica.
Impacto do audiovisual
Outro fator que contribui para o declínio é o impacto do cinema e das séries. As produções audiovisuais têm oferecido narrativas de ficção científica de forma mais acessível e visualmente impressionantes.
Como resultado, os leitores optam por consumir essas histórias através das telas em vez de dos livros.
Desafios sociológicos e preservação do gênero
A realidade atual, com suas complexidades e desafios, tem muitas vezes superado as previsões distópicas da ficção científica.
Para muitos, o mundo real assemelha-se a roteiros de obras como ‘Blade Runner’. Em tempos de incertezas, o público busca na fantasia a fuga que a ficção científica já não proporciona.
Ainda há esperança para a ficção científica. Autores inovadores como Greg Egan, Liu Cixin e Ted Chiang continuam a criar obras que desafiam e inspiram. Mesmo que esses livros não figurem entre os mais vendidos, eles mantêm o gênero vivo e inovador.
O futuro pode estar no equilíbrio entre popularidade e originalidade.