Conheça o brasileiro que estuda a chegada da internet sem fio 6G

De família humilde e com forte determinação, Paulo Sergio Rufino afirma que o futuro da internet sem fio 6G é o marco de uma 4ª Revolução Industrial.

Paulo Sergio Rufino Henrique, de 44 anos, é um cientista brasileiro pioneiro na chegada do 6G. Ele se destacou no palco da FutureCom 2022, evento de destaque e um dos maiores relacionados a tecnologia e telecomunicações da América Latina.

No evento, Paulo Sergio Rufino pegou todos de surpresa ao apresentar o futuro da internet sem fio 6G, visto que apenas dois meses antes havia chegado ao Brasil a 5G. O cientista brasileiro acredita que o futuro padrão das conexões de internet aceleram a Quarta Revolução Industrial e leva a humanidade ao centro desse futuro.

Rufino sempre sonhou em ser um pioneiro em sua área e parece ter finalmente conseguido alcançar o objetivo. Com 25 anos de carreira, o palco da FutureCom 2022 não foi sua primeira apresentação. Isso porque ele já havia se apresentado no Vale do Silício e no Fórum Econômico Mundial em 2021.

Tecnologia para um futuro melhor

O atual estudo de Rufino tem como motivação o desejo de que as pessoas possam ter as mesmas oportunidades que ele teve proporcionadas pela tecnologia. E por isso tanto ele quanto seu grupo dedicam tempo estudando qual é o desfecho perfeito para que o 6G faça o mundo chegar à Quarta Revolução Industrial.

Rufino acredita que o 6G pode melhorar o mundo. Além disso, sente-se grato pelos antepassados, que deixaram ao longo do caminho aberturas e descobertas que possibilitam seus estudos e resultados atualmente.

Ele foi coautor do livro “6G: The Road to Future Wireless Technologies 2030” (“6G: A Estrada Para as Tecnologias Wireless do Futuro de 2030”, em tradução livre). Nele, em determinado parágrafo, disse:

“O diferencial da padronização do 6G é que ele possui objetivos econômicos e de desenvolvimento sustentável que devem melhorar o mundo, especialmente em regiões vulneráveis.”

Outra de suas falas demonstrando gratidão é:

“Se eu cheguei aqui, é porque não fui sozinho. Ninguém se faz sozinho. Isaac Newton disse: ‘se eu vi mais além é porque eu estava sentado sobre ombros de gigantes’. Meus gigantes são meu pai, minha mãe, meus avós, minhas irmãs.”

Família, dificuldades e conquistas

O pai de Rufino era o carpinteiro Henrique Egidio Filho, que se transformou em contador. Sua mãe era Vera Leopoldina Rufino Henrique, funcionária do Sesi.

A criação dele se deu em São Paulo, na Vila Madalena. Ele tem duas irmãs e, quando criança, passava bastante tempo lendo livros de Ciência, literatura e imagens religiosas. Além disso, um de seus passatempos quando pequeno era desmontar objetos eletrônicos que chamavam atenção dele.

Ele conta que uma vez deu uma martelada em um controle remoto que ganhou de seus pais, para ver como ele funcionava. Com razão, os pais ficaram assustados, e ele, sem o controle remoto, já que nunca mais o aparelho voltou a funcionar.

Financiamento estudantil

Recorreu ao Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior (Fies) em 1999, para bancar os estudos. Porém, só em 2015, quando morava na Inglaterra, conseguiu pagar o investimento. Para custear as despesas, trabalhava consertando servidores, caixas de supermercado e terminais bancários.

Sua vida era muito corrida, então ele se atrasava para as aulas e mal dormia. Depois de tantos dias de luta, chegaram os dias de glória para o cientista brasileiro.

Carreira

Assim, após se formar, investiu em melhorar seu inglês e estudou mais a língua, tornando-se fluente. Esse investimento lhe deu um retorno como contratado da British Telecom. Isso após um suporte internacional dado por Rufino durante quatro horas para uma empresária do Rio de Janeiro que não falava inglês.

Desse modo, a carreira só foi prosperando. Em 2009, tirou o visto rumo a Londres a convite da empresa, que precisava de alguém com sua experiência. Em 2010, já estava comandando uma equipe com vinte pessoas mais velhas que ele.

Mesmo com tantas conquistas positivas e tendo voltado a estudar em 2014, Rufino enfrentou problemas emocionais sérios que lhe causaram depressão. Porém, ele não deixou que isso o parasse, mas foi difícil lidar com o problema, tanto que passou cerca de três anos fazendo terapia.

Atualmente, Rufino mora na França e, por meio de sua amizade com um dos melhores cientistas do mundo, Anand Prasad, conseguiu uma entrevista com o pai do amigo Ramjee Prasad. Conseguindo o trabalho, apresentou estudos e pesquisas relacionados ao 5G e então ouviu de Ramjee:

“Se você quiser [o doutorado], esquece o 5G. Nós vamos falar de 6G.” 

E atualmente é isto que Rufino tem estudado: o futuro da internet móvel. Por isso, foi capaz de fazer uma espetacular apresentação no Future Telecom revelando que a computação quântica vai aumentar a capacidade das pesquisas e de dispositivos que temos em nossa realidade atual.

“Numa analogia, o 6G atuará como se fôssemos construir uma cidade digital, com uma estrutura extremamente inteligente, que vai possibilitar às pessoas compartilhar uma série de benefícios.

O 5G é uma nova estrada que está sendo construída para se chegar a essa nova cidade. A rede 6G causará mudanças radicais em todos os aspectos da relação do homem com a tecnologia”, diz Paulo.

De fato, atualmente, Rufino é um orgulho para os milhões de brasileiros que podem ver um cientista brasileiro e negro sendo pioneiro no entendimento da nova tecnologia proporcionada pelo 6G, que talvez esteja entre nós em 2030.

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