Como descobrir mentiras? Pesquisadores apresentam a melhor estratégia

Nada de polígrafos e microexpressões; é tudo na lábia.

Quem não se lembra das cenas de séries de investigação policial retratando um suspeito envolto em fios ao lado de uma máquina que detecta mentiras? Sempre que usamos uma máquina para medir algo, parece que é uma solução infalível. No entanto, alguns pesquisadores questionaram a eficácia desse método e encontraram uma nova solução.

A pesquisa foi dirigida por acadêmicos da Universidade de Amsterdã (LeugenLab – Lie Lab), em colaboração com pesquisadores das Universidades de Maastricht e Tilburgo, nos Países Baixos. A abordagem desse time sugere que basta prestar atenção à narrativa de quem conta a história, considerando a riqueza dos detalhes narrados.

Questionando o polígrafo e a linguagem corporal

Para os pesquisadores, detectar mentiras por meio do polígrafo e de linguagem corporal não é 100% eficaz, uma vez que um mentiroso habilidoso pode burlar ambas as técnicas enquanto uma pessoa sincera pode ser mal interpretada.

Por exemplo, o polígrafo se baseia em vários fatores que podem se relacionar a pessoas em níveis de ansiedade altos. Diante disso, a não ser que o mentiroso tenha uma crise de consciência durante o uso da máquina, ele não será pego. Por outro lado, uma pessoa honesta pode ser acusada de estar mentindo simplesmente por estar muito autoconsciente e nervosa.

Assim, pessoas treinadas para observar a linguagem corporal podem acabar se perdendo na famosa lista dos 92 sinais ao observar uma pessoa, sendo alguns desses sinais, por exemplo, o contato visual e a duração das repostas. Ainda assim, esses parâmetros podem ser manipulados por um mentiroso habilidoso.

A arte de detectar mentiras

Para os pesquisadores das universidades de Amsterdã, Maastricht e Tilburgo, o nível de detalhes da história contada pelo mentiroso potencial que é a virada de chave. Para provar essa tese, eles recrutaram 171 pessoas para assistir a doze entrevistas, sendo seis verdadeiras e seis mentirosas.

Parte do grupo deveria identificar a mentira por meio de linguagem corporal e a outra metade faria a análise por meio da quantidade de detalhes das declarações.

Ao longo da análise, os pesquisadores perceberam que, se estivessem falando verdade ou mentira, as pessoas desviavam o olhar com frequência, ao passo que as declarações verdadeiras eram frequentemente mais detalhadas do que as enganosas, o que sugere ser uma forma mais consistente de detectar mentiras.

Agora, vamos aos dados: as pessoas que confiavam nas várias pistas e nos detalhes do relato para distinguir mentiras de verdade acertaram em 59% das vezes. Em contrapartida, quem investiu em se atentar ao nível de detalhes acertou em 66% das tentativas.

Os pesquisadores reconhecem que esse método possui falhas. Caso alguém saiba que o nível de detalhe é o critério de avaliação, essa pessoa pode manipular seu relato para colocar mais informações. No entanto, também há a questão de as informações não baterem. Por conta disso, ainda é um grande risco para o mentiroso apostar nessa estratégia.

Mas e aí, nos conte: qual é a sua opinião sobre a pesquisa? Qual método você acredita ser mais eficaz? Compartilhe suas ideias nos comentários!

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