Ciclone extratropical: entenda o fenômeno que tem castigado o Sul do Brasil

Veja abaixo uma explicação detalhada acerca do que é um ciclone extratropical e os impactos desse recente evento no Rio Grande do Sul.

Recentemente, um ciclone extratropical desencadeou uma série de eventos climáticos catastróficos no Sul do Brasil, com Rio Grande do Sul sofrendo com intensas chuvas, rajadas de vento violentas e até granizo.

O fenômeno provocou desabamento de casas, alagamentos, enxurradas e inundações gradativas, levando a Defesa Civil a emitir alertas vermelhos em várias regiões do estado.

Até o momento, o mau tempo resultou em 41 mortes e deixou milhares de pessoas desabrigadas. Entre as tragédias, uma vítima perdeu a vida após receber uma descarga elétrica durante um alagamento em sua casa, na cidade de Passo Fundo.

Outros três óbitos, ocorridos nas cidades de Ibiraiaras e Mato Castelhano, estão relacionados a veículos que tentaram atravessar enchentes sem êxito.

Além disso, rios importantes, como o Taquari e o Caí, bem como cidades, como Caxias do Sul e Santa Maria, estão sob sério risco de inundações e deslizamentos de terra.

Em suma, estima-se que até o momento mais de 1.600 pessoas foram diretamente afetadas, perdendo suas casas e bens.

O que é um ciclone extratropical?

Os ciclones extratropicais são centros de baixa pressão atmosférica que se formam fora das regiões tropicais, em latitudes médias e altas.

Esses fenômenos meteorológicos são originados pelo contraste entre massas de ar quente e frio e parte de sua ação é absorver a umidade da região ao redor e liberá-la na atmosfera, transformando-a em nuvens, chuvas e ventos.

Imagem: Wikimedia Commons/Nesdis/Noaa/Reprodução

No caso do evento recente, o ciclone extratropical foi associado à circulação dos ventos e à baixa pressão que se formou no Paraguai.

Agora, espera-se que esse ciclone dê origem a uma frente fria que agravará a condição de chuvas fortes e temporais nos estados da região Sul brasileira.

Impactos e precauções

Os ciclones extratropicais, embora menos intensos do que os ciclones tropicais, podem causar danos significativos. Os riscos incluem alagamentos, deslizamentos de terra, enxurradas, destelhamentos, interrupções nas redes elétricas e quedas de árvores.

A previsão inclui rajadas de vento que variam de 40 a 60 km/h em toda a região, com picos de até 80 km/h nas áreas de temporais. Porto Alegre também está sob alerta de temporais, com previsão de acumulados de chuva chegando a 100mm em apenas um dia.

Para a população afetada, recomenda-se extrema cautela. Veja abaixo algumas orientações gerais.

Em caso de alagamentos

  • Evitar contato com águas de alagamentos.
  • Não dirigir em áreas alagadas.
  • Evitar pontes submersas e pontilhões.
  • Redobrar a atenção com as crianças.

Deslizamentos de terra

  • Atentar-se a postes e árvores inclinadas.
  • Observar qualquer movimento de terra ou encostas próximas à residência.
  • Prestar atenção a rachaduras em muros ou paredes.

Ventos fortes

  • Buscar locais abrigados, longe de árvores, placas, postes e objetos que possam ser arremessados.
  • Evitar ficar próximo a janelas.

Ciclones extratropicais e mudanças climáticas

Ciclones extratropicais são fenômenos comuns na história climática do Brasil e normalmente se formam na região sul do país. Eles são caracterizados por ventos menos intensos e menor duração em comparação com os ciclones tropicais, como furacões e tufões.

No entanto, observa-se que o aquecimento global tem contribuído para o surgimento de ciclones extratropicais atípicos, que podem se formar mais rapidamente e causar impactos mais significativos. Eventos climáticos como o El Niño, que aumentam a umidade, intensificam ainda mais a força das chuvas associadas a esses ciclones.

Por isso, é fundamental que a população esteja sempre alerta e siga as recomendações da Defesa Civil e de outros órgãos competentes em sua região. Ações preventivas e cautela podem salvar vidas e minimizar os danos causados por esses eventos climáticos cada vez mais imprevisíveis.

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