Christopher Nolan explica o final de 'A Origem': uma preparação para 'Oppenheimer'

[ATENÇÃO! Este texto contém spoilers de “A Origem”.]

A indústria cinematográfica é repleta de criações que atravessam gerações e se tornam verdadeiros clássicos ao longo do tempo. Filmes produzidos por diretores e roteiristas renomados têm o poder de marcar a história do cinema, deixando um grande legado.

Um exemplo notável desse fenômeno é o gênio do cinema, Christopher Nolan, cujas obras são conhecidas por sua complexidade narrativa e visuais deslumbrantes.

Entre suas produções, “A Origem” (“Inception”), icônico filme de 2010, destaca-se não apenas por ter sido um tremendo sucesso de bilheteria, mas também por gerar debates e reflexões profundas até hoje. Esse é o resultado da habilidade única de Nolan em criar tramas misteriosas e de ficção científica incrivelmente realistas.

A obra se encerra com cenas que provocam a reflexão do espectador e que ficaram sem respostas por mais de uma década. Contudo, recentemente, o diretor resolveu finalmente revelar o propósito final do filme, relacionando-o ainda com seu mais recente sucesso: “Oppenheimer”.

Sobre ‘A Origem’

Foto: Prime Video/Reprodução

Para quem não se recorda ou nunca assistiu à obra de arte que é “A Origem”, a premissa do filme gira em torno da ideia de entrar nos sonhos alheios para obter informações ou implantar ideias.

O protagonista, Dom Cobb (representado por Leonardo DiCaprio), é um habilidoso infiltrador de sonhos que lidera uma equipe a serviço de um magnata japonês. Enquanto isso, ele é acusado pelo assassinato de sua esposa. Sua missão o envolve em um confronto entre gigantes corporações rivais nos Estados Unidos.

Na trama, os sonhadores precisam usar um totem específico para distinguir a realidade do sonho. A complexidade reside na dificuldade de fazer essa distinção.

Ao final, quando o totem de Cobb, que é um pequeno peão, continua girando em uma sequência que termina abruptamente, o público é levado a refletir se aquela cena ocorre na realidade ou no ambiente dos sonhos.

A explicação de Nolan

Recentemente, após inúmeras cobranças realizadas nos anos subsequentes ao lançamento do longa, Christopher Nolan explicou o final do filme em uma entrevista. Ele revelou:

“O final de ‘A Origem’ é exatamente esse. Há uma visão niilista desse desfecho, mas Cobb seguiu em frente e está com seus filhos. A ambiguidade não é emocional. É uma ambiguidade intelectual voltada para o público.”

O diretor ainda relaciona o final da obra ao encerramento de “Oppenheimer“, que foi lançado no último dia 20 de julho.

“Curiosamente, acredito que há uma conexão intrigante entre os finais de ‘A Origem’ e ‘Oppenheimer’ que vale a pena explorar. ‘Oppenheimer’ apresenta um desfecho igualmente complexo, repleto de sentimentos profundos.”

Embora pareçam desconexos, Nolan deixa para o público a tarefa de descobrir qual é a relação entre seus filmes.