Festival de Cannes: único latino-americano convocado é brasileiro
Embora alguns outros estivessem presentes em premiações paralelas, Karim foi o único latino selecionado na disputa principal.
O Festival de Cannes é um dos mais prestigiados festivais de cinema no mundo. Ele ocorre todo ano durante alguns dias do mês de maio na cidade de Cannes, na França, e premia diversos filmes internacionais em diferentes categorias, de modo que a mais desejada por cineastas é a Palma de Ouro.
Neste ano, a 76ª edição do evento começou no dia 16 de maio e terminou no último sábado (27). Contudo, poucos filmes latino-americanos foram apresentados e selecionados pela organização do festival.
Como um salvador da cultura latina, um filme dirigido por um cineasta brasileiro foi o único latino a participar das premiações principais.
Filme dirigido por brasileiro é o único latino-americano em Cannes
O filme “Firebrand”, lançado no próprio festival, concorreu ao principal prêmio do evento, a Palma de Ouro. Porém, infelizmente, a obra em inglês dirigida pelo brasileiro Karim Ainouz acabou não sendo a escolhida.
Em seu lugar, “Anatomy of a Fall”, filme francês de Justine Triet, venceu. O longa de Ainouz tem atores de renome, como Jude Law e Alicia Vikander. Entretanto, o Brasil não deixou de se destacar e outras duas obras foram premiadas nos festivais paralelos.
Dessas seções paralelas, o Sindicato Francês dos Críticos do Cinema escolheu o longa brasileiro “Levante”, de Lillah Halla, como melhor filme de estreia da Semana da Crítica, tendo como tema principal o aborto.
Além dele, “A Flor de Buriti”, produção brasileira de João Salaviza e Renée Nader Messora, também saiu vitoriosa com o prêmio de melhor equipe da Un Certain Regard.
Nesse longa, a comunidade indígena dos krahôs é representada juntamente com suas batalhas de resistência.
Mais latinos na competição
Além dos já mencionados, o título chileno de Felipe Gálvez “Los Colonos”, sobre massacres indígenas ocorridos na terra do fogo, também recebeu um prêmio no Un Certain Regard.
Esses temas abordados podem indicar um crescimento da visualização e engajamento de assuntos relacionados aos direitos femininos e dos indígenas. Além desses dois, mais uma obra com temática social foi bem recebida no festival, o faroeste LGBT “Strange way of life”, de Pedro Almodóvar.
Muitos desses filmes demoraram anos para serem lançados, especialmente devido à dificuldade de gravação causada pela pandemia de covid-19 – a obra de Lillah, por exemplo, demorou sete anos para ser produzida.
Por fim, cabe mencionar que ainda há a falta de financiamento, ponto citado por Felipe Gálvez, fato que revela ser mais complicado produzir filmes no Chile.