Banho diário é mesmo necessário? Médico que abandonou o hábito dá opinião

Médico desafia o hábito do banho diário e compartilha suas descobertas após 5 anos com uma rotina minimalista.

A rotina diária do banho é quase um ritual sagrado em muitas culturas, mas será que ele é realmente necessário com tanta frequência? Essa é a reflexão proposta por James Hamblin, médico e especialista em saúde pública, que decidiu reduzir drasticamente a frequência de seus banhos e viveu cinco anos sem seguir o hábito tradicional.

Em vez de associar o banho à saúde, Hamblin destaca que o costume está mais ligado a fatores culturais e ao marketing da indústria de higiene.

Suas conclusões, compartilhadas no livro Clean: The New Science of Skin, questionam práticas que muitos consideram inquestionáveis, convidando à reflexão sobre o que é realmente essencial para o bem-estar.

Banho diário é mesmo necessário?

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Reduzir a frequência dos banhos pode ajudar a manter o equilíbrio natural da pele, segundo especialista em saúde pública. (Foto: Ron Lach/Pexels)

Hamblin argumenta que o banho diário não é uma necessidade biológica. Segundo ele, a pele humana possui um microbioma natural — uma camada de microrganismos que ajuda a manter o equilíbrio da saúde cutânea.

O uso excessivo de sabonetes e produtos de higiene pode prejudicar essa barreira protetora, levando a condições como ressecamento, acne e até eczemas.

Isso não significa, no entanto, abandonar a limpeza. O médico defende uma abordagem mais minimalista, com banhos menos frequentes, mas focados em áreas específicas do corpo e sem o uso exagerado de produtos.

Lavar as mãos e cuidar da higiene íntima continuam sendo práticas indispensáveis para prevenir doenças.

O papel da cultura e do marketing no hábito do banho

O padrão do banho diário foi moldado por uma combinação de tradições culturais e campanhas publicitárias. A indústria de cosméticos e cuidados pessoais contribuiu para consolidar a ideia de que fragrâncias fortes e espumas abundantes são sinônimos de limpeza, o que nem sempre reflete benefícios reais para a saúde.

Hamblin destaca que a sensação de frescor promovida por certos produtos é mais uma questão sensorial do que uma prova de eficácia.

Sabonetes caros e shampoos sofisticados podem não ser mais eficientes do que alternativas simples — a principal diferença está, muitas vezes, na embalagem e no marketing.

Encontrando o equilíbrio na rotina de higiene

Para quem considera repensar a frequência dos banhos, o segredo está no equilíbrio. Reduzir o uso de produtos químicos, dar preferência a itens mais naturais e respeitar as necessidades do próprio corpo são passos importantes.

O objetivo não é eliminar o banho da rotina, mas torná-lo uma escolha consciente, adaptada ao estilo de vida e às condições do ambiente.

O debate proposto por Hamblin não é um convite ao abandono da higiene, mas uma oportunidade de questionar hábitos enraizados. Afinal, mais do que seguir padrões impostos, cuidar da saúde é entender o que realmente faz bem para o corpo — e, nesse caso, menos pode ser mais.

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