Precisamos nos preocupar? Acompanhe o avanço da gripe aviária H5N1
Visons foram os primeiros mamíferos a serem infectados pelo vírus.
Casos crescentes de gripe aviária H5N1 têm sido registrados nos últimos meses. A contaminação das primeiras aves domésticas em granjas aconteceu por meio do contato com pássaros migratórios contaminados.
No ano passado, os Estados Unidos já contabilizavam 58 milhões de aves fatalmente infectadas. Nesses animais, o vírus é bastante perigoso, pois a taxa de mortalidade em frangos e galinhas é de 90% a 100%. E, para evitar a disseminação, deve-se sacrificar aves contaminadas e expostas ao vírus.
De acordo com o portal de notícias Deutsche Welle, a gripe aviária H5N1 possivelmente já chegou às regiões das Américas Central e do Sul. Ao todo, foram encontrados 240 pelicanos mortos em Honduras, enquanto novos registros da doença apareceram no Peru, na Venezuela, no Equador e na Colômbia.
O vírus está em circulação desde 1996 e infecta principalmente galinhas e outros tipos de aves. Agora, ele passou a chamar atenção da comunidade científica devido à contaminação de animais em grande quantidade e por ter conseguido infectar pequenos mamíferos, como os visons.
Há risco de pandemia da gripe aviária H5N1?
No mês passado, um estudo foi publicado na revista científica Eurosurveillance alertando que o vírus da gripe aviária H5N1 já sofreu oito mutações. Uma dessas mutações foi no gene PB2, que pode viabilizar a transmissão do vírus para mamíferos.
A pesquisa apresentou o caso da infecção dos visons na Europa, que são os primeiros mamíferos capazes de transmitir o vírus entre si.
No entanto, em humanos, a transmissão é difícil. Uma pessoa precisa ter contato próximo com animais infectados e não há relatos de contaminação entre pessoas.
O único caso de contaminação que a Organização Mundial de Saúde (OMS) relatou foi de uma jovem equatoriana. Porém, ninguém que teve contato com ela foi infectado e ela se recupera bem.
Em coletiva, o diretor-geral da OMS, Tedros Ghebreyesus, declarou que o risco de uma pandemia causada pela gripe aviária H5N1 é baixo.
No entanto, a comunidade internacional deve ficar atenta à possiblidade de infecção de mamíferos.
Não é momento para alarme
Em suma, de acordo com o professor da Universidade de Brasília (UnB), Bergmann Ribeiro, caso o número de infecções por essa gripe aviária aumente, eles vão afetar sobretudo animais e impactar a agricultura.
Desse modo, elas não representam um potencial risco à saúde pública.