O universo fascinante criado por J. R. R. Tolkien em ‘O Senhor dos Anéis’ continuará encantando gerações futuras. Este clássico atemporal, amado por muitos, transcende tanto os limites dos livros quanto das telas de cinema.

A história ainda cativa inúmeros corações, permanecendo relevante em um mundo em constante evolução.

Tolkien, um visionário, vivenciou os horrores da Primeira Guerra Mundial em 1916, experiência que moldou sua percepção do mundo e influenciou profundamente suas criações literárias.

As memórias desse período sombrio encontraram seu caminho para as páginas de ‘Senhor dos Anéis‘, adicionando uma camada de realismo e intensidade à narrativa épica.

Além das cicatrizes da guerra, a riqueza do mundo tolkieniano é alimentada por diversas fontes de inspiração.

Um documentário revelador, produzido por Tom Blank do canal Weird History, no YouTube, explora as múltiplas influências que moldaram o épico.

A mitologia nórdica e romana desenha-se claramente nas linhas da trama, porém um detalhe menos conhecido é a presença da influência da língua finlandesa como fonte inspiradora.

Em um trecho revelador do documentário, Blank destaca:

“A trilogia ‘O Senhor dos Anéis’ de J. R. R. Tolkien e a aventura ‘O Hobbit’, que a precedeu, são mitologias e histórias completas por si mesmas […]”

A lista de referências históricas em ‘O Senhor dos Anéis’ é extensa, e o impacto das influências em sua escrita, incluindo a mitologia nórdica e as experiências de Tolkien na Primeira Guerra Mundial, é inegável.

Filmes que deram vida à obra de Tolkien

O legado de Tolkien estende-se também além das páginas dos livros. A trilogia ‘O Senhor dos Anéis’ deu origem a uma série de adaptações cinematográficas, dirigidas magistralmente por Peter Jackson.

A grandiosidade visual e narrativa desses filmes é uma homenagem à vastidão do universo criado por Tolkien.

Além disso, ‘O Hobbit’ também foi transformado em uma trilogia cinematográfica, proporcionando aos fãs uma experiência ainda mais imersiva.

Recentemente, a Prime Video desenvolveu ‘Senhor dos Anéis: Os Anéis de Poder‘, com o objetivo de oferecer uma nova perspectiva aos fãs dos livros.

Assim, no futuro, o legado de ‘Senhor dos Anéis’ persistirá, influenciando não somente a fantasia literária, mas também o mundo do cinema.

O brilho da Terra Média, com suas batalhas épicas, personagens inesquecíveis e línguas fictícias, continuará a iluminar a imaginação de muitos, fazendo do universo de Tolkien uma obra-prima eterna.

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A trajetória de J. R. R. Tolkien, o célebre autor por trás das lendárias obras de “O Senhor dos Anéis” e “O Hobbit“, ganhou uma nova perspectiva nas telas de cinema por meio do filme homônimo dirigido por Dome Karukoski.

Em vez de focar apenas na notória carreira literária do autor, o filme oferece um vislumbre profundo do homem por trás das palavras, destacando sua complexidade como indivíduo.

Cinebiografia de Tolkien é um tributo ao autor

A narrativa habilmente dirigida de Karukoski mergulha nos aspectos menos conhecidos da vida de Tolkien, revelando que sua identidade transcendeu a de um mero homem de letras.

A trama do filme se concentra em diversos aspectos de sua vida, desde sua jornada acadêmica até seu romance com Edith Bratt e, crucialmente, a experiência traumática que ele enfrentou durante a guerra.

Esses elementos da vida de Tolkien se entrelaçam e desempenham um papel crucial em sua criatividade literária, como evidenciado pela inspiração por trás da criação de Mordor, o sombrio reino que figura proeminente em sua magistral obra.

Assim, em vez de explorar principalmente a relação de Tolkien com o mundo fictício da Terra-Média, Dome Karukoski optou por se aprofundar na vida pessoal do autor, destacando sua jornada emocional, seus vínculos afetivos e, principalmente, sua paixão pelos idiomas.

O filme, disponível no Star+, também revela a história de amor entre Tolkien e Edith Bratt, um relacionamento que desempenhou um papel essencial em sua vida e influenciou sua criatividade única.

Lançado em 23 de maio de 2019, o filme conquistou uma arrecadação mundial de aproximadamente 9 milhões de dólares. Embora esse valor possa parecer modesto em comparação com a grandiosidade do legado literário de Tolkien, não diminui a importância da jornada cinematográfica em revela aspectos menos conhecidos da vida de um dos autores mais reverenciados da história.

Imagem: Amazon Prime Video/Divulgação

O impacto duradouro do trabalho de Tolkien ecoa além das telas de cinema, pois sua influência continua a se manifestar em projetos posteriores que se baseiam em sua obra-prima.

Um exemplo notável é a série “O Senhor dos Anéis: Os Anéis do Poder”, lançada pelo Amazon Prime Video em 2022, e a animação “O Senhor dos Anéis: A Batalha de Rohirrim”, que chega em breve.

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“As Cartas de J. R. R. Tolkien” é uma ótima forma de os fãs de  “O Senhor dos Anéis” e “O Hobbit” conhecerem um pouco mais sobre o autor das tramas, J. R. R. Tolkien.

A obra, que foi considerada um verdadeiro mergulho na intimidade do autor e apresenta uma série de cartas escritas por ele próprio, agora será republicada no Brasil, dessa vez pela editora Harper Collins.

A nova edição trará 150 cartas inéditas e um material gráfico e especial que tem sido considerado um artigo de luxo.

Para alegrar ainda mais os fãs do universo de “O Senhor dos Anéis“, a editora decidiu antecipar o lançamento do título para novembro deste ano.

A edição foi elaborada por Humphrey Carpenter com assistência de Christopher Tolkien, filho do autor.    

Mais sobre o livro

“As Cartas de J. R. R. Tolkien” reúne uma coleção de cartas escritas à mão pelo autor ao longo de sua vida. A primeira edição do livro foi publicada em 1981, logo após a morte de Tolkien. A obra foi organizada pelo biógrafo e amigo do autor, Humphrey Carpenter.

O conteúdo do livro, separado por capítulos, abrange uma variedade de tópicos. Em sua escrita, Tolkien traz tanto questões literárias quanto assuntos pessoais, oferecendo um vislumbre fascinante da mente criativa por trás de uma das obras mais amadas da literatura fantástica.

A obra foi um sucesso, principalmente por ter sido bem-recebida pelos fãs e pelos críticos. Muitos o consideram uma leitura essencial para aqueles interessados na vida e na obra de Tolkien.

Desde então, “As Cartas de J. R. R. Tolkien” se tornou uma fonte valiosa de informações para estudiosos da literatura e tem sido frequentemente citado em estudos acadêmicos sobre o autor.  

Estima-se que Tolkien tenha escrito 354 cartas. As que estão presentes na primeira edição do livro são datadas de outubro de 1914, quando ele ainda era um estudante da graduação em Oxford, até 29 de agosto de 1973, quatro dias antes de sua morte.

O conteúdo dessas cartas mostra o curso de vida do autor e, no momento da edição, alguns pontos muito pessoais foram omitidos.    

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“O Senhor dos Anéis: Os Anéis de Poder” estreou no Prime Video em setembro de 2022. Antes da sua estreia, a plataforma já contava com o sucesso imediato da produção.

A série se passa no mesmo universo de “O Senhor dos Anéis”. Entretanto, ela acontece milhares de anos antes da sequência de filmes, com foco no momento da história em que grandes poderes foram forjados.

A Amazon acreditava no potencial da série e investiu milhões em sua produção. Conforme o Business Insider divulgou, a empresa investiu cerca de US$ 715 milhões em todo o projeto.

Entretanto, “Os Anéis de Poder” não foi tão bem recebida pelo público quando comparada a outros sucessos de diversas plataformas de streaming, como a Netflix.

A própria Amazon divulgou que “Os Anéis de Poder” somou 24 bilhões de minutos transmitidos. Embora o número pareça grandioso, a obra ainda está longe de bater grandes sucesso da Netflix.

Dados apurados pela FlatpanelsHD mostram que a primeira temporada de “The Witcher”, por exemplo, teve 32,5 bilhões de minutos assistidos, enquanto a primeira temporada de “Wandinha” alcançou nada menos do que 74,2 bilhões de minutos vistos. Ambas são da Netflix.

Para além dessas questões, há ainda outros fatores que podem estar atrapalhando o sucesso de “Os Anéis de Poder”.

De acordo com informações divulgadas pelo PC Gamer, Demetrious Polychron deu entrada em um processo contra a Amazon e Tolkien, pedindo incríveis US$ 250 milhões, cerca de R$ 1,2 bilhão, de acordo com a cotação atual.

Polychron é autor do livro “The Fellowship of the King” (“A Sociedade do Rei”, em tradução livre) e alega que as empresas violaram os direitos autorais da fanfic criada por ele, que possui elementos da ficção presentes em “Os Anéis do Poder”.

Entenda o caso

Segundo relatos de Demetrious, ele registrou a obra em 2017. No mesmo ano, enviou uma carta para Simon Tolkien, neto do criador de “O Senhor dos Anéis” e diretor do The Tolkien Estate, pedindo uma análise do manuscrito.

A carta enviada a Simon contava uma história semelhante à que está sendo apresentada pela Amazon em “Os Anéis do Poder”. O autor conta que nunca recebeu nenhuma resposta, mas que mais tarde percebeu elementos de sua fanfic na série.

Polychron ainda revela que tinha a intenção de publicar o livro em 2019, por isso contratou um advogado para conversar com o Tolkien Estate mais uma vez. Ele entregou os manuscritos do projeto, com o símbolo de direitos autorais, na casa de Simon Tolkien, porém não obteve resposta.

Outras tentativas de conversas e cartas enviadas comunicando a decisão de Demetrious de publicar “The Fellowship of the King” e outros seis livros por conta própria foram feitas, mas nenhuma teve resposta.

Por fim, o autor afirma que os personagens e as tramas presentes em seu livro compõem metade dos oito episódios da série. Além disso, diz que, em certos momentos, a produção “reproduziu a linguagem exata” de sua obra.

O processo por infração de direitos autorais iniciou em 14 de abril. Nele, mostra que tanto o livro quanto a série têm um hobbit chamado Elanor, mas com características distintas.

A ação, que corre no Tribunal Distrital dos EUA, no Distrito Central da Califórnia, envolve a Amazon e a Tolkien Estate como réus. Polychron afirma que seu livro teve inspiração em “O Senhor dos Anéis”, mas mantém a afirmação de que seja uma obra original.

A fanfic, que estava disponível na Amazon, foi retirada da loja e do site dias após o início do processo. Ou seja, aqueles que não leram o livro e ficaram curiosos com a história paralela de “O Senhor dos Anéis” terão um pouco mais de trabalho para encontrar a obra.

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O segundo filme da trilogia de “O Senhor dos Anéis“, chamado “As Duas Torres” e lançado em 2002, contém uma das cenas mais arrepiantes da história de J. R. R. Tolkien e adaptada aos cinemas por Peter Jackson.

A batalha de Dagorlad foi inspirada nas memórias de guerra do autor. Trata-se de uma luta aterrorizante que, há vários milênios, deixou muitos Elfos, Orcs e Humanos mortos.

Memórias de guerra inspiraram Tolkien 

Em sua jornada, os hobbits Frodo Bolseiro e Samwise Gamgee cruzam as montanhas e encontram o local conhecido como Pântano dos Mortos. É nessa região que acontece a triste batalha de Dagorlad, inspirada nas memórias de guerra de Tolkien.

A ideia para essa cena foi construída por meio das experiências do autor adquiridas durante a Primeira Guerra Mundial, mais especificamente na Batalha do Somme, a qual aconteceu entre julho e novembro de 1916.

Ela aconteceu no nordeste da França, e ainda hoje é considerada uma das maiores ofensivas da Frente Ocidental. Às margens do rio Somme, o Reino Unido e a França uniram forças do seu exército contra a Alemanha.

Ao final do confronto, 300 mil militares foram mortos, uma cena real e aterrorizante que foi reproduzida nos livros de Tolkien. Sobre essa inspiração, Brad Dourif, que interpreta Grima na saga, comentou:

“Coisas como essa vão me perseguir pelo resto da minha vida. Eu nunca tinha visto isso, o Pântano dos Mortos. A descrição de Tolkien vem do que ele experimentou durante a Primeira Guerra […]”

“Os buracos de granadas se enchendo de água, e os soldados mortos caídos lá, com os olhos bem abertos, olhando para você de baixo, como se estivessem vivos.

É particularmente assustadora esta impressão de uma tragédia passada. Toda aquela juventude desperdiçada. A guerra é mesmo uma grande bagunça.”

Para quem ainda não viu o filme e ficou curioso para assistir à cena e conhecer essa famosa história, a trilogia está disponível na Amazon Prime Video.

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A trilogia “O Senhor dos Anéis”, escrita por J.R.R. Tolkien, foi adaptada para o cinema em 2001 e é considerada uma obra-prima pelos amantes de fantasia.

O diretor Peter Jackson tornou a saga um verdadeiro sucesso nas telonas, conquistando o título de franquia cinematografia mais premiada da história! Os filmes chegaram a faturar mais de 3 bilhões de dólares nas bilheterias.

Com o lançamento da série “Os Anéis do Poder”, spin-off da saga na Amazon Prime Video, uma importante questão foi levantada pelos fãs, veja abaixo:

Por que não existe um rei entre os elfos nos filmes de ‘O Senhor dos Anéis’?

Gil-Galad aparece como alto rei de Noldor na série da Amazon, mas nada disso é mencionado na trilogia de filmes. Como a série relata acontecimentos anteriores à saga dos filmes, não sabemos ao certo o motivo de um rei ter sido introduzido aos elfos na série e ter desaparecido na era dos filmes.

O universo criado por Tolkien é altamente complexo, e elfos são uma raça complicada. Na série da Amazon, elfos estão cercados de muita tensão envolvendo o Rei Gil-Galad. E temos uma possível resposta para esse questionamento: Na história, o rei Gil-Galad morre, sem herdeiros.

E os outros elfos que poderiam ter reivindicado a realeza com base no sangue não o fazem pela diminuição severa da população. Faria mais sentido manter e seguir os governantes regionais e fazer reuniões de tempos em tempos.

A população dos elfos é tema muito apontado na trilogia de Tolkien, e o povo reconhece que um rei não seria a prioridade, até pela morte violenta dos que já tinham carregado esse título.

Assim, em vez de se reunirem sob um novo reinado, Galadriel governa como a Senhora dos bosques de Lothlórien ao lado do seu marido, Celeborn Senhor dos bosques de Lothlórien, e Elrond governa como Senhor de Rivendell.

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Sim, é isso mesmo o que você leu! Uma nova espécie de sapo apareceu no Equador e foi apelidada de Tolkien, como o autor de fantasia dos livros “O Senhor dos Anéis” e “O Hobbit”.

Diretamente de um ‘universo de fantasias’

De acordo com os exploradores do Instituto Nacional de Biodiversidade do Equador, o animal parece ter saído de um “verdadeiro universo de fantasias”. As cores incríveis do animal foram as responsáveis pela fascinação dos estudiosos, o que acarretou a homenagem ao escritor.

O sapo estava em córregos de água pura do Parque Nacional Río Negro-Sopladora e pertence ao grupo de rãs torrente. Por sua vez, o grupo é composto por mais de 40 espécies de anfíbios e reside em um amplo território, como Bolívia, Equador, Peru, Andes da Venezuela e Colômbia. Encontraram a nova espécie a mais de 3.100 metros de altitude. Incrível, não é?

A vida do sapo, batizado de Hyloscirtus Tolkien, está altamente ligada a rios, riachos de água pura e áreas montanhosas. Apesar de viverem na mata, a reprodução de seus girinos, ocorre entre os minerais e as corredeiras dos rios.

Os pesquisadores Juan Sánchez-Nivicela, Diego Cisneros-Heredia e José Flacón-Reibán ficaram surpresos com a aparência da nova espécie. Durante semanas de muita exploração em áreas diversas e protegidas do Parque Nacional Río Negro-Sopladora é que o encontraram.

“As cores surpreendentes desta nova espécie de sapo lembram as magníficas criaturas que parecem existir apenas nos mundos de fantasia de Tolkien”, brincou Inabio.

Além disso, as rãs de torrente se diferenciam por seu grande tamanho corporal, faixas dérmicas largas nas mãos e nos pés, além de cores no dorso, na barriga verde-acinzentado e manchas amarelas e pretas, segundo a agência EFE.

Enfim, a descoberta desse animal só nos mostra como a natureza é uma verdadeira caixinha de surpresas, não é mesmo? Isso porque, a cada exploração científica, estudiosos adicionam raras espécies espalhadas pelo planeta.

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Uma série pequela de “O Senhor dos Anéis” está para chegar no Amazon Prime Video. Domingo, antes do Super Bowl, foi lançado o primeiro trailer.

Leia mais: Novos pôsteres publicados da série “Senhor dos anéis: Anéis do Poder”

O trailer, de apenas 1 minuto, começa com uma voz jovem dizendo: “Há maravilhas neste mundo além de nossa peregrinação”, seguido de muitas paisagens e CGIs. Podemos ver colinas, uma pequena cidade e passeios a cavalo, mas, sem dúvidas, a melhor parte do trailer é a aparição dos personagens.

Confira:

Podemos ver alguns relances de uma Harfoot vivida por Markella Kavenagh, Arondir estrelado por Ismael Cruz Cordova, Galadriel que agora é vivida por Mofydd Clark e Elrond interpretado por Robert Aramayo. Também vemos os atores Benjamin Walker e Simon Merrells, mas ainda não sabemos que papel que interpretarão.

O Senhor dos anéis: Os Anéis do Poder se passará milhares de anos antes da trilogia principal, mais especificamente durante a Segunda Era da Terra Média.

JD Payne e Patrick McKay são os roteiristas da produção que deve custar cerca de US $ 1 bilhão. A série chega no catálogo do Amazon Prime Video no dia 2 de setembro.

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Mais uma vez, hoje – 10/10/2021 – voltam a pipocar no Twitter (na minha opinião a rede social mais tóxica da internet), acusações de que o escritor J.R.R. Tolkien seria racista, além de uma acusação estapafúrdia de que ele teria copiado trabalho da escritora J.K. Rowling.

Quanto a parte de que Tolkien “teria copiado trabalho da escritora J.K. Rowling“, vou considerar apenas ignorância literária de quem postou (imagem abaixo). Não tem nem como levar a sério essa acusação considerando quando foi escrito o material de Tolkien envolvendo a Terra Média, todas as suas raças, línguas e aventuras e quando foi escrito o universo Harry Potter (do qual também sou fã).

Sabemos que a terra-Média, mundo criado por Tolkien, é habitado por uma variedade de povos, cada um com sua própria cultura, história e língua e cultura.

Destaco as três principais raças: Homens, Elfos e Anões e que ao mesmo tempo são os “heróis” das aventuras. Isso é claro, com a ajuda ímpar dos Hobbits. Os vilões da Terra-Média, são em sua maioria os orcs e os homens aliados a Melkor ou Sauron.

O que as pessoas usam como argumento contra Tolkien?

Dos muitos argumentos que pessoas tentaram utilizar para acusar a obra de Tolkien de racista eu destaco:

• Os Elfos de pele branca, loiros e esbeltos e que por isso são a raça superior;
• Os homens bons e aliados (como os Rohirrim) terem características de europeus/nórdicos enquanto os homens do sul que são vilões/piratas (Haradrim) tem a pele escura;

Por exemplo, a seguir vemos a análise de Tom Alan Shippey ¹, onde podemos entender um pouco mais dos dois tópicos listados acima:

A menção, na “Batalha nos Campos de Pelennor”, a “homens negros como meio-trols” certamente soa como racista. Acho que eu diria aqui que Tolkien, nesse ponto, está tentando escrever como um cronista medieval, e quando os europeus medievais encontraram, pela primeira vez, os africanos subsaarianos, ficaram genuinamente confusos sobre eles, e muito assustados. Como Tolkien apontou em seus primeiros trabalhos acadêmicos, os ingleses antigos pareciam acreditar em demônios de fogo, que naturalmente tinham a pele como fuligem — a palavra que eles davam para eles, “harwan”, é relacionado ao latim “carbo”, “fuligem” ou carbono. Um anglo-saxão que encontrasse um africano pela primeira vez pode então realmente se perguntar (por um momento, a certa distância) se ele era um demônio de sua própria mitologia. Isso não significa que Tolkien partilhava da mitologia ou do engano.

Após essa leitura, eu gostaria de lembrar que Tolkien, que participou ativamente da Primeira Guerra Mundial (recomendo nesse ponto a quem interessar possa ler a biografia do autor), era acima de tudo um pacifista, o que é curioso para alguém que escreveu incríveis batalhas em suas obras.

Tolkien várias vezes (através de cartas trocadas com os fãs), afirmou que O Senhor dos Anéis não era uma analogia a Segunda Guerra Mundial. Apesar de que, não podemos negar que o tempo em que ele passou no front influenciou suas obras, porém o que ele queria era apenas contar uma história sobre o bem e o mal.

A princípio, sem ir mais profundamente, podemos considerar essas divisões Elfos brancos e loiros x Orcs de pele escura como racismo. Porém, em nenhum momento a obra de Tolkien é alegórica.

Ele queria criar – e criou – toda uma mitologia onde existem seres que são descendentes de outros seres superiores, divinos e seres que foram rumo a escuridão, as trevas, ou como conhecemos Mordor “onde as sombras se deitam“.

Um exemplo dessa criação de mitologia é quando lemos em o Silmarilion, quando acontece o encontro entre Elfos e Homens não existe nenhum tipo de domínio ou subjugação (como na história humana por exemplo onde europeus chegam na América ainda desconhecida para conquistar, escravizar e explorar).

Os próprios elfos, possuem problemas com a raça dos anões, mas não é um problema de ser uma raça superior ou não, elfos não escravizam ou exploram anões nem vice-versa, são desentendimentos que ocorreram várias vezes.

Outro exemplo: após a Batalha nos Campos de Pelennor, os heróis e protagonistas da história não viajam com seu exército vitorioso para o sul/oriente para subjugar os Haradrim restantes e tomar suas terras.

A união entre Gondor e Rohan, fica muito mais forte após Aragorn assumir o trono. Aragorn conquista o direito de ser rei e isso não acontece porque o povo de Gondor seja racialmente superior aos rohirrim.

Utilizei várias vezes o termo “subjugar” porque o racismo se baseia nisso: uma raça subjugando a outra por critérios raciais.

O que precisa ficar muito bem definido e claro na obra O Senhor dos Anéis, é que os heróis são homens brancos porque se trata de uma mitologia europeia.

O próprio Tolkien afirmou diversas vezes que a Terra Média era uma versão muito antiga e esquecida da Europa. Apenas isso. Sem alegorias, e sem a obrigação de detalhar esse tema tão complexo numa história de fantasia.

Em uma das cenas finais de O Retono do Rei, vemos Aragorn – já rei – agradecer e se ajoelhar perante os hobbits.

Os hobbits são criaturas com praticamente metade da altura de um homem adulto e mesmo assim, com bravura suficiente para encarar tarefas que muitos homens não conseguiriam (como foi o caso de Isuldur antepassado de Aragorn) concluir.

Um hobbit, comum do condado, sem poderes. Fazendo uma analogia: um homem comum, sem ganancia ou pretensões.

Para concluir

Gostaria de citar que em sua vida pessoal Tolkien sempre criticou bastante o racismo. Nascido na África do Sul, de pais ingleses, Tolkien sempre foi contra as políticas racistas que viu em sua vida.

Tolkien declarou que tinha o ódio ao Apartheid até os ossos. O escritor uma vez se referiu a Hitler como “pequeno ignorante avermelhado”.

“Tenho o ódio do apartheid em meus ossos; e, acima de tudo, detesto a segregação ou separação da Língua e da Literatura. Não me importa qual deles você acha que é branco.” (Trecho de uma carta à Universidade de Oxford, em 1959).

Apesar de toda essa convicção, Tolkien não era obrigado a trazer estas pautas para sua obra. Nem ninguém que deseja escrever deve ser.

¹ Thomas Alan Shippey é um estudioso britânico e professor aposentado de literatura inglesa antiga e inglesa, além de medievalismo e fantasia moderna e ficção científica. Em particular, ele é amplamente considerado um dos principais estudiosos acadêmicos do mundo sobre as obras de J. R. R.

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