Assim como “Game of Thrones”, “A Casa do Dragão” também rende polêmicas por conta do teor de suas cenas mais pesadas e controversas, como, por exemplo, as sequências de partos angustiantes e sangrentos da produção da HBO. Isso, por assim dizer, é algo que vem gerando um pouco de antipatia por parte do público.

A série derivada possui uma certa peculiaridade, que é sua preferência por cenas de parto. Nesse contexto, uma das mais chocantes da temporada de estreia foi a em que Rhaneyra (Emma D’Arcy) enfrenta o parto prematuro de Visenya, que acaba nascendo morta.

Em entrevista à GQ, Emma D’Arcy, intérprete da personagem, rebateu críticas em relação às cenas. A atriz aponta que não deveria ser polêmico ver mulheres em trabalho de parto no cinema e na televisão. Confira:

“Tenho um problema com a ideia de que não devemos ver mulheres em trabalho de parto retratadas com realismo, sangue e placenta. Parece que queremos que as mulheres se conformem a uma certa imagem. O que é interessante, no que diz respeito à atuação, porque também é muito divertido fazer as grandes sequências físicas e exigentes.”

‘A Casa do Dragão’

A trama é baseada no livro “Fogo e Sangue”, de George R. R. Martin, e conta sobre a Casa Targaryen 300 anos antes dos eventos da série principal. Ryan Condal “Colony” é o showrunner, acompanhado do veterano de “Game of Thrones”, Miguel Sapochnik.

O livro cobre 150 anos, incluindo a ascensão e a queda de muitos líderes em Westeros. Assim, devido a tudo que aborda, não fica claro quais personagens e qual período de tempo serão o foco da série. Apesar disso, existem rumores de que a Dança dos Dragões, conhecida também como a Extinção dos Dragões, foi uma guerra civil durante o governo Targaryen nos Sete Reinos.

A guerra tem como motivo a sucessão de Viserys I envolvendo Aegon II e sua irmã Rhaenyra. O conflito durou anos, isto é, de 129 d.C. até 131 d.C. e se tornou trágico para ambos os lados, tendo a morte dos dois candidatos ao governo e terminando na coroação de Aegon III, filho de Rhaenyra.

A primeira temporada da série está disponível na íntegra no catálogo do HBO Max.

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O trabalho de Eva Beste ganha destaque nos episódios de “A Casa do Dragão”, série na qual sua personagem complexa, Rhaenys Targaryen, é a protagonista de muitas cenas devido à sua incrível atuação. Rhaenys Targaryen é constantemente referida como “a rainha que nunca foi”, mas por quê? Apesar de seu marido Corlys Velaryon (Steve Toussaint) ouvir seus conselhos, algo raro nos casamentos de Westerosi, eles discordam em um ponto importante. Dotado de razão, Corlys sempre lutou para recuperar a linhagem de sangue de Rhaenys no trono.

No Grande Conselho de 101 a.C., se inicia um grande problema: após a morte de Aemon, seu segundo filho, Baelon tornou-se seu herdeiro, mas Baelon também morreu e, com isso, coube a Jaehaerys decidir quem seria o atual herdeiro. Rhaenys era então a única filha de Aemon, uma vez que já tinha passado o trono para seu tio, mas houve uma outra oportunidade que, por fim, foi ignorada pelo fato de ela ser mulher. Com isso, o próximo reinado foi de seu primo, Viserys (Paddy Considine).

No segundo episódio de “A Casa do Dragão”, Rhaenys diz à Rhaenyra que os homens preferem pôr o reino à tocha ao ver uma mulher no Trono de Ferro. Com isso, sabemos que não havia esperança para que ela assumisse o reino. Corlys então sugere seus filhos ao trono por meio do casamento, pois, se Rhaenyra se casasse com Leanor (Theo Nate), ela poderia assumir o trono. Só que, em vez disso, ela preferiu manter a segurança de sua família.

Já no 9º episódio, intitulado “O Conselho Verde”, foi admitido por Alicent (Olivia Cooke) que Rhaenys foi injustamente ignorada por Viserys, pois ela seria a melhor opção. Enquanto os Hightowers elaboram um golpe para que Aegon (Tom Glynn-Carney) assuma o reinado, Rhaenys está em Porto Rea, trancada em seu quarto, para que ela não se comunique com Rhaenyra. Alicent a visita e tenta persuadi-la a apoiar o golpe de Aegon, mas ela não se sensibiliza com isso e continua severa.

Rhaenys tem total percepção sobre o que está acontecendo e, por isso, ela tem o controle da situação. Enquanto Corlys está obcecado pelo legado dos nomes, Rhaenys não mantém essa preocupação para si. Por fim, Rhaenys questiona Alicent, perguntando se alguma vez elae já havia se visto no trono; e é assim que ela usa sua inteligência para ganhar tempo enquanto ainda não revela a qual lado quer se alinhar.

Rhaenys é introduzida na cidade com a ajuda de cavaleiro e, sozinha, ela encontra seu monte. Logo após, cai em um protesto contra o golpe de Aegon. Com isso, ela declara sua lealdade a Rhaenyra, mas toda essa fidelidade pode ser pelo fato de suas netas casarem-se com os filhos de Rhaenyra ou, então, porque finalmente uma mulher ocuparia o trono.

De qualquer maneira, com sua lealdade aos Negros, Rhaenyra desafia a coroação. Todas as atitudes de Rhaenys demonstram que ela não é influenciável, mas, sim, uma verdadeira guerreira que possui bastante capacidade. Com base nisso, foi na coroação de Aegon que pela primeira vez ela mostrou tal característica de maneira tão violenta; antes, ela usava mais a inteligência do que de fato a força.

Quando Rhaenyra diz a Rhaenys que vai mudar as coisas, Rhaenys concorda, pois essa é sua verdadeira vontade. No entanto, ela jamais espera que Rhaenyra seja a rainha. Por um lado, Corlys acredita na promessa de Rhaenyra, mas Rhaenys está esperando uma guerra. Sua percepção política de um futuro prova, mais uma vez, que ela tem consciência da instabilidade dos senhores.

Rhaenys possui duas próprias opiniões e consegue abrir seus próprios caminhos, embora a última palavra seja de Corlys e nem sempre ele concorde. Depois que sua filha morre, Rhaenys quer que sua neta seja herdeira. Assim, ela sugere uma declaração de herdeiro para que a memória de Leane seja honrada, pois Viserys poderia aceitar tal proposta. Contudo, apesar de Corlys não concordar com o plano, sua ideia pode mostrar sua inteligência.

Em “O Senhor das Marés”, Corlys está ausente, Rhaenys toma confiança sobre o trono, mas mantém o sentimento escondido. Rhaenys fala no processo e não se pode saber qual lado terá seu apoio; assim, ela novamente se mantém imparcial diante das propostas de casamentos vindas de Rhaenyra.

Se as coisas tivessem acontecido de outro modo, Rhaenys poderia ter tomado uma decisão, mas, no entanto, ela entra nesse jogo. Lutar contra a sucessão seria uma traição, mas aceitar a proposta garantiria às suas netas o Trono de Ferro e a Marca de Deriva sem irritar o rei. Uma decisão bem calculada e rápida de Rhaenyra lhe serviria bem caso ela herdasse a coroa.

Rhaenyra ouve de Alicent que ela possuía a reivindicação e o temperamento para assumir o governo. A quem se dispõe a admitir, é bem nítido que Rhaenys teria feito uma boa rainha, pois sempre mostrou sua capacidade de graça e equilíbrio, pois Viserys deu ouvidos a conselheiros egoístas.

Enfim, todas as ações da personagem mostraram suas qualidades, como boas decisões, força e inteligência. Os senhores de Westeros estavam muito atrasados e despreparados para enxergar a verdade e, com isso, o reino perdeu a chance de ter uma rainha muito poderosa.

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