Em 1945, após a destruição causada pelas bombas Little Boy e Fat Man nas cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki, a Bulletin of the Atomic Scientists (BAS), uma organização sem fins lucrativos baseada na Universidade de Chicago, foi fundada para destacar os possíveis problemas globais e científicos gerados pelo avanço tecnológico que poderiam ter consequências negativas para humanidade.

Atualmente, a BAS é conhecida por ser a organização responsável pelo Relógio do Juízo Final. Este mecanismo simbólico foi criado em 1947 com o intuito de alertar a humanidade sobre o perigo de uma guerra nuclear.

Ao longo das últimas décadas, estivemos seis vezes perto do fim da humanidade, mas nunca estivemos tão perto quanto agora.

Relógio do Juízo Final bateu recorde em 2023

BAS lança alerta para o ‘Juízo Final’ ao anunciar a proximidade de um possível apocalipse – Imagem: Getty Images/Reprodução

Em 2023, o BAS colocou os ponteiros de seu relógio a 90 segundos da meia-noite, marcando o ponto mais próximo que já estivemos do apocalipse.

Este aviso preocupante remonta à teoria proposta em 1960 pelo cientista Heinz von Foerster, que afirmava que a humanidade poderia ser extinta até 2026.

Porém, a teoria de von Foerster difere dos avisos convencionais sobre mudanças climáticas drásticas, crises econômicas ou mesmo a propagação de doenças.

O físico austríaco-estadunidense acredita que a humanidade será ‘espremida’ até a morte devido ao crescimento populacional descontrolado.

Explosão populacional e suas possíveis consequências

Estima-se que em 2022 a população mundial chegou a 8 bilhões, um aumento significativo desde os 3 bilhões registrados em 1960.

As projeções da Organização das Nações Unidas (OMS) preveem uma população global de quase 10 bilhões até 2050, e esse número poderá ultrapassar 11 bilhões até 2100.

Essa explosão populacional certamente desempenhará um papel na pressão sobre o espaço urbano, na disponibilidade de recursos e na sustentabilidade do planeta como um todo, o que levanta questões sobre como acomodarão todas essas pessoas nas cidades do mundo.

Soluções para o problema populacional

Von Foerster acredita que a única solução é o controle da natalidade, sugerindo métodos como a tributação pesada sobre famílias com mais de dois filhos.

No entanto, estas soluções não levam em consideração a estratificação social e podem acabar penalizando desproporcionalmente famílias de baixa renda.

Com o tempo, tornou-se claro que encontrar um equilíbrio entre a população e a disponibilidade de recursos é um desafio complexo que requer soluções holísticas e inclusivas.

É necessário um forte compromisso global para enfrentar este desafio e garantir um futuro sustentável para todas as pessoas.

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O chamado Relógio do Juízo Final foi criado durante a Guerra Fria (1947-1991), um conflito não armado entre os Estados Unidos e a União Soviética, atual Rússia.

Tal mecanismo tem a finalidade de alertar a raça humana sobre a proximidade de eventos climáticos e geopolíticos que podem causar o fim dos tempos.

Agora, os ponteiros deste item peculiar marcam apenas 90 segundos para a meia-noite, hora que, em teoria, representa o apocalipse, quando nosso planeta se tornará incapaz de sustentar a vida humana em suas plenas condições.

Como o Relógio do Juízo Final funciona?

Imagem: Reprodução

Esse objeto foi idealizado pela Bulletin of Atomic Scientists, uma revista conhecida no meio científico.

Portanto, todo primeiro trimestre de cada ano, são realizados ajustes no mecanismo, de acordo com os acontecimentos mais relevantes nos últimos 12 meses.

Houve uma época em que o relógio marcou 17 minutos para a meia-noite, mas, neste ano (2023), a situação não é mais otimista devido aos conflitos entre Rússia e Ucrânia, Palestina e Israel, além do aumento do aquecimento global.

Por ora, ainda não sabemos quais ajustes serão feitos em 2024, mas, devido às novas guerras que estão surgindo, existe a possibilidade de os ponteiros ficarem ainda mais perto da hora que marca o fim da raça humana.

Adicionalmente, outra ocorrência global que pode influenciar nisso é a elevação das temperaturas ao redor do globo.

Nos últimos meses, diversos países registraram sérias mudanças climáticas, e existe a possibilidade de isso ser um bom indicativo de que uma extinção massiva se aproxima.

A Agência das Nações Unidas divulgou recentemente que os gases responsáveis pelo efeito estufa bateram um novo recorde na atmosfera da Terra.

“Com as atuais concentrações de gases de efeito estufa, estamos trilhando um caminho de aumento nas temperaturas que nos levará a valores muito acima das metas estabelecidas no Acordo de Paris”, disse o chefe do órgão.

Também há a possibilidade de os ponteiros do Relógio do Juízo Final regredirem e, consequentemente, o tempo que nos resta aumentar.

Entretanto, para que isso aconteça, é preciso que os governos adotem grandes mudanças na forma como lidam com os recursos naturais e seus cidadãos.

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O relógio do juízo final simboliza o quão perto a humanidade está da autodestruição. A criação dele aconteceu após a primeira explosão nuclear, em 1947, pelo Bulletin of the Atomic Scientists, um grupo de cientistas que trabalhavam no Projeto Manhattan, dos Estados Unidos.

A proclamação desse relógio é feita por meio de uma equipe de especialistas responsáveis ​​por corrigir os ponteiros todos os anos. E na equipe constam treze vencedores do Prêmio Nobel.

O relógio foi originalmente definido para sete minutos para a meia-noite em 1947. Especialistas dizem que a linha do tempo é o melhor método como uma forma de desencadear discussões, destacar riscos e soar alarmes. Além disso, a avaliação é rigorosa e indica quanto tempo resta para os humanos.

Por isso, separamos quatro importantes momentos em que o relógio do juízo final sofreu alterações nos ponteiros. Confira a seguir!

1. Em 1949 – Conflito nuclear

A primeira vez que o relógio sofreu alteração foi em 1949, quando o conflito nuclear começou a se tornar o maior risco para a humanidade. Desse modo, o tempo foi adiantado em três minutos: para sete minutos para meia-noite. No entanto, em 1953, após os Estados Unidos e a União Soviética testarem armas químicas, o relógio foi adiantado em mais um minuto.

2. Em 2002 – Atentado às Torres Gêmeas

O atentando às torres gêmeas, na época em que George W. Bush era presidente dos EUA, criou uma série de questionamentos sobre controle de armas. Assim, o relógio perdeu dois minutos.

 3. Em 2020 – Possível conflito nuclear e condições climáticas

Naquele ano, 2020, moveram o relógio para um minuto e quarenta segundos antes da meia-noite por conta da rivalidade e hostilidade entre superpotências, aumentando a chance de um erro nuclear se tornar realidade. Do mesmo modo, isso evidenciou a constante decadência das condições climáticas do planeta.

4. Em 2022 – Conflito entre Rússia e Ucrânia

Enfim, chegamos ao quarto e mais recente momento crítico da humanidade, de acordo com os cientistas. Isso porque a última vez que o relógio se movimentou foi em dezembro de 2022, quando alcançou sua pior marca. Noventa segundos para a meia-noite.

A justificativa de sua movimentação envolve a invasão da Rússia na Ucrânia, propagadas pela web, crises climáticas, doenças infecciosas (como a covid-19), ameaças à democracia, dentre outros tópicos.

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Você já ouviu falar sobre o relógio do juízo final? A sua maior função não é simplesmente marcar as horas, como as versões mais comuns fazem. Nada disso! O seu principal objetivo é conseguir prever quando o mundo acabará. Para isto, são avaliados diversos acontecimentos que são registrados em todo o planeta como, por exemplo, as guerras.

O relógio foi criado em 1947, ou seja, este aparelho está funcionando e passando por mudanças – quando necessário – há 76 anos. Seus últimos ajustes foram realizados no ano passado, quando foi ajustado em cem segundos para meia-noite. Coincidentemente, a mesma coisa aconteceu em 2020.

Relógio do juízo final: o que acontece se ele marcar meia-noite?

De acordo com a copresidente do Conselho de Ciências e Segurança do Bulletin, Sharon Squassoni: “Os cem segundos para a meia-noite refletem o julgamento do Conselho de que estamos em um momento perigoso, que não traz estabilidade nem segurança. Os desenvolvimentos positivos de 2021 não conseguiram compensar as tendências negativas de longo prazo”.

Inicialmente, o relógio foi criado para fazer a medição de ameaças nucleares, que estavam em alta na época em que o utensílio foi criado. A partir de 2007, o Bulletin of Atomic Scientists, um grupo de cientistas que cuida do relógio, decidiu incluir também nesta medição todas as mudanças climáticas que são registradas em nosso planeta.

O relógio é pautado nas ações humanas que podem ser destrutivas para o nosso planeta. Por isso, os acontecimentos, como as guerras e ameaças nucleares, são tão relevantes para os cálculos feitos para o ajuste.

Algumas pessoas não acreditam muito na eficácia da criação, pois estão certas de que a civilização já chegou perto de destruir o planeta algumas vezes durante as últimas décadas. Vale ressaltar que o relógio nem sempre é ajustado, ou seja, ele pode passar anos sem nenhuma mudança, contudo também pode ser ajustado a cada ano.

A realidade é que o Relógio do Juízo Final nunca chegou a marcar meia-noite durante estes 76 anos de existência. De acordo com os cientistas envolvidos na criação, eles realmente esperam que isto nunca venha a acontecer.

“Quando o relógio bate meia-noite, significa que ocorreu algum tipo de troca nuclear ou mudança climática catastrófica que acabou com a humanidade”, afirmou Rachel Bronson, CEO do Bulletin. “Portanto, não queremos chegar lá e não saberemos quando chegaremos”, finalizou.

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