A série de O Senhor dos Anéis: Os anéis de poder tem sido uma das séries para televisão de prestígio mais esperadas durante anos, com os fãs de Tolkien prontos para uma nova adaptação da franquia após terem se decepcionado com os filmes da série Hobbit. Da mesma forma que acontece com qualquer outra série amada com um fandom dedicado, Os Anéis de Poder instantaneamente conseguiu criar tempestades na cabeça das pessoas sobre vários assuntos. Prova disso é o sexto episódio da série, “Udûn”, que levantou o que sem dúvida vai ser uma questão controversa: Os Orcs são mesmo uma minoria oprimida?

Este episódio mais recente da série finalmente conseguiu dar alguma luz sobre diversos assuntos que os fãs estavam debatendo, e o mais importante deles, a natureza de Adar, o aparente líder dos Orcs na Segunda Era. Por mais que a série não tenha ido tão longe a ponto de conseguir revelar a identidade anterior dele, foi possível confirmar as teorias de alguns fãs de que ele era um antigo elfo que havia sido torturado e transformado pelo Dark original, Lord Morgoth, o primeiro Orc, ou pelo menos um dos primeiros. A partir de agora, na série, parece que ele se identifica como o protetor de Orckind, que na sua opinião foi brutalizado por, literalmente, todos.

A série está tendo um desenrolar interessante na tradição, essencialmente no inexplorado nas adaptações anteriores do trabalho de Toklien. Praticamente todas as outras adaptações, que começaram há muito tempo pelo rádio, 1955, os orcs são criaturas malévolas e intercambiáveis que simbolizam o mal e podem ser mortas sem remorso pelos heróis das histórias.

Pouquíssimos são os Orcs que recebem nomes, muito menos alguma personalidade, e podem ser resumidos como soldados de infantaria do Mal na Terra-média. Mas o que a série pretende dizer é, e se eles não forem como todo mundo pensa? Especificamente se os orcs tivessem as suas próprias vidas internas e não merecessem ser ração na guerra de ninguém. Como Adar, onde o nome significa “PAI” na língua élfica do Sindarin, tratado como tal pelos Orcs, se cansou da tortura implacável de Sauron sobre seus “filhos” em busca de poder, e matou o lorde das trevas.

É possível tomar isso como uma verdade objetiva e humanística que ninguém mereceria inerentemente ser morto sem piedade em batalha, mas é aqui que Tolkien e a série complicam as coisas. Os orcs são literalmente um produto maligno, uma paródia sombria da beleza e graça dos elfos que aparentemente se divertem com a crueldade e a destruição. Mas o próprio Tolkien acreditava amplamente como um ponto filosófico que o mal, encarnado por Morgoth que mais tarde virou Sauron, não seria capaz de criar nada, mas somente corromper.

Assim, os Orcs poderiam ter sido criados para algum fim sombrio, mas em uma última análise, eles derivam da mesma história de criação universal do Silmarillion de Tolkin, onde Adar fez referência indiretamente na série Os Anéis de Poder. Eles nasceram em cativeiro, seja essa forma de nascimento por meio biológica ou qualquer outra forma, Tolkien deu várias origens para ser bem sincero, e podemos ver que eles passam as suas vidas enfrentando a morte em ambos os lados da divisão moral.

No final do episódio podemos ver que Adar ativou algum tipo de sistema de engenharia antigo que cria um vulcão maciço, aparentemente o monte Doom. Agora está bem claro que a série está retratando a criação de Mordor e alguns fãs começam a criar suas teorias de que a nuvem de cinzas resultante é um escudo protetor intencional sobre os Orcs que não podem tomar sol. Adar está tentando criar uma pátria para o seu povo, que ele vê como atormentado de todos os lados.

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De forma (nem tão) recente, estreou na Amazon Prime a nova série baseada no universo criado por J. R. R. Tolkien, “O Senhor dos Anéis: Os Anéis do Poder“. De acordo com a percepção de alguns dos fãs, a produção está longe de ser a obra-prima, a série perfeita da vez; no entanto, provou ser uma grande adaptação do universo que gira em torno mundo criado por Tolkien. Além disso, é fundamental deixar claro, também, que essa adaptação conseguiu se diferir da criada por Peter Jackson, destacando-se em algo que não havia ocorrido antes: o manejo do mundo dos Orcs.

Por uma determinada perspectiva, essas criaturas pouco compreendidas nas outras obras, como na trilogia de “Senhor dos Anéis” e até mesmo em “Hobbit”, conseguiram provar que possuem muito mais raciocínio e simpatia na série da Amazon. No entanto, por outro lado, no novo show, os Orcs mostraram-se muito mais perigosos e astutos do que nas demais obras que antecederam a nova série da plataforma Prime Video.

Em vista disso, o episódio seis (“Udûn”) de “Os Anéis do Poder” provou ser o mais importante até agora, revelando que o Adar, de Joseph Mawle, não era Sauron, mas um dos primeiros Elfos torturados por Morgoth e transformado em um Orc.

Além disso, pode-se apreender, com esse episódio, que os objetivos de Adar não consistem em obter riquezas ou mesmo poder em si, mas os meios para dar a seus “filhos” (como ele chama os Orcs), ou seja, ao resto dos Orcs uma pátria, um lugar onde eles possam viver.

Desse modo, não importa como o restante do mundo enxerga a existência dos Orcs; para Adar, ele acredita veementemente que eles são criaturas dignas de uma vida tanto quanto qualquer outro habitante da Terra-Média, como qualquer humano ou qualquer elfo. Em suma, para ele, os Orcs também merecem um território para poder viver.

Todavia, para aqueles que não estão acompanhando a série, é preciso deixar claro que a série “Os Anéis de Poder” não transforma em momento algum os Orcs de Tolkien em mocinhos incompreendidos, pelo contrário. Além de mostrar a sua vontade de manter escravizados em episódios anteriores, “Udûn” faz com que os Orcs se envolvam no massacre casual de inocentes. Mas isso, visto do ponto de vista de Adar, as ações dos Orcs não são tão vazias.

Por fim, embora a série ainda esteja em seu início, pelo modo como a trama vem sendo trabalhada, é possível afirmar que a produção da Amazon Prime tem tudo para elevar o universo de Tolkien a outro patamar.

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