Uma pesquisa conduzida por Stephen Warren-Smith e Linh Nguyen, do Future Industries Institute da Universidade da Austrália do Sul, publicada recentemente na Nature Communications, representa um salto significativo no campo da tecnologia a laser.

Financiada pela Força Aérea dos EUA, tal estudo foca em aprimorar os lasers infravermelhos para expandir seu uso e eficácia, semelhantes aos vistos em ‘Star Wars‘!

Os lasers atuais, aplicados em contextos militares, enfrentam limitações de potência, assim são eficazes apenas contra alvos aéreos menores.

A nova pesquisa sugere um progresso notável, ao indicar a possibilidade de aumentar a potência dos lasers infravermelhos em até nove vezes e manter a precisão do feixe.

O avanço pode transformar radicalmente o uso de lasers em estratégias militares e oferecer uma alternativa mais eficiente e potente para a defesa.

Avanços na tecnologia de lasers militares

Os estudos conduzidos por Warren-Smith e Nguyen exploram as capacidades de fibras ópticas multímodo, diferentes das fibras ópticas tradicionais que transmitem um único comprimento de onda de luz.

As fibras multímodo permitem um aumento na potência do laser, embora tendam a produzir feixes mais desordenados.

Tal limitação é um foco importante nas pesquisas atuais e busca maneiras de minimizar a dispersão da luz e aumentar a eficácia do laser em distâncias maiores.

No entanto, elas tendem a gerar feixes desordenados, o que reduz a eficácia em distâncias maiores.

Desenvolvimento de lasers potentes pode melhorar armas – Imagem: NotjungCg/Reprodução

A equipe de pesquisa desenvolveu uma técnica para minimizar a dispersão da luz nestas fibras, a fim de alcançar um ponto focalizado, capaz de se transformar em um feixe estreito e de alta qualidade.

Esse avanço promete armamentos mais eficientes, que vão conseguir causar danos térmicos significativos e interferir em sistemas de navegação.

Embora um protótipo de arma baseado nessa tecnologia ainda não tenha sido desenvolvido, o estudo abre caminhos para lasers mais poderosos e versáteis, com implicações além do campo militar.

Por exemplo, esses avanços podem ser utilizados em sensoriamento remoto, isso melhoraria a medição de fenômenos como a velocidade do vento a longas distâncias.

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No final de janeiro, alguns lasers foram vistos no céu do Havaí, arquipélago norte-americano. A cena, capturada pelo telescópio Subaru chamou muita atenção pela semelhança com os feixes de luz do longa de grande sucesso “Matrix”, lançado em 1999 e estrelado por Keanu Reeves.

A cena também levantou rumores sobre um possível contato ou até mesmo ataque alienígena, mas a hipótese foi rapidamente descartada por autoridades. No vídeo abaixo, é possível ver o momento exato em que a câmera do Subaru captou os lasers de cor verde. Veja:

De onde vieram os lasers?

Apesar de muitos entusiastas prontamente imaginarem alguma ligação com vida extraterrestre, o Observatório Astronômico Nacional do Japão (NAOJ), responsável pelo telescópio Subaru, inicialmente apontou que os lasers estavam relacionados ao satélite ICESat-2, pertencente à agência estadunidense NASA (Administração Nacional da Aeronáutica e Espaço).

Mais tarde, no início de fevereiro, a autoria do disparo de lasers foi ligada a outro país. Em vídeo publicado pela NAOJ no Youtube, foi esclarecido que:

“De acordo com o Anthony J. Martino, cientista da NASA que trabalha no ICESat-2 ATLAS, (o disparo de laser) não é por seu instrumento, mas por outros.”

Após a identificação, a equipe do Subaru utilizou sua conta oficial no Twitter para esclarecer que os lasers verdes vieram do satélite chinês Daqi-1, lançado em 2022.

The green laser lights captured with the Subaru-Asahi Star Camera on Mauakea, Hawai`i, on Jan 28, 2023, were most likely from Dqui-1, a Chinese atmospheric environment monitoring satellite. Watch the YouTube video by The Asahi Shimbun at:https://t.co/gJkAo2H39A pic.twitter.com/2kftA4Ela1

— Subaru Telescope Eng (@SubaruTel_Eng) February 14, 2023

Por que o Daqi-1 emite lasers?

Lançado em abril de 2022, o satélite chinês Daqi-1 tem o objetivo de monitorar o ambiente atmosférico da Terra, assim como o ICESat-2, da NASA, medindo os níveis de carbono e a poluição da atmosfera.

Entre os equipamentos utilizados pela espaçonave está o ACDL (Lidar de Detecção de Aerossol e Dióxido de Carbono, em tradução literal da sigla em inglês).

“Lidar” é a palavra utilizada para abreviar “Detecção de Luz e Alcance”. No caso do Daqi-1, o trabalho é feito através de feixes de laser, enviados para mapear a área em estudo.

Após especulações, foi finalmente esclarecido que as luzes do Daqi-1 foram responsáveis por iluminar os céus do Havaí em janeiro.

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