Lançado em 2012, o Galaxy S3 tornou-se um marco na história da Samsung e um ícone entre os smartphones da década passada. Considerado um dos principais responsáveis pela consolidação da marca no mercado global de celulares, o modelo superou a impressionante marca de 70 milhões de unidades vendidas, um feito que permanece imbatível na linha Galaxy até hoje.

Mas, afinal, quanto custaria o Galaxy S3 em 2025, se seu preço fosse corrigido pela inflação? E o que seria possível comprar com esse valor nos dias atuais?

A seguir, fazemos um resgate histórico e uma análise comparativa que revelam muito mais do que apenas números: mostram o quanto o mercado evoluiu e como os preços dos smartphones acompanham, ou não, o ritmo da economia.

Galaxy S3 em 2025: quanto custaria hoje o celular histórico da Samsung?

Samsung Galaxy S3 (Foto: iStock)

Quando chegou ao Brasil, em junho de 2012, o Galaxy S3 foi lançado por R$ 2.099 na versão desbloqueada. Na época, esse valor representava um investimento elevado, mas compatível com a proposta premium do aparelho.

Aplicando o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), principal medidor da inflação oficial brasileira, o valor do Galaxy S3 equivaleria hoje a cerca de R$ 4.410, de acordo com a calculadora de inflação do Banco Central.

Contudo, há outra forma interessante de atualizar preços ao longo do tempo: comparar o custo com o salário mínimo vigente.

Em 2012, o salário mínimo era de R$ 622, o que significava cerca de 3,37 meses de trabalho para adquirir o Galaxy S3. Mantendo essa mesma proporção em 2025, com o salário mínimo em R$ 1.518, o dispositivo custaria hoje aproximadamente R$ 5.115.

O que dá para comprar com o ‘preço inflacionado’ do Galaxy S3?

Curiosamente, o valor corrigido do Galaxy S3 está bastante alinhado com o preço de smartphones atuais da Samsung. Modelos como o Galaxy S25, por exemplo, podem ser encontrados no varejo por cerca de R$ 4.400, o que mostra que a linha Galaxy S manteve uma coerência de preço ao longo do tempo, ainda que isso tenha acontecido por coincidência e não por política deliberada da marca.

Além do Galaxy S25, veja outros smartphones que custam aproximadamente o mesmo valor do Galaxy S3 em 2025, considerando o ajuste pela inflação.

• iPhone 16 (128 GB): cerca de R$ 4.600
• Motorola Razr 60 (dobrável): aproximadamente R$ 4.399

Especificações do Galaxy S3: o que mudou em 13 anos de evolução?

Embora o Galaxy S3 tenha sido um topo de linha em seu tempo, seus recursos técnicos são modestos para os padrões atuais.

Até mesmo os smartphones de entrada em 2025 superam o S3 em desempenho, eficiência e funcionalidades. Confira abaixo a ficha técnica do aparelho que marcou época:

• Tela: 4,8” Super AMOLED, 720 x 1280 px, Gorilla Glass 2, 60 Hz
• Processador: Samsung Exynos 4412
• Memória RAM: 1 GB
• Armazenamento: 16, 32 ou 64 GB
• Câmera traseira: 8 MP (f/2.6)
• Câmera frontal: 1,9 MP (f/2.6)
• Bateria: 2.100 mAh, carregamento de 5 W
• Sistema: Android 4.0.4, com atualização até Android 4.3 (Jelly Bean)
• Extras: 3G, Wi-Fi, Bluetooth 4.0, NFC
• Cores: azul, branco, marrom, vermelho, preto e cinza
• Peso: 133 g

Inflação, tecnologia e valor percebido

Embora a atualização do preço do Galaxy S3 pela inflação seja apenas um exercício de curiosidade econômica, ela revela como a tecnologia evoluiu exponencialmente nos últimos anos.

O que antes era um produto de ponta, hoje seria considerado um modelo ultrapassado e, ainda assim, seu preço corrigido se mantém compatível com os smartphones mais recentes da própria Samsung.

É importante lembrar que o preço de um celular novo depende de diversos fatores, como estratégias de mercado, concorrência, avanços tecnológicos e políticas de margem de lucro.

Porém, revisitar o passado sob a ótica da economia atual nos ajuda a entender melhor como valores, tecnologia e percepção de qualidade caminham juntos — ou nem sempre.

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O fascínio por assistir a filmes no cinema permanece, mas os preços dos ingressos têm sido motivo de queixas frequentes entre os frequentadores.

Cinemas de rua estão cada vez mais escassos, enquanto redes em shoppings veem seus preços aumentarem continuamente. Recordar a época em que ir ao cinema era mais acessível parece quase utópico.

Nos anos 90, a realidade econômica era diferente. Em 1994, o Plano Real foi introduzido para combater a inflação galopante, mudando o comportamento dos brasileiros em relação aos gastos, incluindo o entretenimento como o cinema.

Mas quanto custaria um ingresso daquela época ajustado para 2025?

O custo do cinema no início do Plano Real

Foto: iStock

Com a implementação do Plano Real em julho de 1994, os brasileiros experimentaram uma nova estabilidade econômica. Naqueles dias, um ingresso de cinema custava entre R$ 2 e R$ 6, conforme dados do Valor Econômico. Filmes como “O Rei Leão” faziam sucesso nas telonas.

Os preços variavam conforme a localização e o dia da semana. Cinemas de rua eram mais acessíveis, enquanto os de shopping cobravam mais. Dias úteis ofereciam ingressos mais baratos, enquanto os fins de semana tinham preços mais elevados.

Quanto custaria esse ingresso em 2025, com a inflação?

Utilizando o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo Especial (IPCA-E) do IBGE, calculou-se quanto custaria um ingresso de 1994 em 2025. Ajustado pela inflação, um ingresso de R$ 2 seria, hoje, R$ 17,25, enquanto um de R$ 6 equivaleria a R$ 51,76.

Veja abaixo uma comparação com preços atuais:

• A média nacional de ingressos em 2024 é de R$ 19,88.
• No Sudeste, a média é de R$ 20,63.
• No Norte, a média baixa para R$ 18,27.

Poder de compra dos brasileiros

Em 1994, o salário mínimo era de R$ 64,79. Corrigido pela inflação, seria R$ 558,88 hoje. Comparando, o salário mínimo atual é de R$ 1.518. Isso ilustra como a inflação transformou o poder de compra dos brasileiros ao longo dos anos.

Embora à primeira vista possa parecer que ir ao cinema em 1994 era barato, os ajustes inflacionários mostram que a realidade não era tão simples.

A economia pós-Plano Real estabilizou o mercado, mas o custo de vida e as despesas, como o entretenimento, também evoluíram consideravelmente.

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O salário mínimo é uma questão central na economia brasileira, afetando diretamente milhões de trabalhadores e segurados da Previdência Social. Recentemente, o Senado Federal aprovou a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2025, definindo o novo piso salarial.

Contudo, o valor anunciado gerou debates intensos porque ficou abaixo do que era esperado por quem acompanha as previsões.

A expectativa em torno do aumento do salário mínimo vinha se formando há meses, com especialistas apontando para possíveis números. No entanto, a cifra final não atingiu as previsões mais otimistas, gerando insatisfação entre trabalhadores e economistas.

Detalhes do novo salário mínimo

O salário mínimo aprovado no Orçamento para 2025 é de R$ 1.502, o que resultará em um aumento de R$ 90 em relação ao piso nacional do ano anterior.

Inicialmente, o governo federal havia proposto R$ 1.509, mas o valor final ficou ligeiramente inferior. A sanção presidencial para confirmar os números ainda é aguardada.

Como o aumento é calculado?

O reajuste considera a inflação de 3,35% medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) e o crescimento de 2,9% do Produto Interno Bruto (PIB) de 2023. Essa fórmula busca manter o poder de compra do trabalhador, mas sua eficácia é questionada.

Impactos e reações

O aumento do salário mínimo influencia diretamente benefícios como aposentadorias e seguro-desemprego, já que a maioria deles é calculada com base nesse piso.

A reação entre trabalhadores e sindicatos, no entanto, é de desapontamento, dado que o reajuste não cobre as crescentes despesas diárias.

Especialistas acreditam que as expectativas da população não foram atendidas, reforçando a necessidade de uma revisão nas políticas econômicas federais.

As reações refletem uma demanda por ajustes mais significativos que possam realmente atender às necessidades básicas.

Previsões futuras

Além da projeção para o salário mínimo de 2025, o governo também estima o piso nacional para os próximos anos. Veja os números:

• Para 2026, espera-se que o salário mínimo atinja R$ 1.582.
• Em 2027, a previsão é de R$ 1.676.
• Para 2028, a projeção para o valor é de R$ 1.772.

Esses números demonstram uma tendência de aumento contínuo, embora ainda seja necessário observar como esses ajustes refletirão nas condições econômicas e na satisfação dos trabalhadores.

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O alto preço dos alimentos é uma preocupação que ecoa ao redor de todo o mundo. Recentemente, uma descoberta feita por um turista na remota ilha de Adak, no Alasca, trouxe essa questão à tona de uma maneira surpreendente.

Chris Luckhardt, ao passar pela cidade, encontrou um antigo McDonald’s abandonado e fez questão de compartilhar sua descoberta no Instagram.

O que chamou a atenção não foi apenas o estado de abandono do local, mas sim um outdoor intacto exibindo os preços de 1994.

McDonald’s tinha preços absurdamente baixos

A reação dos internautas foi uma mistura de choque e nostalgia. Afinal, quem não se lembra da época em que era possível saciar a fome com poucos dólares no bolso?

O contraste com os preços atuais dos lanches foi o ponto alto da surpresa.

Hoje em dia, desembolsar mais de US$ 20 por uma refeição rápida pode até fazer o estômago revirar, especialmente se compararmos com os valores praticados décadas atrás.

Imagine só: um Big Mac avulso por apenas US$ 2,45 (cerca de R$ 12,18 hoje em dia) e no combo por US$ 4,59 (o que seria R$ 22,82).

Até mesmo um McLanche Feliz, com seu brinquedo surpresa, custava meros US$ 3,36 (ou cerca de R$ 16,71).

Esses valores fizeram muita gente suspirar por tempos mais descomplicados nas finanças, onde o dinheiro parecia render mais.

O que causou mais espanto foi perceber como a inflação fez estragos no poder de compra ao longo dos anos.

Aquelas quantias que pareciam uma pechincha em 1994 hoje não passam de uma lembrança distante, uma prova de como o valor do dinheiro pode se transformar com o tempo.

Mas, claro, sempre há o fator nostalgia que pode nos levar a romantizar o passado.

Talvez os lanches de 1994 não fossem tão baratos quanto parecem agora, mas é inegável que a diferença de preços nos faz refletir sobre como as coisas mudaram.

E, no final das contas, uma viagem ao passado através de um menu abandonado pode nos ensinar mais do que apenas sobre fast food.

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As últimas estimativas trazem um cenário, em um curto espaço de tempo, de provável aumento nos preços das cervejas, o que poderá resultar em um valor mais elevado para desfrutar da bebida após um dia duro de trabalho.

Embora muitas pessoas apreciem-na como forma de relaxamento, devido à liberação de dopamina no sangue, é possível que ela se torne uma fonte de estresse para os brasileiros.

Isso se deve ao fato de que as principais cervejarias do Brasil, como a Ambev e a Heineken, entraram em contato com os governos estaduais.

Segundo o que as empresas informaram aos governos, elas não poderão mais manter os preços das cervejas inalterados. Esse cenário se deve ao aumento dos impostos aplicados no setor de vendas em geral.

Além disso, um estudo desenvolvido pela Fundação Getúlio Vargas revelou que as empresas já absorveram mais da metade dos aumentos nos custos de produção ao longo dos anos de 2019 a 2022.

Aumento no preço da cerveja e inflação

Se o preço da cerveja for alterado, existem várias maneiras de isso contribuir também para o aumento da inflação.

Muitos brasileiros não sabem que o preço da cerveja tem um grande impacto na inflação do país, medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor). Se o preço da cerveja aumentar, isso afetará diretamente os índices de inflação de forma significativa.

Além disso, quando os fabricantes sofrem com a subida de impostos ou com modificações nos valores dos produtos utilizados na produção da bebida, eles acabam sendo obrigados a repassar o valor para os consumidores.

O aumento no valor da cerveja ainda pode acabar criando obstáculos para que o Banco Central reduza as taxas de juros. Isso ocorre porque o aumento dos preços da cerveja tem um grande impacto nesse contexto.

O Ministério da Fazenda (ou órgão equivalente) precisará empenhar-se intensamente para controlar os preços e assegurar a estabilidade econômica.

Em resumo, o aumento do preço da cerveja pode ter consequências negativas para a economia, afetando o poder de compra dos brasileiros. Mesmo que você não seja um consumidor da bebida, isso é uma preocupação coletiva, uma vez que pode afetar as finanças do país como um todo.

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Beyoncé é uma das artistas mais influentes e icônicas do nosso tempo. Com uma carreira musical que abrange décadas e uma presença marcante na cultura popular, ela se estabeleceu como uma força indiscutível na indústria do entretenimento.

Com tamanha relevância na indústria musical, a cantora gerou um grande impacto na Suécia ao anunciar que o país seria o primeiro a receber sua turnê Renaissance World Tour. Com o entusiasmo dos fãs, a economia local sofreu instabilidade nos últimos meses.  

O jornal Financial Times revelou que Beyoncé foi apontada como o motivo da alta nos preços por banqueiros e especialistas.

De acordo com o artigo, economistas do Danske Bank acreditam que a escolha da artista de definir Estocolmo como a primeira a receber sua turnê fez com que os preços de hotéis gerassem um aumento na inflação.

O show de Beyoncé teve todos os seus ingressos vendidos e pessoas de diversas partes do mundo precisaram se hospedar na cidade que recebeu o show, além de ocuparem hotéis de cidades vizinhas, nos quais os estabelecimentos cobravam altos preços.

O show de Beyoncé teve todos os seus ingressos vendidos e pessoas de diversas partes do mundo precisaram se hospedar na cidade que recebeu o show, além de ocuparem hotéis de cidades vizinhas, nos quais os estabelecimentos cobravam altos preços.  

O economista-chefe da Danske, Michael Grahn, avalia que a artista causou um aumento de 0,2 ponto percentual na inflação da Suécia. “É bastante surpreendente para um único evento. Nunca vimos isso antes”, disse Grahn ao jornal.

Mais sobre a carreira de Beyoncé

Sua carreira começou nos anos 1990 como integrante do grupo Destiny’s Child, que se tornou um dos grupos femininos mais vendidos de todos os tempos.

Em 2003, Beyoncé lançou seu álbum de estreia solo, “Dangerously in Love”, que se tornou um sucesso mundial e rendeu sucessos como “Crazy in Love” e “Baby Boy”.

Desde então, Beyoncé lançou vários álbuns aclamados pela crítica e com sucesso comercial, incluindo “B’Day”, “I Am… Sasha Fierce”, “4”, “Beyoncé” (o álbum surpresa lançado sem aviso prévio) e “Lemonade”.

Sua música é conhecida por misturar vários gêneros, incluindo R&B, pop, hip-hop e elementos de música africana.

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Quem é que não gosta de beber um copo de Coca-Cola bem gelada? Não importa a temperatura, se está calor ou frio, a bebida sempre cai bem com qualquer coisa. E não é à toa que o Brasil é um dos países que mais consome o líquido.

Para quem não sabe, a Coca-Cola foi criada a partir de um remédio, já que o refrigerante foi criado pela base de xarope. Desde então, seu sucesso foi tanto que faz sucesso no mundo inteiro e é sempre visto na casa de muita gente.

Porém, para os brasileiros que amam uma boa “coquinha” gelada, aqui vai um recado da própria Coca-Cola. E aqui, já aproveitamos para visar que esse comunicado vai deixar muita gente abalada.

Infelizmente, não há muito o que fazer a respeito, e é por isso que os consumidores devem ficar de olho no que apresentaremos logo a seguir.

Coca-Cola anuncia informação importante

Se você é consumidor assíduo de Coca-Cola, pode ficar atento(a) ao seu bolso? Isso porque a empresa afirmou que a bebida sofreu um reajuste de 12% em 2023, o que traz a prova concreta que a inflação infelizmente atingiu até mesmo o mercado de bebidas.

Com isso, tomar aquela Coca-Cola gelada pode pesar ainda mais no bolso do consumidor, porque o refrigerante vai ter aumento no preço.

Entretanto, isso não é algo exclusivo da própria bebida, já que os alimentos estão cada vez mais caros nos mercados de todo o país devido a várias movimentações do país e seus efeitos, como a inflação.

Apesar do anúncio que assustou muitos consumidores, o CEO da Coca-Cola, James Quincey, afirmou que acredita que os valores da inflação se estabilizem e isso traga benefícios para a venda da bebida. E a Coca-Cola sofreu reajuste em vários outros países, não só no Brasil.

Por fim, o reajuste foi informado apenas em 2023, o que deve ter pego muita gente de surpresa na hora de comprar sua lata ou garrafa de Coca-Cola. Entretanto, o CEO da empresa pediu aos consumidores que fiquem tranquilos e espera que os preços logos sejam reduzidos.

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Tem cara de leite, tem gosto de leite, mas não é leite! Atualmente, é mais comum ver nas prateleiras uma série de novos produtos lácteos com “sabor leite” ou “sabor leite condensado” escrito nos rótulos. Eles são convenientemente dispostos nas gôndolas ao lado dos conhecidos laticínios, mas não o são.

Que moda é essa, agora? Antes de mais nada, é importante saber que essas novas opções alimentícias estão de acordo com a lei. Esses produtos são regulamentados por órgãos competentes, como o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) ou a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Entretanto, optar por uma “mistura de creme de leite com soro de leite” para substituir o creme de leite em uma receita certamente provocará alterações no seu produto. Afinal, não se trata do mesmo produto que a gente costumava consumir e encontrar há alguns anos no mercado.

O que mudou? Para entender o crescimento na produção dessas novas opções de alimentos lácteos, é necessário antes compreender o cenário do setor leiteiro no Brasil. Vamos lá?

Como o leite chega até os mercados?

A pesquisadora Kennya Beatriz Siqueira, da Embrapa Gado de Leite (em Juiz de Fora – MG), explica que existem três fatores que ocasionaram o aparecimento de novos produtos lácteos no mercado: a crise financeira, a inflação e a escassez de matéria-prima.

Segundo dados da Embrapa, os custos da produção de leite aumentaram em 62% nos últimos dois anos. Para entender esse impacto, precisamos compreender a cadeia produtiva que envolve o processo por trás do leite que chega nas prateleiras dos mercados.

Ao comprar um litro de leite, você não está pagando apenas pelo produto e sua embalagem. Nele, está embutido o preço do transporte, alimentação e cuidado do gato, e problemas naturais – como estiagens, queimadas e excesso de chuvas – que impactam a cadeia produtiva do alimento.

Toda essa cadeia sofreu com o aumento dos preços. Alguns exemplos são: a ração dada ao gado, energia elétrica que mantém os currais e o combustível do transporte dos animais e do alimento final. Kennya explica que:

“Por conta disso, muitos produtores se desfizeram de parte do rebanho e venderam as vacas menos produtivas para os abatedouros.”

E isso significa que há menos leite disponível nas fazendas brasileiras. Todos esses fatores fizeram o leite e produtos derivados em geral os grandes vilões da inflação. De acordo com o Índice de Preços ao Consumidor (IPCA), o leite longa vida teve um aumento de 57% durante o ano.

Soro de leite pode ser um ‘placebo comestível’

Com a matéria-prima mais cara e menos disponível no mercado, a indústria precisou se adaptar para lucrar mais com produtos com qualidade inferior. Daí que surgiu a estratégia de substituir parte do leite na fórmula dos alimentos.

Os novos produtos lácteos que vemos nos mercados atendem às demandas da população, mas com pequenas alterações na embalagem, que às vezes “passam batidas”.

Ao invés de ler a descrição de produto que você estava acostumado, não é incomum encontrar uma “mistura alimentícia com queijo ralado”, um “doce de soro de leite sabor doce de leite” ou um “pó para preparo de bebida sabor leite”. Mas o que isso representa na composição desses alimentos?

Essa mudança implica na quantidade de leite que, de fato está presente na composição desses alimentos. Basicamente, o leite foi trocado pelo soro de leite, que é um composto que “sobra” e costumava ser descartado na produção de queijos.

Em média, a produção de um quilo de queijo gera cerca de oito litros de soro. Então, pense em quanto soro costumava ser jogado fora que agora é aproveitado pela indústria de laticínios.

Até onde se sabe, esse produto não faz mal à saúde e pode ser consumido, porém possui menos nutrientes que o leite. O professor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Rafael Claro, alerta que:

“O soro, porém, tem uma base sólida muito menor do que o leite. Essencialmente, ele é água, com um teor menor de proteínas e carboidratos. E isso muda a composição do produto final para algo pior do ponto de vista nutricional.”

Novos produtos lácteos têm muitos aditivos

Então, você deve estar se perguntando: como que um alimento diluído continua se parecendo com o que costumávamos comprar antes?

Bem, para que os alimentos mantenham o sabor e a textura familiar dos originais, além do soro de leite, as empresas adicionam outros ingredientes complementares que dão consistência e sabor, como o amido, a gordura vegetal e o açúcar.

Mas, em alguns casos, acrescentar esses compostos não é suficiente para que o produto se pareça com o original. Então, as empresas precisam acrescentar outros compostos químicos, como emulsificantes, adoçantes e aromatizantes.

Vale ressaltar que a gordura vegetal, por exemplo, não é bem digerida pelo corpo humano. O açúcar também faz muito mal para o organismo quando consumido em excesso.

Ainda, mesmo que os produtos se pareçam em textura e sabor com os originais, eles não têm as mesmas propriedades nutricionais que a opção não aditivada – que agora é muito mais cara e difícil de encontrar.

Caso o consumidor sinta que foi lesado na apresentação do produto ao realizar uma compra, ele tem o direito de acionar órgãos de fiscalização. Para isso, basta fazer uma denúncia no Procon, no site do Consumidor e no Observatório de Publicidade de Alimentos.

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O mundo inteiro passa por diversas crises econômicas, que refletem no bolso dos consumidores na hora de ir às compras. Mas parece que a inflação chegou também até às empresas produtoras de mercadorias de vários ramos.

Quem nunca foi ao mercado e pegou um produto que já estava acostumado a comprar, mas notou uma diferença no peso da embalagem?

Pois é, muitos compradores estão insatisfeitos e compartilhando sua indignação com a redução no tamanho das embalagens de produtos comuns em supermercados. Se fosse apenas a embalagem, tudo bem, porém muitas empresas estão usando táticas para reduzir a quantidade do produto e continuar lucrando.

Essas estratégias tentam contornar a alta dos preços das mercadorias, mantendo o mesmo valor, contudo reduzindo o produto. Isso não é ilegal, desde que seja avisado aos consumidores com informações nas embalagens. Mesmo assim, a prática tem sido alvo de críticas na internet, com postagens que protestam contra essas atitudes.

Redução nas embalagens

O nome que corresponde a esse tipo de prática é “reduflação”, ou seja, transparecendo a inflação pela redução da compra. Muitos usuários e consumidores se manifestam com brincadeiras e ironias, envolvendo pacotes de diversas marcas.

A usuária “rose_doo”, por exemplo, postou um meme em seu Twitter, no qual ironizava a estratégia da marca “Ypê” em reduzir a quantidade de um quilo seu produto para 900 g com a justificativa de facilitar o uso com um novo formato anatômico.

Este post, na verdade, é a resposta a outro, no qual o usuário “paulomorais81” denuncia a reduflação da “Fiat Lux”, que agora vende apenas 200 fósforos em seus pacotes, e não mais 240, como era anteriormente. Confira:

Então pessoal, Reduflação é o processo que produtos diminuem de tamanho ou quantidade e mesmo assim mantem o seu preço inalterado ou aumentado, dado esse termo ele é mais comum de se notar em produtos embalados. pic.twitter.com/IT8sAdZPmp

— Stephanon Muller (@Mullerando) May 10, 2022

Como isso ocorre?

Apesar do descontentamento, as marcas continuam impondo essas medidas, principalmente com o aumento do preço causado pela inflação. Entretanto, a fim de que possam fazer isso, devem atentar-se a algumas regras.

O aviso de redução deve estar claro nos pacotes, com letras maiúsculas e contrastando com as cores da embalagem, mas claro que muitos conseguem driblar isso, colocando em letras miúdas e no canto do produto.

Além disso, é preciso informar a quantidade reduzida em gramas ou números absolutos e a porcentagem também, mantendo por pelo menos seis meses.

Apesar disso, as marcas que assumem essa postura geralmente continuam sendo criticadas, já que quem mais sofre com isso são os consumidores, precisando gastar mais, para ter quantidades equivalentes ao que compravam antes.

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