No reino das extravagâncias de Dubai, onde o luxo e a inovação se encontram em cada esquina, uma novidade está chegando aos bares e restaurantes de alto padrão.

Imagine degustar sua bebida favorita com gelo proveniente de um iceberg ancestral da Groenlândia esculpido para uma experiência única.

Gelo da Groenlândia em Dubai? Sim, isso mesmo!

A empresa pioneira, Arctic Ice, está trazendo essa visão para a realidade.

Fundada por dois groenlandeses em 2022, a Arctic Ice tem como objetivo transformar um recurso natural em uma oportunidade econômica enquanto levanta a conscientização sobre a delicada situação do Ártico.

Sua abordagem é tão ambiciosa quanto controversa. Afinal, escavar icebergs nos fiordes próximos à capital da Groenlândia, Nuuk, pode parecer um empreendimento arriscado, mas, para Malik V. Rasmussen e sua equipe, é um compromisso com a autenticidade e a qualidade.

Cada pedaço de gelo é testado para garantir sua pureza antes de ser enviado a Dubai.

Iceberg na Groenlândia – Imagem: Canva Pro/Reprodução

Controvérsias por trás do empreendimento

O caminho da Arctic Ice não está livre de críticas. Muitos levantam preocupações sobre o impacto ambiental de transportar gelo por milhares de quilômetros em navios movidos a combustíveis fósseis.

Enquanto alguns questionam a necessidade desse luxo em um mundo que enfrenta desafios climáticos urgentes, Rasmussen da Arctic Ice discorda veementemente.

Para ele, as vantagens são claras: o gelo glacial antigo possui um sabor praticamente imperceptível, o que não interfere com as nuances das bebidas à medida que derrete, ao contrário do gelo convencional.

Além disso, a estrutura densa do gelo glacial resulta em um derretimento mais lento, prolongando a experiência do consumidor.

Mais do que apenas uma questão de paladar, Rasmussen acredita que oferecer gelo “intocado pela humanidade’ proporciona uma oportunidade valiosa para conscientizar sobre a fragilidade do Ártico e suas geleiras.

Apesar disso, os debates sobre o gelo da Groenlândia não se limitam ao sabor da bebida ou à estética do cubo. Eles nos convidam a refletir sobre nossa relação com o meio ambiente e o valor que atribuímos às suas maravilhas naturais.

A Arctic Ice está ciente dessas preocupações e promete buscar soluções inovadoras, como a adoção de navios híbridos e a compensação da emissão de carbono.

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Em 1986, ocorreu o desprendimento de uma extensa porção da costa da Antártida, que passou a flutuar livremente nas águas do oceano Antártico até se fixar no leito do Mar de Weddell. Identificado como A23a, esse iceberg manteve-se ancorado na região por um período que ultrapassou 30 anos.

Recentemente, a geleira retomou seu movimento, e especialistas alertam que, caso o iceberg A23a seja impulsionado pela Corrente Circumpolar Antártica, há a possibilidade de ele alcançar a costa da Geórgia do Sul.

Essa ilha encontra-se a pouco mais de 1.500 km da América do Sul e serve como local de reprodução para diversas espécies. Se o iceberg atingir a região, pode representar uma ameaça para a vida selvagem nos próximos anos.

Grande iceberg ameaça vida marinha

O A23a pode ser uma ameaça emergente para a fauna marinha – Foto: Getty Images/Reprodução

Quando o A23a se desprendeu da costa da Antártida, na década de 1980, ele não causou imediatamente preocupações.

Devido às suas dimensões, o iceberg encalhou no Mar de Weddell, situado entre a Antártida e a América do Sul, onde permaneceu ao longo das décadas seguintes.

Com uma extensão de quase 4 mil quilômetros quadrados e uma espessura de 400 metros (superior à altura do Empire State Building), o A23a só retomou seu deslocamento oceânico quando começou a derreter o suficiente para ultrapassar o leito do mar.

Esse processo teve início em 2020, quando os pesquisadores observaram um avanço significativo da geleira. Atualmente, o iceberg parece ter se desprendido completamente do leito do Mar de Weddell, assim avança a uma média de 5 km por dia.

Especialistas monitoram o A23a para determinar se ele seguirá a trajetória comum de outras geleiras, impelidas por correntes e ventos em direção ao Atlântico Sul. Tal rota é conhecida pelos pesquisadores como o “Beco das Geleiras”.

Ameaças à fauna

À medida que segue em direção ao Oceano Atlântico, o A23a causa diversas preocupações relacionadas aos potenciais impactos na vida selvagem.

A Geórgia do Sul, frequentemente palco de colisões com icebergs, é um local crucial para a reprodução de elefantes-marinhos, focas e pinguins-reis.

Em 2004, um iceberg com quase o dobro do tamanho do A23a encalhou próximo à ilha, o que bloqueou as rotas de alimentação de focas e pinguins. O incidente resultou em impactos ecológicos significativos na região.

Se o A23a continuar em direção a essa região, há o risco de gerar problemas semelhantes. A previsão é que o iceberg derreta o suficiente para se fragmentar em partes menores à medida que avança.

Embora seja o destino natural de todos os icebergs, cada um deles derrete em ritmos distintos, isso torna imprevisível o desfecho futuro do A23a nos próximos meses.

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O cenário polar é um universo em constante transformação, onde as massas de gelo são protagonistas de um espetáculo grandioso e imprevisível.

Recentemente, um evento singular capturou a atenção global: o maior iceberg conhecido desprendeu-se da plataforma de gelo antártica e iniciou sua primeira jornada significativa em mais de três décadas.

Esse gigante bloco de gelo ganhou destaque nos últimos dias, não apenas por sua imensidão, mas também por sua movimentação inédita, despertando questionamentos sobre os impactos ambientais, as mudanças climáticas e as consequências desse fenômeno para o ecossistema polar e para o planeta como um todo.

Para onde o maior iceberg do mundo está indo?

Imagem: União Europeia/Copernicus Sentinel-3/Twitter

O iceberg A23a, um colosso de gelo cujas dimensões se comparam às de grandes centros urbanos, como Nova York, é um fenômeno que desperta curiosidade e interesse científico há décadas.

Desde seu desprendimento da plataforma de gelo Filchner-Ronne, na Antártica Ocidental, em 1986, esse gigante permaneceu estático, em grande parte bloqueado, com sua porção submersa repousando no fundo do Mar de Weddell.

A recente descoberta, através de imagens de satélite, revelou uma notável mudança: o A23a está em movimento.

Após mais de 30 anos de imobilidade, o gigantesco bloco de gelo, com uma massa impressionante de quase um bilhão de toneladas, está navegando em direção à ponta norte da Península Antártica.

Esse deslocamento é impulsionado por ventos fortes e correntes marítimas poderosas, rompendo a inércia que o manteve praticamente estático por tanto tempo.

A magnitude desse evento vai além de sua dimensão física impressionante. Além de ter abrigado uma estação de pesquisa soviética no passado, o movimento desse iceberg suscita questões importantes sobre o impacto das mudanças climáticas na região polar e as possíveis repercussões para o ecossistema marinho e o clima global.

Os cientistas agora monitoram atentamente a jornada singular do A23a, analisando seu trajeto e comportamento. Mas afinal, para onde está indo esse colosso de gelo?

O iceberg, agora em movimento, seguirá em direção ao Oceano Antártico por meio da Corrente Circumpolar Antártica, integrando um corredor conhecido por abrigar outros icebergs semelhantes.

Essa rota, chamada de ‘corredor de icebergs’, é a direção provável para sua jornada, conforme o iceberg ganha impulso ao se deslocar, marcando um evento significativo após décadas de imobilidade.

“É raro ver um iceberg desse tamanho se movendo. Com o passar do tempo, ele provavelmente se afinou um pouco e adquiriu um pouco mais de flutuabilidade, o que permitiu que se levantasse do fundo do oceano e fosse empurrado pelas correntes oceânicas”, explica Oliver Marsh, glaciologista do British Antarctic Survey.

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O aquecimento global não é novidade. Nós acompanhamos o processo de descongelamento em todo o mundo. As geleiras na Suíça encolheram mais da metade nos últimos 85 anos, enquanto o gelo marinho do Ártico encolheu 40% desde 1978.

No entanto, cientistas apontaram um iceberg do tamanho de São Paulo (com cerca de 1.550 quilômetros quadrados) em imagens de satélite, mas não estão preocupados.

Comportamento natural

O British Antarctic Survey (BAS) informou que parte da plataforma de gelo Brunt da Antártica se quebrou.

“Este evento era esperado e parte do comportamento natural da plataforma de gelo, e não tem nada a ver com a mudança climática”, explicou o glaciologista Dominic Hodgson, da BAS.

Enormes rachaduras nessa camada, conhecidas como Chasm-1, se desenvolveram e se estenderam por vários anos, eventualmente rompendo o canto do triângulo e escapando para o Mar de Weddell. A interrupção ocorreu durante a maré alta de domingo, disseram os pesquisadores.

O Instituto Halley está localizado em Brandt. Depois que Chasm-1 começou a se expandir em 2016, a estação foi movida 23 quilômetros para o interior como precaução. É provável que o gelo se mova para o Mar de Weddell. Ele será nomeado mais tarde pelo US National Ice Center.

O professor Hodgson ainda explicou que essas rachaduras são comuns na orla antártica.

“As plataformas de gelo ao redor da Antártida são extensões, extensões flutuantes da camada de gelo da Antártica. Então, periodicamente, elas se projetam para o mar e se quebram.

Algumas das plataformas de gelo que se desprendem ao norte são resultados da mudança climática. Mas esta está mais ao sul. E é pior. A temperatura lá é bem abaixo de zero”, explicou.

“Portanto, não está ligado a nenhuma mudança nas temperaturas atmosférica ou oceânica.”

O British Antarctic Survey recentemente mudou sua estação para o interior. Se não tivessem feito isso, estariam flutuando no mar no novo iceberg.

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