O dispositivo eletrônico conhecido como Flipper Zero, que ganhou notoriedade entre os profissionais de segurança cibernética desde o seu lançamento em 2020, está agora proibido no Brasil pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) devido a sérias preocupações de segurança.

Este pequeno e versátil aparelho, que cabe na palma da mão, era apreciado por suas capacidades de avaliar a vulnerabilidade de dispositivos a invasões. No entanto, sua proibição está relacionada a possíveis usos indevidos que poderiam comprometer a segurança digital.

O que é o Flipper Zero?

Fonte: Flipper Zero/Divulgação

O Flipper Zero ganhou destaque por sua natureza de código aberto, que permite aos usuários fazer modificações para uma variedade de tarefas, como abrir fechaduras eletrônicas e clonar crachás.

O funcionamento é relativamente simples: após a ativação, o usuário emite um sinal de radiofrequência e interage com uma interface de tela laranja de 128 x 64 pixels, usando um teclado direcional. Isso possibilita uma série de ações, incluindo a exibição de informações capturadas, como chaves de acesso.

No entanto, essas características versáteis também levaram a preocupações significativas em relação ao uso potencialmente ilícito do dispositivo.

O Flipper Zero opera por meio de sinais de radiofrequência para avaliar a segurança de dispositivos eletrônicos. Assim, nas mãos erradas, pode ser usado para acessar dados de controle e operação, tornando-se uma ferramenta potencialmente perigosa.

As principais preocupações que levaram à proibição incluem a clonagem de crachás de acesso, a abertura não autorizada de fechaduras eletrônicas e a cópia de chaves de veículos.

Essas atividades poderiam comprometer a segurança de sistemas e infraestruturas críticas, levando à decisão da Anatel de proibir estritamente a utilização, venda e importação do Flipper Zero no Brasil.

Embora o dispositivo ainda seja amplamente utilizado em outros países, a proibição no Brasil reflete a crescente importância da segurança cibernética e a necessidade de regulamentações rigorosas para proteger informações sensíveis e sistemas eletrônicos no país.

A Anatel está trabalhando em estreita colaboração com autoridades de segurança para garantir o cumprimento dessa proibição e prevenir qualquer uso indevido do Flipper Zero em território brasileiro.

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Flipper Zero é um dos aparelhos mais comentados e famosos no TikTok atualmente. Por isso, não é incomum estar deslizando a timeline do aplicativo e se deparar com algum vídeo ensinando um truque que pode ser feito com o Flipper Zero.

Para quem ainda não viu um vídeo sobre ele, ou não sabe do que estamos falando, trata-se de um aparelho considerado multifuncional. Inclusive, ele é capaz de acessar redes de internet sem fio.

O aparelho pode emitir radiofrequência, parece um brinquedo e pode copiar informações de quase qualquer lugar, e é aí que mora o perigo. Por ser usado de forma ilícita por algumas pessoas, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) o proibiu no Brasil.

A proibição

O aparelho não poderá ter comercialização no País, isso porque, conforme a Anatel esclareceu, muitos usam o aparelho ilicitamente, e isso pode contribuir para crimes como roubo de informações importantes e pessoais.

A apresentação do produto no mercado e sua descrição soa como tendenciosa e apoia em parte as alegações feitas pela Anatel. A descrição do produto diz:

“Ele adora hackear coisas digitais, como protocolos de rádio, sistemas de controle de acesso, hardware e muito mais. É totalmente de código aberto e personalizável, para que você possa usá-lo da maneira que desejar.”

Um exemplo do que o aplicativo pode fazer está em um vídeo no TikTok. Na publicação, há o relato de como um usuário do aparelho pegou um cartão que recebeu para abrir a porta do condomínio onde mora e conseguiu copiar o código em chaveiros RFID comprados na internet.

Nos Estados Unidos, o aparelho custa US$ 200, e no Brasil, R$ 1.700. Desde 2019, houve a venda de 150 mil cópias do aparelho.

Até o momento, a Anatel mantém sua decisão a respeito do aparelho, alegando que, por ser capaz de clonar sinais de NFC, RFID e outras radiofrequências, o Flipper Zero oferece um perigo aos cidadãos, colocando-os em situação de risco.

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