A busca incessante e curiosidade por entender a perspectiva visual dos animais têm cativado cientistas de várias partes do mundo.

Recentemente, uma pesquisa colaborativa entre a University of Sussex, no Reino Unido, e a George Mason University, nos Estados Unidos, alcançou um marco significativo.

As instituições conseguiram desenvolver uma câmera, capaz de simular, com incríveis 90% de precisão, a forma como abelhas, pássaros e ratos veem o mundo ao seu redor.

Como funcionou o experimento?

É preciso lembrar que a visão dos animais é profundamente influenciada pelo espectro ultravioleta, uma dimensão da luz que escapa à percepção humana.

Enquanto os humanos enxergam tudo através do espectro visível, que se estende do vermelho ao violeta, muitas espécies animais veem além dessas fronteiras, incorporando o ultravioleta em sua visão.

A pesquisa, baseada em métodos de fotografia multiespectral, utilizou um sistema inovador que combina hardware e software. Um divisor de feixe separa a luz ultravioleta da luz visível, direcionando-as para duas câmeras diferentes.

O material gravado é processado para reproduzir a percepção de cor específica de determinados animais.

Tal abordagem não apenas alcançou uma exatidão científica notável, mas também se destaca por sua praticidade ao utilizar câmeras comercialmente disponíveis.

Comparando nossa visão com a dos animais, a pesquisa revelou insights fascinantes. Enquanto tentamos decifrar o mundo através de nossos olhos, os animais percebem o ambiente de maneiras únicas.

O que se descobriu?

Essa nova tecnologia permite mergulhar no universo visual de diversas espécies, revelando que:

• Aranhas enxergam ultravioleta e verde;

• Abelhas percebem o ultravioleta, azul e amarelo;

• Polvos veem somente o azul;

• Cobras detectam apenas infravermelho;

• Pássaros têm uma gama de cinco a sete cores não especificadas;

• Coelhos enxergam azul e verde;

• Ratos percebem o ultravioleta, azul e verde;

• Esquilos têm visão nas cores azul e amarelo.

Visão de uma abelha – Imagem: PLoS Biologia/Reprodução

A visão dos pássaros – Imagem: PLoS Biologia/Reprodução

Os resultados destacam a diversidade de percepções visuais na natureza, ressaltando a importância de compreendermos as diferentes formas pelas quais os animais experimentam o mundo.

Tal pesquisa não apenas aprofunda nosso conhecimento sobre o reino animal, mas também oferece ferramentas práticas para ecologistas, cineastas e pesquisadores explorarem a visualização do mundo pelos olhos de outras criaturas, proporcionando uma compreensão mais completa e precisa de seus ambientes e comportamentos.

O compromisso com o código aberto por parte da equipe de pesquisa promete avanços contínuos e adaptações que contribuirão para um entendimento cada vez mais refinado da visão animal.

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O fim do mundo é um assunto que sempre ronda o imaginário coletivo. Afinal, se acontecer um dia, o que faríamos? Essa é uma pergunta que, com certeza, já foi feita pela maioria das pessoas.

Inúmeras produções, como filmes, seriados e documentários, já tiveram o apocalipse como temática central. Elas sempre retratam, por exemplo, como ficariam os humanos remanescentes.

Para tentar chegar um pouco mais próximo da realidade, pesquisadores resolveram traçar cenários possíveis a partir do comportamento de jogadores em um game de RPG online.

Videogame como opção de experimento

Como você reagiria ao fim do mundo? – Foto: Internet/Reprodução.

Os resultados do experimento foram bem interessantes. Os jogadores foram submetidos a uma realidade virtual, enquanto o servidor apresentava a contagem regressiva dos dias.

A ideia, basicamente, foi se aproximar o máximo possível do que seria o sentimento em torno da iminência do apocalipse.

Os pesquisadores utilizaram o RPG multiplayer online ‘ArcheAge’ para fazer essa experiência.

Na fase beta, os jogadores tiveram a chance de realizar missões, explorar locais diferentes, interagir com outros players, formar grupos, caçar monstros, trocar e comercializar tesouros. Esse período de análise foi de 11 semanas.

Ao final, os jogadores foram informados de que o servidor seria desligado e tudo que eles tinham conquistado seria apagado para sempre. Basicamente, a intenção foi decretar o fim daquele mundo específico.

As reações

A sensação de que não haveria um “amanhã” gerou uma reação interessante entre os participantes do jogo. Eles, praticamente, deixaram de fazer qualquer coisa produtiva.

Os resultados foram publicados no Proceedings of the 26th International Conference on World Wide Web Companion.

Mais de 270 milhões de ações foram analisadas pelos pesquisadores. Elas mostraram uma queda brusca nas atividades, assim que dada a notícia de que o servidor seria pago. Tudo paralisou.

Houve ainda um grupo de jogadores que se dispôs a executar atividades, até então, não vistas no jogo. Isso incluiu, por exemplo, ataques violentos a outros companheiros.

De imediato, muitos deixaram de acessar o servidor do ‘ArcheAge’, enquanto outros seguiram mantendo contatos via chat até tudo ser apagado.

Isso, na visão dos pesquisadores, demonstrou o aspecto sentimental desenvolvido por alguns.

Os resultados, na visão dos pesquisadores, é um retrato de como seriam os comportamentos e reações da humanidade, diante da confirmação do fim do mundo. E você? Como reagiria ao apocalipse?

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Uma pesquisa recente da Universidade Eötvös Loránd, localizada na Hungria, está mudando nossa compreensão sobre os processos cognitivos dos cães enquanto dormem.

O estudo revela que, assim como humanos e outros mamíferos, os cães também são capazes de processar estímulos variados durante o sono profundo.

Descobertas sobre o sono canino

Imagem: Alexander’s Image

Segundo os pesquisadores, a habilidade de processar informações do ambiente durante o repouso é fundamental para a sobrevivência de várias espécies de mamíferos. Este novo estudo fornece dados adicionais sobre o tema, preenchendo uma importante brecha acadêmica acerca do comportamento canino durante o sono.

Para a realização do experimento, um grupo de 13 cães foi equipado com dispositivos de eletroencefalografia (EEG), que medem a atividade elétrica do cérebro. Durante a fase de sono profundo, esses cães foram expostos a uma série de sons diversificados, que incluíam tanto vocalizações caninas quanto vozes humanas.

Surpreendentemente, os dados coletados mostraram que os sons produzidos por seres humanos despertavam respostas cerebrais mais positivas nos cães do que os emitidos por seus pares caninos. A pesquisa também indica que os cães são capazes de diferenciar entre diferentes tipos de sons e as emoções que eles podem transmitir.

Cérebro dos cães durante o sono

“Esses achados apontam para uma complexidade anteriormente subestimada no processamento cerebral dos cães durante o sono”, comentou um dos pesquisadores envolvidos. “Eles não apenas escutam, mas também interpretam e reagem a diferentes tipos de estímulos emocionais e sociais durante o sono profundo”.

Esta pesquisa pode ter implicações significativas para a compreensão da cognição canina, bem como para os tratamentos comportamentais de cães. Além disso, levanta questões intrigantes sobre as semelhanças cognitivas entre diferentes espécies de mamíferos.

O estudo abre caminhos para futuras investigações em um campo que continua a fascinar cientistas e amantes de animais, enquanto nos faz repensar o que realmente sabemos sobre nossos melhores amigos de quatro patas.

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A ideia de espécies híbridas tem intrigado a imaginação humana ao longo dos séculos. Essas criaturas nascem do cruzamento de duas espécies distintas, mas que compartilham semelhanças genéticas suficientes para gerar descendentes vivos.

Tais híbridos raramente ocorrem de forma natural, mas podem ser criados artificialmente, dando origem a casos curiosos, como o ligre (cruzamento entre leão e tigresa) e até mesmo o suposto “chimpanzomem”, um híbrido de humano e chimpanzé.

Uma ideia perturbadora e um experimento

A ideia de um híbrido entre humano e chimpanzé pode parecer chocante, mas existe há décadas. O biólogo russo Ilya Ivanovich Ivanov foi a primeira pessoa a levar essa proposta a sério no início do século 20.

Imagem: Reprodução/Wikipedia Commons

Em 1920, ele supostamente inseminou uma fêmea de chimpanzé com esperma humano, embora a gravidez não tenha resultado em um nascimento bem-sucedido.

Ivanov também tentou o inverso, usando esperma de chimpanzé em mulheres voluntárias. No entanto, suas experiências foram interrompidas pelo governo soviético, que o exilou no Cazaquistão.

O caso americano

Nos Estados Unidos, um psicólogo evolucionista chamado Gordon G. Gallup Jr. afirma ter ouvido falar de um experimento realizado no Yerkes National Primate Research Centre na década de 1920, que teria resultado em um híbrido humano-chimpanzé.

Segundo Gallup, a gravidez foi bem-sucedida, porém, o bebê híbrido foi sacrificado após algumas semanas devido a preocupações morais e éticas.

Embora Gallup mencione que seu informante era um cientista respeitado, não existe evidência concreta que comprove a existência desse experimento bizarro.

Implicações genéticas

Do ponto de vista genético, humanos e chimpanzés compartilham quase 99% do DNA, apesar de terem se separado como espécies há cerca de 4 a 7 milhões de anos.

Mesmo a diferença no número de cromossomos (os humanos têm um par a menos) não impediria, teoricamente, a geração de um híbrido vivo. Um exemplo disso é o cavalo de Przewalski, que possui 33 pares de cromossomos e pode gerar descendentes quando cruzado com cavalos domésticos, que têm 32 pares.

No entanto, até o momento, não há evidências sólidas de que um chimpanzé-homem tenha realmente existido. Essa ideia permanece como um mistério intrigante, oscilando entre a ciência e a lenda.

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Já pensou na possibilidade de contribuir para a ciência aeroespacial enquanto relaxa em uma cama e ainda é financeiramente recompensado por isso?

Recentemente, um estudo realizado na França contou com a participação de 12 homens corajosos que aceitaram esse desafio experimental.

Cada participante recebeu em torno de 18 mil euros, equivalente a R$ 100 mil para ficar deitado na cama sem fazer nada. No entanto, era necessário fazer isso ao longo de dois meses.

Nesse momento, você deve estar se questionando qual é o real objetivo desse experimento e é isso que te contaremos a seguir. Confira!

Participantes de estudo ficaram dois meses deitados

Fonte: TV Globo/Reprodução

O estudo teve como objetivo principal compreender os efeitos do ciclismo ao ar livre no corpo humano, visando contribuir para a segurança e o bem-estar das tripulações espaciais.

Como parte dos esforços contínuos da Agência Espacial Europeia (ESA) em explorar o espaço por meio de experimentos imersivos, essa pesquisa específica buscou entender os impactos do ciclismo em condições simuladas de gravidade zero.

Dessa maneira, os participantes masculinos foram divididos em três grupos distintos para o experimento, com cada grupo sendo submetido a diferentes condições.

O primeiro grupo não realizou nenhuma atividade de ciclismo. Já o segundo grupo pedalou diariamente por trinta minutos. O terceiro grupo combinou o ciclismo com períodos de giro na centrífuga.

Durante o experimento, todos os participantes permaneceram deitados e se inclinavam apenas para se alimentar. Esses participantes foram acompanhados diariamente por psicólogos e foram feitas avaliações e análises constantes.

Gravidade zero afeta os ossos e músculos

A pesquisadora responsável pelo experimento destaca que estudos anteriores já demonstraram que os ossos e a força muscular são afetados em condições de gravidade zero.

Ela conclui que esses efeitos também podem impactar o coração e isso é tudo o que não precisamos quando falamos em programas aeroespaciais. Afinal, a ideia é que os astronautas estejam em plenas condições físicas para trabalhar.

Dessa forma, o estudo visa ampliar nosso conhecimento sobre os efeitos do ciclismo em um ambiente espacial simulado.

Esse estudo proporciona informações importantes para a compreensão dos efeitos físicos e fisiológicos que as atividades físicas podem ter quando os tripulantes irem ao espaço, contribuindo para o aprimoramento da segurança e da saúde das tripulações durante suas missões.

Você participaria deste estudo?

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Uma pesquisa publicada na Proceedings of the National Academy of Sciences of the United States of America (PNAS) mostrou que uma equipe de cientistas, liderados por David M. Gamm, criou em laboratório células fotorreceptoras. Elas são capazes de se ligarem a outras células oculares, formando sinapses nervosas.

Em outras palavras, a equipe conseguiu realizar a criação de células capazes de se juntar a outras células já presentes no olho humano. Isso possibilita o tratamento de muitas doenças oculares.

O trabalho dos cientistas foi entregue para editoração do PNAS em 5 de agosto de 2022. Mas a publicação aconteceu no início deste ano, no dia 4 de janeiro.

Criação de organoide

A pesquisa tem como título “Re-formation of synaptic connectivity in dissociated human stem cell-derived retinal organoid cultures”. Em tradução literal: “Re-formação da conectividade sináptica em culturas de organoides da retina derivadas de células-tronco humanas dissociadas”.

Os cientistas responsáveis pela pesquisa já haviam realizado uma experiência similar em 2014. Na ocasião, conseguiram, por meio da utilização de células-tronco, criar um organoide capaz de simular a função e a forma de uma retina real.

Contudo, o diferencial da nova experiência foi conseguir assimilar outras células oculares que não fazem parte do organoide que criaram.

Quando obtiveram sucesso com a criação do organoide, Gamm e os outros pesquisadores precisavam compreender se o conjunto de células criadas seria capaz de fazer sua ligação novamente, caso houvesse separação. Ou, ainda, se seriam capazes de se interligar com outro conjunto de células de mesma função. Caso isso fosse possível, o conjunto de células fotorreceptoras poderia se unir a retinas humanas para conseguir recobrar parte das funções perdidas por algum tipo de doença.

Para que isso aconteça, é necessário que as células criadas em laboratório sejam capazes de realizar a união por meio dos axônios, que são as extensões das células que se unem umas às outras. Mas, além da conexão via axônios, é necessário que eles criem sua rede neural por meio das sinapses. Em resumo, os axônios são como fios que ligam as células, e as sinapses são a energia que passa por esses “fios”. Essa energia são os comandos ou a linguagem das células.

Para testar as sinapses criadas, os pesquisadores introduziram no processo o vírus da raiva e deixaram que ele agisse por uma semana. Caso o experimento fosse um sucesso, o vírus migraria pelas células utilizando as sinapses como canal de movimentação.

Enfim, conforme esperavam Gamm e seus companheiros, o vírus ficou migrando entre as células na semana em que ocorreu sua introdução, confirmando o sucesso da experiência.

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