Escritores enfrentam um dilema moderno: abraçar a inteligência artificial (IA) como ferramenta de inovação ou encará-la como concorrência desleal. É o que revela um estudo inovador da Universidade de Nova York, apresentado na conferência ACM CHI.

Os pesquisadores entrevistaram 25 escritores experientes, evidenciando suas diversas reações à IA. Com uma média de 17 anos de carreira, esses escritores possuem ao menos um ano de experiência no uso de ferramentas de IA.

As respostas à tecnologia variam, desde rejeição até integração total. As reações refletem a complexidade da profissão em tempos de transformação digital.

Estratégias dos escritores frente à IA

A pesquisa utilizou a teoria do job crafting para elucidar como os escritores moldam seus papéis. Quatro estratégias principais foram identificadas, as quais listamos abaixo.

Duas delas, a resistência e expansão humana, buscam valorizar a identidade e presença do trabalho humano.

1. Resistência: foco na identidade e visibilidade do trabalho humano.
2. Localização humana: enfatiza nichos que apreciam o toque humano.
3. Expansão com IA: adoção da IA como parte do processo criativo.
4. Delegação com IA: transferência de tarefas rotineiras para a tecnologia.

Abraçar a IA ou combatê-la?

A rivalidade com a IA surge principalmente entre os resistentes, que se esforçam para se destacar em áreas onde a tecnologia ainda é limitada, como em contextos culturais específicos. E

m contrapartida, os adeptos demonstram habilidade no “trabalho gerencial de IA”, aprimorando prompts e resultados. No cenário atual, a automação está reformulando estruturas de trabalho.

Ferramentas como o ChatGPT, por exemplo, têm substituído equipes editoriais. Este fenômeno desafia os escritores a decidir: disputar com a IA ou aproveitá-la para revolucionar suas carreiras.

Os autores do estudo sugerem a criação de comunidades colaborativas entre resistentes e adeptos. Essa troca de experiências pode enriquecer o aprendizado e adaptação das práticas profissionais frente às mudanças rápidas que a tecnologia impõe.

Inteligência artificial pode dar fim aos escritores?

Foto: iStock

Essa pergunta está em alta, e com razão. Com os avanços da inteligência artificial, será que os escritores vão desaparecer? A resposta mais sincera é: não. Mas o jeito de ser escritor talvez nunca mais seja o mesmo.

Por que os escritores continuam essenciais:

• Humanidade insubstituível

Um bom texto nasce de quem vive, sente, observa. Escritores criam com base em experiências reais, dores, alegrias, visões de mundo que a IA, por mais sofisticada que seja, simplesmente não tem. O leitor sente essa diferença — e valoriza.

• A voz que só o autor tem

Cada escritor tem uma marca, um estilo, um ritmo próprio que vai além da técnica. É isso que faz Clarice soar como Clarice, García Márquez ser inconfundível, Sally Rooney tocar de um jeito que só ela consegue. A IA pode até imitar, mas nunca ser.

• Histórias que carregam alma:

Narrativas profundas exploram camadas sutis da psique humana, da cultura, da ética. São textos que lidam com o que é ser humano — e isso ainda está fora do alcance das máquinas.

O que a IA pode (e vai) mudar:

• Mais histórias, mais concorrência

Com a IA escrevendo contos, roteiros e até romances inteiros em segundos, a produção literária pode explodir — especialmente em gêneros comerciais. Isso significa mais competição e mais barulho no mercado.

• Ferramenta de criação, não substituição

Muitos escritores já estão usando IA como apoio: para destravar ideias, testar diálogos, revisar textos. Ela vira uma espécie de “parceira silenciosa” no processo criativo. Útil, mas longe de roubar o protagonismo.

• A nova valorização do toque humano

Quanto mais textos “genéricos” a IA lançar, mais vão se destacar aqueles que têm alma, personalidade e profundidade. Obras com “assinatura humana” devem se tornar ainda mais preciosas — talvez até ganhem um selo só delas.

No fim das contas:

Os escritores não vão sumir, mas o mundo ao redor deles está mudando rápido. Quem não se adaptar pode ficar para trás. A criatividade humana ainda reina, mas agora divide espaço com uma nova presença.

O futuro da literatura? Parece mais uma parceria do que um duelo: seres humanos e inteligências artificiais escrevendo lado a lado, enquanto os leitores afinam o olhar para saber o que veio da alma… e o que veio da máquina.

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Apontar qual é o seu escritor favorito, se você for um fã de literatura, é uma tarefa bastante fácil.

Contudo, existem alguns nomes que não são conhecidos pela maioria das pessoas, mas são uma adição obrigatória na sua biblioteca.

Entre tantos escritores famosos, há alguns que se destacam e podem ser uma excelente escolha de leitura.

4 escritores que você precisa conhecer

Conhecer novos escritores é sempre uma excelente escolha. Esses quatro escritores possuem uma qualidade altíssima que os destaca no mercado literário e são ótimas indicações para você.

1. Jarid Arraes

Jarid Arraes possui escrita marcada pelo culturalismo – Imagem: Jarid Arraes/Reprodução

Jarid Arraes é uma voz marcante na literatura brasileira contemporânea.

Nascida em Juazeiro do Norte, Ceará, ela traz em sua escrita a força das tradições orais e a riqueza cultural de sua região, combinando-as com temas universais como identidade, gênero e resistência.

Entre seus trabalhos mais notáveis está o livro ‘Redemoinho em Dia Quente’, uma coleção de contos que explora a vida de mulheres nordestinas, suas lutas, desejos e sonhos, mostrando a diversidade e complexidade de suas existências.

2. Felipe Sali

Felipe Sali é um fenômeno da literatura infantil-juvenil – Imagem: Amazon/Reprodução

Felipe Sali é um autor brasileiro que tem se destacado no cenário literário contemporâneo.

Iniciando sua jornada literária ainda na plataforma de escrita e leitura Wattpad, hoje já possui livros publicados e planeja expandir ainda mais o seu universo.

‘Mais Leve que o Ar’ é um romance situado no reino fictício de Amberlin, onde a magia e a ciência antiga da física coexistem.

A trama gira em torno de Melissa, uma camponesa que conjura flores, e Pablo, um jovem inventor determinado a criar o primeiro objeto voador.

3. Harper Lee

Harper Lee faleceu em 2016 – Imagem: Chip Somodevilla/Getty Images

Harper Lee, uma figura emblemática na literatura americana, é amplamente reconhecida por sua obra-prima, ‘O Sol é para Todos’, publicada em 1960.

Este romance, que se tornou um clássico imediato, mergulha nos temas do racismo, da injustiça e dos desafios do crescimento, tudo visto pelos olhos de Scout Finch, uma menina crescendo no sul segregado dos Estados Unidos durante a Grande Depressão.

4. Maya Angelou

Escritora nos deixou em 2014 – Imagem: Revista Cult/Reprodução

Maya Angelou, nascida Marguerite Annie Johnson em 1928, foi uma poeta, escritora, atriz, cantora e ativista dos direitos civis, cuja vida e obra exploraram temas como identidade, raça e resiliência feminina.

Uma de suas obras mais conhecidas é ‘Eu sei por que o pássaro canta na gaiola’ (1969), sua autobiografia que aborda sua infância e adolescência, enfrentando temas difíceis como racismo, traumas, superação e crescimento pessoal.

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Recentemente, o nome de Franz Kafka (1883-1924), um dos eminentes escritores do século 20, tornou-se alvo de controvérsia nas redes sociais, evoluindo para um tipo de linchamento virtual.

Nem mesmo Kafka poderia prever que, após quase um século desde a sua morte, a sua vida sexual se tornaria pauta importante na web.

Com muitas obras renomadas como ‘A Metamorfose’, ‘O Processo’, ‘Carta ao Pai’ e ‘O Castelo’, Kafka viralizou nas redes sociais — e não ganhou repercussão pela literatura.

No início de fevereiro, dia 1º, detalhes específicos sobre a vida íntima de Kafka atraíram a atenção dos internautas, quando começaram a pesquisar o motivo pelo qual o autor não havia se casado.

Franz Kafka, famoso escritor de ‘A Metamorfose’ – Imagem: Reprodução

Vida sexual de Kafka virou debate

A discussão teve início quando ganhou destaque nas redes sociais a captura de tela de uma pesquisa no Google que questionava o motivo do autor não ter se casado.

A indagação faz todo sentido, mesmo que o cancelamento atual seja completamente inviável, já que o autor faleceu há décadas.

Ainda assim, a internet considerou outro fato curioso, que o escritor manteve um relacionamento sério com Felice Bauer, com quem trocava cartas.

Mesmo tendo ficado noivos, o casamento nunca se concretizou. Além disso, Kafka também ficou noivo da camareira Julie Wohryzek. Não ter levado as duas ao altar, naquela época, gerou curiosidades em 2024.

O que realmente capturou a atenção dos internautas foi um relato fornecido por Max Brod, não apenas um amigo próximo, mas também o guardião de toda a obra de Kafka.

Segundo Brod, o escritor foi atormentado pelo desejo sexual, o que levantou suposições sobre a escolha de vida que o renomado autor levou.

Simultaneamente, Rainer Stach, autor de ‘Kafka: os anos decisivos’, expôs o lado mulherengo de Franz. Por receio de falhar na intimidade, o escritor frequentava bordéis e era impulsionado por seu interesse em pornografia.

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A indústria dos quadrinhos é extremamente tradicional não só no Brasil, mas no mundo todo. Sua história passa por diversos momentos e é marcada pelo surgimento de inúmeros personagens, como super-heróis e outras figuras conhecidas do meio cinematográfico.  

Mas, por volta dos anos 2000, os quadrinhos viviam uma enorme incerteza, uma vez que a expansão da tecnologia e, consequentemente, a diminuição da procura e do interesse dos leitores pelos impressos causava um certo receio nas editoras, e alguns empresários chegaram até a temer irem à falência.  

Diante das oscilações e dúvidas, surge Michael Chabon, trazendo consigo o resgate da riqueza do espírito dos quadrinhos e mostrando verdadeiramente o que era uma HQ.  

Quem é Michael Chabon?

Foto: Reprodução

O escritor americano Michael Chabon é mestre em escrita criativa pela Universidade da Califórnia. Em sua rica trajetória, escreveu livros de muito sucesso, como “As Incríveis Aventuras de Kavalier e Clay”, sendo inspirada na história de uma ilusionista e escapista do desenhista Jim Steranko, que atuou na revista de Nick Fury e S.H.I.E.L.D, rendendo o Prêmio Pulitzer a ele em 2001.  

Chabon também esteve nas aventuras do “Escapista”, realizou também alguns roteiros para o cinema, como o texto de “Homem-Aranha 2”, por exemplo. Além disso, trabalhou em causas judaicas no The New York Times.  

Sobre seu manifesto  

O texto escrito por Michael Chabon aborda as razões verdadeiras de os leitores mais velhos terem desistido de ler quadrinhos, além do fato de o público mais jovem nem se interessar.

Um dos pontos presentes no manifesto aborda a questão de as editoras terem criado uma competição de consumo com itens tecnológicos, enfatizando que tanto a Marvel quanto a DC já estavam pecando na qualidade com seus leitores.  

A seguir, destacamos alguns trechos do manifesto:  

“Muitos editores dirão a você que há muita competição pelo dinheiro pueril hoje em dia, e que os quadrinhos inevitavelmente perderão para videogames, filmes carregados de efeitos especiais, Internet etc. Sinto muito, embora haja certa verdade nessa afirmação, eu simplesmente não a aceito.”

“Acho que é uma desculpa insatisfatória.”    

“Nos primórdios dos quadrinhos, de fato, ao contrário de agora, havia todo tipo de coisa para fazer, que, além de divertir, não exigia a supervisão de um adulto e era absolutamente gratuita. E não há competição com o que é de graça.”  

Esses são alguns trechos do manifesto de Michael Chabon a respeito do que ele considera ser o fracasso das HQs.  

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