O desperdício de alimentos é um problema que se intensifica em várias partes do mundo, inclusive em Portugal.

Segundo a mídia internacional, cada português desperdiça, em média, 184 quilos de comida anualmente, e a interpretação equivocada das datas de validade é um dos fatores que agrava essa situação.

Isso porque muitos consumidores não sabem distinguir entre os diferentes rótulos, como “consumir até” e “consumir de preferência antes de”.

Essa confusão, por sua vez, faz com que cerca de 40% dos portugueses descartem alimentos ainda próprios para consumo.

A diferença entre ‘Consumir até’ e ‘Consumir de preferência até’

Foto: Shutterstock

Aprender a diferença entre essas indicações pode reduzir significativamente o desperdício. Isso se torna essencial principalmente em tempos de preocupação ambiental e econômica.

Entenda a seguir essa diferença:

• O significado de ‘Consumir até’

O rótulo “consumir até” indica a data limite para consumo seguro, especialmente em alimentos perecíveis, como carnes e laticínios. Após essa data, o produto pode não ser mais seguro.

• O significado de ‘Consumir de preferência antes de’

Já a expressão “consumir de preferência antes de” sugere até quando o alimento mantém sua qualidade ideal. Após essa data, ele ainda pode ser consumido, ainda que com possíveis alterações na textura ou sabor.

Medidas práticas contra o desperdício

Para minimizar o descarte desnecessário, é aconselhável usar os sentidos na avaliação dos alimentos. A prática “Observar, cheirar, provar” é um guia prático e eficaz.

Além disso, atente-se às seguintes práticas:

• Observar: verifique se há mofo ou descoloração.
• Cheirar: avalie se o odor é característico.
• Provar: prove uma pequena porção para checar o sabor.

Esses passos simples podem ajudar a identificar se o alimento ainda está apto para consumo.

Compreender corretamente essas datas não só previne o desperdício, mas também contribui para a economia doméstica. Além disso, evita-se o consumo de produtos potencialmente prejudiciais à saúde, promovendo um comportamento mais sustentável.

Conscientizar-se sobre essas diferenças é essencial para um consumo responsável e para a preservação dos recursos naturais. Assim, cada um pode fazer sua parte na redução do impacto ambiental e na melhoria das finanças pessoais.

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Em 2023, uma preocupante estatística revelou que 35% do excesso de alimentos nos supermercados dos Estados Unidos encontraram seu destino em aterros sanitários. Apesar dos esforços contínuos, ainda há desafios significativos na gestão eficaz de produtos alimentícios.

A utilização de inteligência artificial (IA) tornou-se uma prática comum entre as mercearias americanas, na tentativa de prever e ajustar os estoques de forma mais eficiente. No entanto, muitos alimentos continuam a passar despercebidos, o que leva ao desperdício inevitável.

Alguns varejistas, como Food Lion e Trader Joe’s, adotam ações benéficas ao doar alimentos para bancos locais. Mesmo assim, uma parcela expressiva ainda é descartada, o que chama a atenção para a necessidade de soluções mais integradas.

Supermercados têm obrigação de se livrar de produtos fora da validade – Imagem: reprodução/Hanson Lu/Unsplash

O que acontece com produtos fora da validade?

Quando um produto está próximo do vencimento, é comum que os supermercados o realoquem em seções de ofertas. Caso não seja vendido, uma parte significativa é doada como ração animal ou mesmo descartada.

O Walmart, por exemplo, destaca-se ao afirmar que busca reduzir o desperdício a zero no futuro. A gigante do varejo já colaborou com doações expressivas, inclusive mais de 315,7 milhões de quilos de alimentos em 2022.

Defesa ao consumidor em Santa Catarina

Em Santa Catarina, a Lei Nº 17.132/2017 protege os consumidores que encontrarem produtos vencidos nas prateleiras. A norma garante a eles um item semelhante gratuitamente, uma ação que reforça a vigilância sobre a validade dos alimentos. Para isso:

• A reclamação deve ser feita antes da compra;

• O consumidor tem direito a um produto similar, mesmo com vários itens vencidos.

• As informações sobre a lei devem estar visíveis nos estabelecimentos.

Os consumidores podem contar com o PROCON-SC em caso de irregularidades. Seja via telefone, WhatsApp ou presencialmente, o órgão oferece suporte para assegurar os direitos dos cidadãos catarinenses.

Em 2019, o projeto de lei (PL) 1386/2019, criado pelo deputado federal Fabio Schiochet (PSL-SC), foi discutido com a mesma intenção da lei catarinense, mas com vigência em todo o país. No entanto, no mesmo ano, o PL foi arquivado.

Embora os desafios permaneçam, os esforços contínuos revelam um compromisso crescente com a redução do desperdício e a promoção de práticas de consumo mais responsáveis.

A vigilância e a colaboração entre governos, empresas e consumidores são essenciais para avançar nessa missão.

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