O Discord, aplicativo online amplamente utilizado por jovens e jogadores de videogames, tem sido alvo de polêmicas nos últimos dias.

Uma reportagem do programa “Fantástico” expôs casos de usuários brasileiros que violentaram e humilharam meninas menores de idade em transmissões ao vivo na plataforma.

Discord tem enfrentado enorme onda de denúncias

Imagem: CNBC/Reprodução

Além disso, o Discord tem enfrentado uma série de denúncias relacionadas a grupos que promovem conteúdo abominável, como exploração sexual, pedofilia, automutilação, racismo, maus tratos de animais e incitação a assassinatos, bem como vazamento de informações confidenciais.

Embora o Discord tenha afirmado que trabalha para combater esse tipo de conteúdo, especialistas apontam que a plataforma se tornou um ambiente propício para a disseminação de crimes sexuais e violência, comparando-a a uma versão mais leve do controverso fórum anônimo 4chan, conhecido por compartilhar teorias conspiratórias de extrema direita.

No final de 2021, o Discord contava com mais de 150 milhões de usuários ativos mensais e foi avaliado em US$ 14,7 bilhões, de acordo com a fornecedora de dados de mercado PitchBook.

Mas, afinal, o que é Discord?

Lançado em 2015, o Discord é uma plataforma de comunicação social e mensagens que conquistou popularidade entre os jovens e jogadores de videogames.

O aplicativo permite conversas em texto, voz e vídeo e funciona por meio de servidores e canais, onde os usuários podem participar de comunidades específicas com interesses em comum.

A popularidade do aplicativo

Fabio Assolini, diretor da Equipe Global de Pesquisa e Análise da Kaspersky, fala sobre o Discord:

“A plataforma começou a ficar bastante nichada com os gamers, atraindo um grande público adolescente; depois muitos Youtubers e criadores de conteúdo começaram a usar servidores do Discord para estreitar a relação com a sua comunidade.

É um aplicativo muito bom para organizar as informações, onde você pode automatizar muitas das funções usando Bots, limites de compartilhamento de arquivos maiores, sendo uma plataforma muito versátil.”

Apesar de oferecer uma variedade de recursos e facilidade de uso, o Discord tem sido associado a casos de exploração e violência, principalmente devido à falta de moderação efetiva dos conteúdos postados.

Embora a idade mínima exigida pelo Discord seja de 13 anos na maioria dos países, incluindo o Brasil, isso não é o suficiente.  É preocupante a presença de menores de idade em grupos que misturam usuários adultos, permitindo o acesso a conteúdos inapropriados.

Diante das denúncias recentes, o Discord tem enfrentado investigações por parte dos Ministérios Públicos estaduais de São Paulo, Minas Gerais e Rio Grande do Sul, além do Ministério Público Federal, que apura casos de pornografia infantil.

Embora a empresa afirme colaborar com as autoridades em situações de perigo imediato ou autoflagelação, críticas são direcionadas à falta de cooperação nas investigações e à ausência de armazenamento de parte do conteúdo, como as chamadas de vídeos ao vivo.

Para garantir o uso seguro do Discord, especialistas recomendam a utilização de antivírus e softwares de controle parental, a fim de proteger os usuários de malwares e limitar o acesso a conteúdos inadequados.

Futuro do Discord no Brasil é incerto

O futuro do Discord permanece incerto diante das investigações em andamento e da pressão para uma moderação mais eficiente.

Embora o projeto de lei das fake news atualmente não inclua o Discord, que possui cerca de 3 milhões de usuários ativos no Brasil, é possível que haja modificações no texto para abranger a plataforma.

No momento, a responsabilidade pelo Discord recai sobre a empresa de capital fechado, comandada pelos fundadores Jason Citron e Stanislav Vishnevskiy, que obtém receita por meio da venda de recursos premium dentro do aplicativo e investimentos de fundos especializados em tecnologia.

Diante dos desafios enfrentados pelo Discord, é necessário um esforço conjunto entre a plataforma, autoridades e usuários para garantir a segurança e a integridade da comunidade online, especialmente no que diz respeito à proteção de menores de idade contra abusos e crimes virtuais.

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Nos últimos anos, o mundo do entretenimento tem sido palco de um movimento crescente em relação à denúncia de abusos e assédio moral. Infelizmente, um novo caso abalou a indústria cinematográfica, desta vez contra o ator de “Bastardos Inglórios“.

O renomado ator, diretor e produtor, Til Schweiger, foi acusado por não menos que 50 pessoas envolvidas em seu último projeto cinematográfico. Segundo a revista alemã Der Spiegel, o ator foi acusado de ter comportamentos abusivos durante as gravações de sua nova comédia “Manta, Manta – Zwoter Teil”, dirigida por ele mesmo.

Ator de ‘Bastardos Inglórios’ nega acusações de abuso moral 

Depois de ser acusado por 50 profissionais que trabalharam com ele em seu último filme, Shweiger nega as denúncias dos colegas de set. No entanto, o Schweiger também foi acusado de agredir o rosto de uma pessoa que criticou sua forma de dirigir!

A revista ainda revelou que o comportamento do artista seria um “grande segredo” da indústria do cinema da Alemanha, por causa de sua relevância na história da sétima arte no país.

A denúncia da revista também aponta que os casos de abusos morais aconteciam com frequência há mais de dez anos, mas que tomaram proporção ainda maior depois que Schweiger ficou mais famoso.

A atriz Caroline Peters (de “Andando sobre as águas”) falou sobre as denúncias e se mostrou aliviada pelas atitudes agressivas do diretor estarem se tornando públicas.

“Finalmente isso será debatido em público. As pessoas, a partir de agora, não precisarão lidar com esse comportamento sozinhas.”

O ator e diretor negou as acusações divulgadas pela revista e alegou que a publicação está levantando rumores a respeito de situações antigas que já foram resolvidas.

Além disso, a advogada de Schweiger acusou a Der Spiegel de publicar as denúncias sem dar a chance de defesa ao ator.

Imagem destacada: Denis Makarenko/Shutterstock

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