Pesquisadores da Universidade de Cambridge descobrem uma intrigante possibilidade: nela, cometas estariam atuando como verdadeiros “mensageiros da vida” entre planetas, transportando elementos moleculares essenciais para a formação da vida em lugares diferentes do espaço sideral.

Segundo o estudo, para que os cometas liberem material orgânico intacto, eles devem viajar a velocidades relativamente lentas, ou seja, a menos de 15 quilômetros por segundo.

Esse fenômeno ocorreria principalmente em sistemas planetários compactos, nos quais os cometas poderiam “saltar” de uma órbita para outra, desacelerando o suficiente para liberar moléculas precursoras da vida ao atingirem a superfície de um planeta.

Possibilidade de vida além da Terra se expande

Publicado na revista Proceedings of the Royal Society A, o estudo destaca a importância desses sistemas compactos na busca por vida além do nosso sistema solar, sugerindo que a chegada de cometas pode ser crucial para a origem da vida.

Imagem: Shutterstock/Marko Aliaksandr

Cometas são conhecidos por conter aminoácidos, vitamina B3 e cianeto de hidrogênio (HCN), moléculas fundamentais para a formação da vida. A resistência do HCN a altas temperaturas aumenta a possibilidade de sua sobrevivência durante a entrada na atmosfera, contribuindo para o debate sobre a origem da vida não apenas na Terra, mas em outros planetas da galáxia.

Richard Anslow, do Instituto de Astronomia de Cambridge, ressalta que essas moléculas podem ter desempenhado um papel crucial na origem da vida na Terra, abrindo possibilidades similares para outros planetas.

Contudo, os pesquisadores não afirmam que os cometas sejam essenciais, mas buscam entender os tipos de planetas onde cometas poderiam transportar com sucesso moléculas complexas.

No sistema solar, a maioria dos cometas está no cinturão de Kuiper, sendo puxada para o interior pelo campo gravitacional de Netuno e Júpiter.

O estudo, no entanto, concentra-se em entender quais tipos de cometas, viajando a que velocidades, poderiam liberar moléculas prebióticas intactas em planetas semelhantes à Terra.

Modelos matemáticos sugerem que, em circunstâncias específicas, planetas próximos em sistemas compactos são mais propensos a interagir e capturar cometas, tornando-se cruciais para a entrega de moléculas prebióticas.

Em contrapartida, sistemas com estrelas de menor massa apresentam desafios adicionais devido a velocidades mais altas, o que torna as interações com cometas menos prováveis.

Planetas nessas condições podem sofrer mais impactos de alta velocidade, o que representa desafios únicos para o surgimento da vida.

Este estudo abre novos caminhos na compreensão de como os cometas podem desempenhar um papel vital na disseminação de moléculas prebióticas, expandindo nossas perspectivas na busca por vida além das fronteiras conhecidas do nosso sistema solar.

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Muitas vezes, sequer nos damos conta de que, a qualquer momento, por menor que seja o intervalo de tempo, está ocorrendo algum evento astronômico novo.

Tal fato pode não parecer tão surpreendente à primeira vista, dada a imensidão cósmica infinita, porém torna-se muito mais interessante quando pensamos que parte desses fenômenos está ocorrendo no nosso próprio Sistema Solar.

Somando isso à imprevisibilidade dos fenômenos cósmicos, um dos resultados possíveis, com certeza, seria o recente acontecimento no gigante gasoso mais próximo de nós, Júpiter, quando observadores amadores detectaram uma forte luz na atmosfera do planeta.

Astrônomos iniciantes são os primeiros a observar impacto em Júpiter

Foto: Nasa/ESA/CSA/Jupiter ERS Team/Imagem processada por Judy Schmidt/Reprodução

Na noite de 29 de agosto, o céu noturno visto da Terra tornou-se o cenário de um grande espetáculo para quem tinha um telescópio ao alcance. E por mais tecnológicos que sejam os observatórios de grandes agências espaciais, os primeiros a notar e publicar sobre o assunto foram pequenos grupos de observadores amadores.

Projetos como o Oases (Organized Autotelescopes for Serendipitous Event Survey) e o sistema Poncots (Planetary Observation Camera for Optical Transient Surveys) foram dois dos pioneiros na observação do impacto ocorrido em Júpiter.

A onda de choque do que parece ter sido um cometa ou asteroide desconhecido gerou um enorme e incrível foco de luz que o MASA Planetary Log publicou em seu perfil do Twitter. Confira as imagens obtidas pelos astrônomos amadores:

Evento raro?

Embora pareça ser incomum ocorrer em uma observação amadora, os impactos ocorrentes no planeta gasoso não são grandes novidades. A incrível massa e a densidade fazem de Júpiter o segundo corpo celeste com maior atração gravitacional do nosso Sistema Solar.

Além disso, o planeta está próximo do cinturão de asteroides, tornando-o um gigante alvo dessas rochas espaciais. O mais interessante sobre as imagens obtidas é que ocorreram devido ao simples acaso, quando um astrônomo chinês da província de Henan estava apenas analisando a atmosfera de Júpiter.

O impacto memorável é uma grande fonte de lembrança para a humanidade sobre como eventos sutis podem acontecer a qualquer instante no Universo, sendo maravilhosos a distância, mas verdadeiras catástrofes se presenciados.

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Os fenômenos astronômicos são verdadeiramente fascinantes, pois nos permitem contemplar e explorar o vasto e misterioso Universo que nos cerca.

Ao olharmos para o céu noturno, somos convidados a testemunhar eventos celestiais extraordinários, como eclipses solares e lunares, chuvas de meteoros e o movimento dos planetas. Esses momentos únicos nos levam a refletir sobre nossa existência e nos conectam a algo maior do que nós mesmos.

Quando presenciamos um eclipse solar, por exemplo, somos lembrados de quão extraordinária é a dança celestial entre o Sol, a Lua e a Terra. Ver a Lua passar diante do Sol, obscurecendo temporariamente sua luz, é uma experiência impressionante.

Observar a sombra da Lua projetada na Terra durante um eclipse lunar também nos leva a apreciar a interação entre esses corpos celestes. Por sua vez, as chuvas de meteoros nos presenteiam com um espetáculo celestial inigualável.

Tais fenômenos astronômicos são sempre uma oportunidade para refletirmos sobre a nossa pequenez e a vastidão do Universo. Contemplar esses acontecimentos muitas vezes evoca um sentimento de paz e respeito.

Então, você pode se perguntar: quais fenômenos ainda posso ver antes de terminar o ano de 2023? Se essa é sua dúvida, então está no lugar certo, pois hoje vamos apresentar alguns fenômenos que ainda podem nos fazer admirar cada vez mais o Universo.

Hoje (2/6)

Na noite de hoje (2/6), haverá a oportunidade fascinante de observar o planeta vermelho, Marte, se aproximando e se destacando entre o aglomerado estelar conhecido como Beehive.

Para testemunhar esse espetáculo a olho nu, basta aguardar cerca de uma hora após o pôr do Sol. Nesse momento, direcione seu olhar para a estrela brilhante Vênus, que servirá como um guia para encontrar Marte.

Chuva de meteoros à vista

Está prevista para os dias 12 e 13 de agosto uma chuva fascinante de meteoros. As Perseidas são uma das chuvas de meteoros mais fascinantes e aguardadas do ano. Elas recebem esse nome porque sua origem aparente está na constelação de Perseu.

Essa chuva de meteoros ocorre todos os anos entre os meses de julho e agosto, atingindo seu pico em meados de agosto. Nesse período, a Terra atravessa uma trilha de detritos deixada pelo cometa Swift-Tuttle ao longo de sua órbita.

Quando essas partículas de poeira e detritos se entrelaçam na atmosfera terrestre, elas queimam e criam os famosos meteoros, também conhecidos como “estrelas cadentes”.

Eclipse parcial do Sol

No dia 14 de outubro, ocorrerá um eclipse parcial do Sol, um fenômeno astronômico emocionante que poderá ser observado principalmente na América do Norte e Central. Na América do Sul, o local privilegiado será o estado da Paraíba, no Brasil.

Será oportunidade única para os observadores nessa região testemunharem o espetáculo celestial enquanto a Lua passa diante do disco solar, criando uma sombra parcial.

Mas não se esqueça de tomar as devidas precauções para observar o eclipse com segurança. Para tanto, é importante usar óculos especiais para conseguir olhar para o Sol, pois, mesmo que estejam parcialmente cobertos, os raios podem ser prejudiciais à saúde ocular. 

Geminídeos

A chuva de meteoros Geminídeos é o evento astronômico que ocorre aproximadamente entre os dias 4 e 17 de dezembro, atingindo seu pico em torno dos dias 13 e 14.

Diferentemente de outras chuvas de meteoros, as Geminídeos não são causadas por um cometa, mas, sim, por um asteroide chamado 3200 Faetonte.

À medida que a Terra cruza a órbita desse asteroide, ela encontra uma trilha de detritos deixada para trás. Quando essas partículas de poeira e detritos entram na atmosfera terrestre em alta velocidade, elas queimam e criam os brilhantes meteoros Geminídeos.

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Todos que já passaram pelos conhecimentos básicos de biologia na escola sabem que, sem dúvidas, a água é o elemento mais essencial para a vida. Há muitos anos, os cientistas já chegaram a essa conclusão, ainda que não seja uma conclusão difícil de se fazer.

Entretanto, a questão que realmente sempre preocupou foi quanto de água temos no mundo e em quanto tempo vamos esgotá-la.

Mesmo que o nosso planeta seja ¾ de água, não é toda essa quantidade que está disponível para consumo humano. Portanto, os estudos sobre o universo sempre buscaram responder a duas questões principais: De onde veio a água? E onde podemos encontrá-la?

Formação dos oceanos

Após anos e anos de estudos, descobrimos que a água existente em nosso planeta veio de cometas que se chocaram com nosso planeta em sua formação. Por conta do momento em que esses choques aconteceram e de a Terra ser basicamente uma bola de fogo, os cometas e a água presente neles rapidamente se fundiram com o planeta.

Quando a Terra já havia se resfriado e formado uma fina crosta terrestre, os elementos mais pesados por conta da gravidade foram aos poucos afundando no interior do planeta.

Logicamente, os elementos mais leves “flutuaram” para as camadas exteriores, e nesse momento houve diversas explosões vulcânicas que liberaram enormes quantidades de vapor e água na superfície, formando os mares e a atmosfera de hoje.

Descoberta sobre a origem da água

Graças às novas descobertas, existe uma pequena modificação na explicação acima, não foram apenas os cometas que trouxeram água para a Terra. Todos os planetas se formam em discos protoplanetários, que são uma enorme nuvem de poeira e gás orbitando uma estrela “recém-nascida”.

Quando uma estrela se forma em uma nebulosa, ela incorpora a maior parte da matéria ali presente, deixando para trás apenas o disco protoplanetário com o que não foi utilizado.

Estudando um desses discos, mais especificamente o presente no sistema V883 Orionis, a 1300 anos-luz da Terra, os cientistas descobriram que há água nele.

Isso significa que, em meio a poeira e o gás que formaram os planetas, já existia água, ou seja, provavelmente o mesmo aconteceu aqui. Esse conhecimento explica o ponto de maior discussão sobre a formação do nosso sistema solar, que é de onde vieram os cometas com água.

Sendo assim, é muito provável que todos os cometas presentes em nosso sistema solar tenham sido formados na verdade pela acumulação de poeira e água que não foi incorporada pelos planetas.

A descoberta do V883 Orionis, e de seu disco protoplanetário composto por poeira, gás e água, modifica muito do que sabíamos sobre a formação da Terra.

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