A doce história da fábrica de Chocolates Pan, que, por décadas, encantou paladares e conquistou corações com suas guloseimas, tem sido marcada agora por um capítulo bastante amargo.

O anúncio de que a icônica fábrica de chocolates iria a leilão gerou grande expectativa no mercado, mas o que se viu foi um surpreendente desinteresse dos compradores.

Acontece que, apesar dos diversos produtos disponíveis no leilão, a fábrica de chocolates não tem tido retornos positivos nos lances.

Na ocasião, a fábrica colocou sete lotes à venda, mas somente um deles recebeu lance de interesse em aquisição.

Pan faz leilão, mas quase ninguém dá lances

Imagem: Facebook/Pan Chocolate/Reprodução

No leilão da fábrica de Chocolates Pan, uma variedade surpreendente de itens está à disposição dos compradores com preços que variam amplamente.

Alguns itens inusitados incluem coelhos de pelúcia, uma estátua de Nossa Senhora Aparecida, celulares danificados, cilindros de oxigênio, garrafas térmicas, panelas, uma cadeira de rodas e até revistas Playboy.

Além disso, há itens mais convencionais, como mesas, celulares lacrados, notebooks, eletrodomésticos, ar-condicionado, frigobar, TVs, aparelho de som, micro-ondas, projetor digital, microfone, telefone fixo, triturador de papel, ventilador, cafeteira e até mesmo máquina de escrever. Os itens podem ser adquiridos até o dia 15 de setembro.

Leilão da Pan Produtos Alimentícios: itens e respectivos valores

• Sucata: R$ 10 mil;
• Coelhos de pelúcia (dois, cada um por R$ 15);
• Dois conjuntos de revistas Playboy (um com cinco edições e outro com seis, ambos por R$ 50 cada);
• Estátua de Nossa Senhora Aparecida (R$ 50);
• Celulares danificados (11, cada um por R$ 70);
• Carrinho de supermercado (R$ 30);
• Três cilindros de oxigênio (R$ 30 cada um);
• Oito garrafas térmicas (R$ 10 casa);
• Duas panelas grandes (também R$ 10 cada);
• Dois quadros de anotações (cada um custando R$ 20);
• Seis cofres (dois por R$ 250 e quatro por R$ 210);
• Três carteiras escolares (R$ 40);
• Cadeira de rodas (R$ 90).

Eletrodomésticos e eletroeletrônicos

• Geladeira (uma por R$ 350 e outra por R$ 150);
• Ar-condicionado (quatro por R$ 1.000 e um não utilizado por R$ 1.800);
• Frigobar (R$ 150);
• TVs (duas por R$ 650 e uma por R$ 300);
• Aparelho de som (dois por R$ 350 e outro por R$ 230);
• Micro-ondas (R$ 150);
• Projetor digital (R$ 2.100);
• Microfone (R$ 230);
• Telefone fixo (três por R$ 150);
• Triturador de papel (R$ 280);
• Ventilador (um por R$ 150 e outro por R$ 50);
• Cafeteira (R$ 250);
• Máquina de escrever (R$ 50).

Demais itens

• Mesas (com valor unitário de R$ 150);
• Celulares usados (R$ 450 cada);
• Celulares lacrados (R$ 750);
• Notebooks (cinco por R$ 2.100, um por R$ 1.500).

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No dia 27 de fevereiro, a fábrica de chocolate Pan decretou falência. Desde 2020, a empresa havia apresentado o pedido de autofalência dentro de um processo de recuperação judicial. Contudo, apenas no último mês a fábrica realmente decretou a falência.

A empresa, que foi fundada há 85 anos e possuía quatro filiais no país, foi comprada pelo Grupo Brasil Participações em outubro de 2016. O motivo por trás da falência está na inadimplência da indústria.

O juiz que decretou a falência da fábrica é Marcello de Amaral Perino, da 1ª Vara Regional de Competência Empresarial e de Conflitos Relacionados à Arbitragem de São Paulo. Diante do caso, o magistrado afirmou que:

“A indústria é reconhecida como devedora contumaz dos tributos e sem a sua inscrição regularizada, não há como considerar como possível a continuidade das atividades da recuperanda […].

Nesta toada, de se relembrar que há mais de 20 (vinte) anos a recuperanda não recolhe regularmente seus impostos estaduais, conduta que se mostra contumaz e desleal para com seus concorrentes.”

Com a decisão, a indústria deverá ter suas atividades encerradas, os bens vendidos e o dinheiro será destinado para realizar o pagamento dos credores.

Funcionários da empresa se manifestaram em relação ao processo. Foi solicitado mais três meses para Justiça para que pudesse ser apresentado um novo plano de recuperação, viabilizando a possibilidade de reverter a falência.

Chocolate Pan foi à falência com divida milionária

Apesar da tentativa, uma nota da Procuradoria Geral do Estado apontou que a empresa possui mais de R$ 125 milhões em dívidas.

“Deste montante, R$ 125 milhões são débitos declarados de ICMS, aqueles previamente reconhecidos pelo próprio contribuinte. Não há pedido formal de parcelamento ou transação dos débitos no âmbito da PGE”, deixou claro a procuradoria.

A empresa explicou que o faturamento caiu por conta da reestruturação ocorrida em 2017 e devido ao período de pandemia. Nesse momento, os 52 funcionários da empresa serão demitidos e os maquinários serão vendidos para quitar a dívida milionária.

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