A ideia de espécies híbridas tem intrigado a imaginação humana ao longo dos séculos. Essas criaturas nascem do cruzamento de duas espécies distintas, mas que compartilham semelhanças genéticas suficientes para gerar descendentes vivos.

Tais híbridos raramente ocorrem de forma natural, mas podem ser criados artificialmente, dando origem a casos curiosos, como o ligre (cruzamento entre leão e tigresa) e até mesmo o suposto “chimpanzomem”, um híbrido de humano e chimpanzé.

Uma ideia perturbadora e um experimento

A ideia de um híbrido entre humano e chimpanzé pode parecer chocante, mas existe há décadas. O biólogo russo Ilya Ivanovich Ivanov foi a primeira pessoa a levar essa proposta a sério no início do século 20.

Imagem: Reprodução/Wikipedia Commons

Em 1920, ele supostamente inseminou uma fêmea de chimpanzé com esperma humano, embora a gravidez não tenha resultado em um nascimento bem-sucedido.

Ivanov também tentou o inverso, usando esperma de chimpanzé em mulheres voluntárias. No entanto, suas experiências foram interrompidas pelo governo soviético, que o exilou no Cazaquistão.

O caso americano

Nos Estados Unidos, um psicólogo evolucionista chamado Gordon G. Gallup Jr. afirma ter ouvido falar de um experimento realizado no Yerkes National Primate Research Centre na década de 1920, que teria resultado em um híbrido humano-chimpanzé.

Segundo Gallup, a gravidez foi bem-sucedida, porém, o bebê híbrido foi sacrificado após algumas semanas devido a preocupações morais e éticas.

Embora Gallup mencione que seu informante era um cientista respeitado, não existe evidência concreta que comprove a existência desse experimento bizarro.

Implicações genéticas

Do ponto de vista genético, humanos e chimpanzés compartilham quase 99% do DNA, apesar de terem se separado como espécies há cerca de 4 a 7 milhões de anos.

Mesmo a diferença no número de cromossomos (os humanos têm um par a menos) não impediria, teoricamente, a geração de um híbrido vivo. Um exemplo disso é o cavalo de Przewalski, que possui 33 pares de cromossomos e pode gerar descendentes quando cruzado com cavalos domésticos, que têm 32 pares.

No entanto, até o momento, não há evidências sólidas de que um chimpanzé-homem tenha realmente existido. Essa ideia permanece como um mistério intrigante, oscilando entre a ciência e a lenda.

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O último dia 19 de janeiro foi lembrado pelos 40 anos da morte do chimpanzé enviado ao espaço pela National Aeronautics and Space Administration (Nasa). Considerado um astronauta da agência espacial, Ham foi o primeiro de sua espécie a realizar tal viagem.

A Nasa se encarregou de treinar Ham para que ele conseguisse chegar ao espaço. E tudo aconteceu durante a corrida espacial da Guerra Fria. Na época, a União Soviética e os Estados Unidos disputavam o avanço tecnológico espacial, mas, a princípio, a Rússia saiu à frente.

Entenda o caso

Os Estados Unidos, na época, queriam alcançar sua rival, por isso tiveram a ideia de enviar o primeiro ser humano à Lua. Mas, para que o astronauta chegasse lá, foi necessário que o chimpanzé Ham fosse primeiro.

Ou seja, Ham foi enviado ao espaço para que a Nasa alcançasse esse objetivo de vencer a corrida espacial. Na década de 1960, a agência espacial norte-americana estava preparada para cumprir a missão de levar voos tripulados ao espaço.

As primeiras operações desse programa, que se chamou Programa Mercury, aconteceram entre os anos de 1958 e 1963. Os engenheiros do país que estava um passo atrás na corrida tiveram que desenvolver a segurança dos navios para as tripulações.

Nesse mesmo período, as primeiras espécies estavam sendo escolhidas pela equipe responsável para viajar nos protótipos. Com a conclusão de que os chimpanzés seriam os ideais, houve um intenso treinamento.

Nesse treinamento, os chimpanzés foram expostos à força G. O método escolhido para o treinamento diário incluía castigos com choques elétricos. Isso fez com que os os chimpanzés fossem capazes de acionar as alavancas necessárias do voo.

Os cientistas decidiram que Ham estava pronto para viajar no voo mais crítico em uma altitude de 25 mil metros do solo terrestre. Enfim, no dia 31 de janeiro de 1961, Ham se tornou o primeiro chimpanzé a ir para o espaço em uma viagem que durou 108 minutos. Na época, ele alcançou o que nenhum ser humano havia alcançado.

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