Quando se fala em Quentin Tarantino, a noção de bilheteria de sucesso vem à mente. O diretor coleciona trabalhos icônicos e muito aclamados pela crítica – e pelo público –, como “Cães de Aluguel” (1992), “Pulp Fiction: Tempo de Violência” (1994) e “Kill Bill – Volume 1” (2003).

Mas até esse diretor talentoso já teve seus momentos difíceis. Em 2007, Tarantino produziu o filme “À Prova de Morte”, que foi um fracasso de bilheteria já em seu lançamento, em julho de 2010.

Nesse contexto, pode até ser que mesmo alguns fãs nem conheçam esse trabalho devido ao impacto do “flop“. Veja o trailer:

Só por essa prévia, a sensação que ele nos causa é que é uma mistura de “Velozes e Furiosos” com “Corrida Mortal”. Dá para ver o estilo do diretor nos cortes, mas a premissa realmente não parece muito cativante.

Além disso, o filme contou com um orçamento de U$$ 30 milhões e conseguiu arrecadar somente – imagina uma merreca – U$$ 31,1 milhões na bilheteria mundial.

Para nós reles mortais assalariados, esse valor parece não ser um fracasso, mas comparado com o retorno que outras produções tiveram e até para os patamares hollywoodianos, esse retorno é um verdadeiro fracasso.

Quentin Tarantino: fracasso é uma faca de dois gumes

Em entrevista ao Diari ARA, para a promoção do livro “Cinema Speculation”, Quentin Tarantino compartilhou sobre como a má recepção do filme na verdade fez com que ele recebesse mais propostas de projetos em Hollywood.

Ele falou sobre o privilégio de poder ter produzido filmes que se conectaram com as pessoas e isso ter dado a ele uma liberdade criativa.

O sucesso atraiu o olhar dos estúdios de Hollywood, que ficavam decepcionados quando entendiam que ele queria fazer suas próprias histórias em vez de seguir o roteiro de outra pessoa.

Mas, como nos filmes do diretor, o fracasso de bilheteria de “À Prova de Morte” gerou um plot-twist na vida de Tarantino. Ele conta:

“Depois de ‘À Prova de Morte’, que não foi bem nas bilheterias e foi um choque para minha confiança, comecei a receber propostas novamente. […] Eles devem ter pensado: Talvez agora ele esteja com noção e seu temperamento tenha diminuído, agora é a hora.”

O diretor acrescenta que não há nada de errado em trabalhar com filmes encomendados e que até alguns projetos que foram oferecidos a ele eram interessantes.

Contudo, ele disse que decidiu continuar investindo em si mesmo e daí veio a produção “Bastardos Inglórios” (parece que o jogo virou de novo, não é mesmo?).

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Quentin Tarantino já chegou a declarar que não tinha nenhum tipo de interesse em ser o responsável pela direção de qualquer filme para a Marvel. Entretanto, o que vemos na prática, ao menos de forma recente, nos mostra o oposto. Isso porque o cineasta vem comentando sempre sobre os trabalhos da Marvel que ele teria interesse em dirigir.

Recentemente, Quentin Tarantino estava em um evento em prol de promover o seu novo livro chamado “Cinema Speculation” (em português seria “Especulação de Cinema”). E foi justamente nesse evento em questão que um crítico de cinema, além de apresentador e fã de quadrinhos, chamado Elvis Mitchell o questionou a respeito desse assunto.

Em resposta, Quentin Tarantino disse que caso, de fato, estivesse responsável pela realização de algum filme da Marvel, o que seria muito improvável (na visão do próprio Tarantino), ele levaria em consideração apenas uma obra da Marvel, “Sargento Fury e Seu Comando Selvagem”.

O título se trata de uma história em quadrinhos de guerra que tinha como titular da mesma Nick Fury, além do seu bando de soldados heroicos.

Os fãs de carteirinha do Universo Cinematográfico da Marvel lembrarão que o Comando Selvagem já teve sua aparição em “Capitão América: O Primeiro Vingador”, lembrando que Samuel L. Jackson, regular de Quentin Tarantino, foi quem foi interpretou o papel de Nick Fury desde o começo da Marvel Studios.

Apesar de Tarantino possuir sua proximidade com o ator, a chance de o mesmo conseguir assumir o papel de diretor do longa-metragem beira o zero.

Tarantino disse o seguinte ao Los Angeles Times:

“Você tem que ser contratado para fazer essas coisas. Não sou um trabalhador contratado. Não estou procurando emprego.”

O filme de Tarantino chamado “Bastardos Inglórios”, como você pode imaginar, se assemelha e muito à história do sargento Fury. Quentin Tarantino ainda admitiu ao canal MTV na época do lançamento de “Bastardos Inglórios”, lançado em 2009, que havia se inspirado na clássica história de quadrinhos.

Quentin Tarantino sempre esteve ligado a adaptações de quadrinhos, em especial, durante o início de sua carreira.

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Um detalhe muito fácil de se perder durante uma das cenas mais incríveis de “Bastardos Inglórios” fez uma brincadeira com a morte dos personagens.

Em todos os filmes “Bastardos Inglórios”, de Quentin Tarantino, existem inúmeros detalhes e/ou peças de prenúncio que nem sempre são tão fáceis de identificar, e é justamente em uma das cenas de maior suspense do filme que secretamente acabou por relevar-se a morte de muitos dos bastardos principais minutos depois.

No ano de 2009, Quentin Tarantino optou por abordar a Segunda Guerra Mundial de uma forma alternativa, por meio de “Bastardos Inglórios”, que narra duas histórias nas quais os personagens possuem um objetivo em comum, que é eliminar o maior número de nazistas possível, o que não deixa de fora da lista o próprio Adolf Hitler, claro.

Em um determinado momento do filme, a taverna onde Hicox e os bastardos se encontram com Von Hammersmark está cheia de nazistas que estão celebrando o nascimento do filho de um deles. Quando Hicox e companhia chegam na taverna, eles (incluindo Von Hammersmark) estavam jogando cartas de “adivinha quem”.

No momento em que Von Hammersmark deixa sua mesa para se juntar a Hicox, os soldados permanecem jogando e uma das cartas é “Mata Hari”, que prevê o destino de Hicox, Von Hammersmark e os bastardos.

Ok, você ainda não entendeu. Deixe-nos lhe explicar, por favor.

Mata Hari (tendo como nome verdadeiro “Margaretha Geertruida MacLeod”) foi uma holandesa dançarina exótica condenada por ser uma espiã para a Alemanha durante o conflito da Primeira Guerra Mundial. No mês de fevereiro do ano de 1917, Mata Hari foi presa e, meses depois, julgada e acusada de espionar a Alemanha e, assim, causar a perda de milhares de vidas de soldados.

Tanto a inteligência francesa como a britânica suspeitavam de que ela se tratava de uma espiã, porém ninguém poderia provar isso. Mata Hari foi morta por meio do fuzilamento que os soldados franceses executaram com esse intuito.

Hicox e os bastardos não foram executados por soldados franceses, mas foram mortos na França durante um tiroteio com os soldados nazistas na taverna, ao mesmo tempo que Hicox, de forma não intencional, explode seu disfarce os nazistas descobrem que eles, juntamente com Von Hammersmark, são espiões.

Com isso, enfim, Tarantino fez o uso de eventos da vida real e pessoas para, assim, fazer uma espécie de prelúdio do que ainda estava por vir para o grupo dos bastardos.

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