Um estudo publicado na BMJ Public Health trouxe à tona uma preocupação significativa para a saúde auditiva dos gamers.

A pesquisa, que revisou 14 estudos com mais de 50 mil participantes, concluiu que os usuários assíduos de videogames correm um risco maior de sofrer perda auditiva irreversível, devido à exposição prolongada a volumes elevados.

Exposição prolongada a volumes elevados

De acordo com os autores do estudo, parte do problema reside no tempo que os jogadores passam expostos a volumes sonoros consideráveis.

Enquanto a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda uma exposição máxima de 85 decibéis por quatro horas semanais, os níveis médios de ruído dos fones de ouvido em jogos de tiro variavam entre 88,5 e 91,2 decibéis. Os sons de impulso, como os ruídos de tiros, atingiam alarmantes 119 decibéis.

Além da relação entre videogames e perda auditiva, a pesquisa apontou um aumento no risco de zumbido, uma ilusão auditiva não relacionada a fontes externas de estímulo.

A revisão analisou dados de nove países, abrangendo um total de 53.833 pessoas, e destacou que os videogames podem ser uma fonte comum de danos à audição.

Exposição prolongada a volumes elevados nos videogames consegue levar a danos auditivos permanentes – Imagem: Freepik/Reprodução

Os especialistas destacam que a exposição prolongada a volumes sonoros elevados durante as sessões de jogo pode resultar em prejuízos irreversíveis.

O limite seguro de exposição ao ruído no Brasil é de 85 decibéis por oito horas diárias, conforme Robinson Koji, médico da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial (ABORL-CCF).

Entretanto, muitos jogadores ultrapassam esse limite, o que aumenta significativamente o risco de problemas auditivos em adultos jovens.

A União Internacional de Telecomunicações (UIT), em colaboração com a OMS, estabelece uma relação entre tempo e intensidade, conhecida como taxa de câmbio, para a exposição ao ruído.

Os pesquisadores ressaltam a importância de limitar a exposição, monitorar o tempo de jogo e fazer pausas auditivas após sessões prolongadas.

Especialistas em otorrinolaringologia alertam que outras atividades, como trabalhar em ambientes ruidosos e frequentar locais de lazer com volumes elevados, também podem prejudicar a audição.

A orientação é evitar ambientes barulhentos e, quando necessário, utilizar protetores auriculares.

Diante dos resultados do estudo, os cientistas enfatizam a necessidade de conscientização e mudança de hábitos entre os jogadores.

A precaução inclui o uso de fones de ouvido com limitadores de volume, manter um nível de som confortável e realizar exames auditivos regulares.

O estudo destaca ainda a importância de explorar questões não abordadas, como o impacto dos esportes eletrônicos, região geográfica, sexo e idade na perda auditiva relacionada aos videogames.

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Lembra daquela música que cantávamos quando éramos crianças? Atenção, millennials, temos certeza de que vocês se lembram deste single: “A cobra não tem pé, a cobra não tem mão, como é que a cobra sobe no pezinho de limão?”.

Na inocência infantil dessa canção, havia um entendimento de que, já que a cobra não tinha membros como os nossos, ela não seria capaz das mesmas habilidades. Mas, afinal, as cobras conseguem ouvir?

Por muito tempo, era comum pensar que os ofídios (grupo de animais que inclui as cobras) não tinham capacidade alguma de audição. E que somente localizavam os outros seres por meio das vibrações do solo e do calor que esses outros corpos emanavam.

Mas os pesquisadores da Universidade de Queensland, na Austrália, não estavam satisfeitos com esse entendimento. Depois de uma série de testes, eles descobriram que, além das vibrações do solo, as cobras conseguem ouvir e reagir a sons ambientes (vibrações sonoras).

A doutora Christina Zdenek, integrante da Escola de Ciências Biológicas da Universidade de Queensland, conta um pouco do processo usado no estudo:

“Nossa pesquisa – a primeira do tipo usando cobras não anestesiadas e em movimento livre – descobriu que elas reagem a ondas sonoras que viajam pelo ar e, possivelmente, a vozes humanas […]. Nós tocamos um som que produziu vibrações no solo, enquanto os outros dois eram apenas aéreos.

Isso significou que fomos capazes de testar os dois tipos de ‘audição’ – a audição tátil através das escamas da barriga das cobras e a transportada pelo ar através do ouvido interno.”

Sim, cobras ouvem 

Para realizar o estudo, os pesquisadores australianos utilizaram ao todo dezenove cobras criadas em cativeiro. A fim de testar a capacidade auditiva delas, cada cobra separadamente foi exposta a três frequências sonoras diferentes. Ao observar as reações, os pesquisadores perceberam que cada gênero de serpente apresentava uma resposta diferente.

As cobras do tipo píton woma geralmente se moviam em direção ao som, por exemplo. Enquanto as de outros gêneros costumavam ser mais defensivas e cautelosas, afastando-se dele.

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