Charles Byrne foi um homem incomum que viveu em Londres durante o século 18. Ele não só era incomum, mas também se transformou em uma celebridade da época devido à anomalia que carregava. Mas por que Charles Byrne era um homem anormal?

Porque, enquanto homens altos têm 1,70 metro ou 1,85 metro, Charles tinha uma estatura de 2,3 metros de altura. Desse modo, isso fazia dele um homem muito diferente dos demais.

Foi por conta dessa condição que ele recebeu o apelido de “Gigante Irlandês”. Ele morreu aos 22 anos, mas, durante metade do seu pouco tempo de vida, ele trabalhou fazendo apresentações para multidões que desejavam ver um gigante de perto.

Charles Byrne chegou à Inglaterra com 19 anos. Entretanto, não pôde aproveitar a fama que conseguiu devido a sua altura, visto que morreu três anos depois.

O rapaz também, muito provavelmente por sua fama na juventude e sua anomalia, adquiriu o mal hábito de beber, tornando-se alcoólatra. Como se não bastasse, desenvolveu tuberculose. No entanto, nenhuma dessas doenças foi a causa da morte do “Gigante Irlandês”. E qual foi, então?

Causa da morte

A causa da morte de Charles só foi descoberta anos depois, especificamente mais de um século depois, por um homem chamado Harvey Cushing. Ele foi um cirurgião que estudou os restos mortais do “gigante”, de acordo com o The New York Times.

Harvey identificou no interior do crânio de Charles um tumor benigno, na glândula pituitária masculina, não só responsável por liberar alguns hormônios, como em particular o GH, que estimula o crescimento durante a juventude.

Foi então que o mistério que girava em torno da altura de Byrne foi solucionado. Isso porque o tumor fazia com que suas glândulas liberassem GH em excesso, fazendo-o crescer disparadamente, desenvolvendo acromegalia e gigantismo.

Caixão de chumbo

Byrne pediu aos amigos que, quando ele morresse, fosse colocado em um caixão de chumbo e jogado ao mar. Mas por quê?

Isso porque o “Gigante Irlandês” temia um homem que “amava” pessoas consideradas exóticas. Na verdade, os esqueletos delas. Byrne sabia que, se não tomasse providências, John Hunter poderia ir em busca de seu esqueleto para adicionar à coleção particular de restos mortais.

John Hunter, o homem temido por Charles Byrne, era um anatomista da época que usava alguns métodos desconhecidos e muitos questionáveis para conseguir os restos mortais de defuntos diferentes e incomuns, a fim de adicioná-los a sua coleção, já que ele colecionava os ossos de pessoas com essa fama.

Mas mesmo tendo sido específico sobre o que queria que fosse feito com ele quando morresse, Byrne teve seu pedido violado por Hunter, que de algum modo descobriu sobre sua morte e seu pedido e foi em busca do esqueleto.

John Hunter conseguiu os restos de Byrne, já que os amigos acabaram aceitando o suborno de Hunter para ceder o corpo. E depois de três anos com o esqueleto de Byrne, Hunter o adicionou ao seu museu Hunteriam Museum.

O museu existe até hoje e está passando por algumas reformas em sua estrutura, por isso ele esteve fechado por cinco anos. Porém, atualmente há pretensão de reabri-lo. O que chocou as pessoas, no entanto, não foi a data de sua reabertura, e sim outro motivo envolvendo Byrne.

Depois de duzentos anos, a instituição de conselho do Museu decidiu atender ao desejo de Byrne e não exibir mais seus ossos como parte das atrações do museu de Hunter.

“Durante o período de fechamento do Museu, o Conselho de Curadores da Coleção Hunterian discutiu as sensibilidades e as diferentes opiniões em torno da exibição e retenção do esqueleto de Charles Byrne.

Os curadores concordaram que o esqueleto de Charles Byrne não será exibido no reconstruído Hunterian Museum, mas ainda estará disponível para pesquisas médicas de boa-fé sobre a condição de acromegalia e gigantismo da hipófise”, disse o conselho do Hunteriam Museum em um comunicado repercutido pela CNN.

Parece que seus ossos finalmente vão “descansar” de toda a atenção que ele tentou evitar. Por outro lado, os de Hunter não vão ficar nada contentes com a notícia!

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De acordo com pesquisas recentes sobre expectativa de vida, descobriu-se que pessoas mais altas podem viver menos do que as demais. 

Apesar de parecer uma sentença de morte, esse estudo não significa que toda pessoa com a altura acima da média vá, obrigatoriamente, morrer antes das pessoas com estatura mediana.

De qualquer forma, os resultados do estudo apontam que, em alguns casos, uma estatura mais alta pode ter associação com algumas complicações que seriam as verdadeiras responsáveis por encurtar a vida.

Gigantismo e acromegalia podem influenciar

Tanto o gigantismo quanto a acromegalia são doenças crônicas que têm como causa o excesso de produção do hormônio responsável pelo crescimento. A diferença entre as duas está na fase da vida em que o indivíduo começa a ter os sintomas.

No caso do gigantismo, o GH (hormônio do crescimento) tem produção excessiva já na infância ou durante a puberdade, causando “surtos de crescimento” diferentes do que seria esperado. 

Quando isso acontece apenas na fase adulta, a condição recebe o nome de acromegalia, mas há uma diferença. Nesse caso, a pessoa não tem alteração na altura, pois as placas de crescimento já estão fundidas desde a puberdade.

Portanto, são os tecidos moles e os ossos começam a crescer desordenadamente, deixando partes do corpo, como maçãs do rosto, queixo ou até mesmo a língua deformadas.

Embora haja algumas diferenças entre as duas condições, seu início é o mesmo, pois ambas nascem dentro de uma glândula chamada de pituitária.

Nas duas situações, um tumor benigno aperta a glândula, provocando a liberação dos hormônios, em consequência disso e das doenças que podem surgir, a expectativa de vida pode ser reduzida.

Um exemplo bem conhecido de alguém que conviveu com as duas condições é André, o gigante. Devido ao gigantismo, aos 12 anos já tinha 1,90 m de altura, e na idade adulta atingiu os 2,24 metros.

Com o passar do tempo, André desenvolveu também a acromegalia. Por causa das doenças, ele morreu jovem, com apenas 46 anos.

Apesar de sérias, e raras, ambas as doenças têm tratamentos, possibilitando que o portador tenha qualidade de vida, desde que sejam descobertas logo.

Se não houver o diagnóstico precoce, pode levar o paciente a desenvolver outras doenças como o câncer, a hipertensão, a diabetes e problemas no coração.

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