Apple Airtag: como o localizador de objetos pode ser usado para perseguição

Ano passado, a Apple lançou um dispositivo muito interessante, que permite que você encontre seus pertences perdidos com um clique. O Apple AirTag é um dispositivo bem pequeno, em formato de botão, que você pode prender em chaves, carteiras, ou qualquer coisa que você possa ter o perigo de perder. Com o aplicativo no celular, é possível rastrear o dispositivo facilmente.

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Mas como isso pode estar tirando o sono de algumas mulheres?

Nos Estados Unidos, há vários relatos onde este dispositivo está sendo usado para rastrear mulheres. Como foi o caso de Amber Norsworthy de 32 anos, do Mississipi, que relata ter recebido uma mensagem em seu celular que dizia que um dispositivo desconhecido estava acompanhando seus movimentos. No aplicativo, mostrava que o mesmo havia acompanhado todo seu trajeto.

“O aplicativo me mostrou toda a minha rota. Dizia ‘a última vez que o proprietário viu sua localização foi às 15h02’ e eu pensei: ‘isso é agora, estou em casa’.“

Ao entrar em contato com a Apple, constatou que realmente se tratava de um AirTag que, até agora, não foi encontrado por ela. Já a policia não soube o que fazer.

Mais seis mulheres relataram a BBC que foram rastreadas por dispositivos Apple AirTag.

Quando criou o dispositivo, a Apple tomou algumas medidas de segurança para avisar as pessoas caso estejam sendo rastreadas. Uma destas medidas é que celulares com sistema IOS seriam notificados, caso um AirTag estivesse seguindo seu trajeto, como foi o caso de Amber. Em dezembro, a empresa lançou um aplicativo para Android, para que usuários que não tem dispositivo IOS possam se proteger do rastreio criminoso.

Mas a insegurança ainda paira sobre as mulheres, que consideram as medidas da Apple insuficientes, pois segundo a empresa, os bipes do aplicativo, avisando sobre um AirTag indesejado, só começam após 8 horas. Para alguns usuários, pode ser tarde demais.

“Se você cria um item que é útil para rastrear itens roubados, também cria uma ferramenta perfeita para perseguição“, diz Eva Galperin, diretora de segurança cibernética da Electronic Frontier Foundation.

Infelizmente, sempre tem quem use a evolução da tecnologia para o mal.