Ameaça futura: cromossomo Y, que dá origem ao sexo masculino, está sumindo

Estudo sugere processo de desaparecimento do cromossomo que leva o gene determinante do sexo. Como ficará a humanidade?

Uma descoberta recente sobre o futuro do cromossomo Y, que carrega o gene masculino, agitou a comunidade científica.

Ao que tudo indica, ele passa por um processo de degeneração e pode desaparecer dentro de alguns milhões de anos.

A consequência disso pode ser catastrófica, afinal, significaria a extinção da humanidade, exceto se os seres humanos desenvolverem um novo gene sexual. Será que isso é possível?

Uma notícia boa, no entanto, veio de outro estudo feito com roedores, cujas espécies já perderam o cromossomo Y.

Os cientistas responsáveis pela pesquisa descobriram que os animais conseguiram resistir e sobreviver por conta própria.

O resultado foi publicado na Proceedings of the National Academy of Science. Ele mostra como os animais conseguiram desenvolver um novo gene determinante do macho.

Sem o cromossomo Y, homem deve enfrentar dilema científico sobre a própria existência – Foto: Reprodução

Como o cromossomo Y determina o sexo?

Entre os humanos, assim como nos demais mamíferos, as mulheres possuem dois cromossomos X, enquanto os homens têm um X e um Y.

Apesar de conter menos genes do que o X, o cromossomo Y carrega um gene essencial responsável por dar início ao desenvolvimento das características masculinas no embrião.

Para se ter ideia, 12 semanas após a concepção, esse gene ativa outros e promove o desenvolvimento de um testículo.

Em seguida, esse mesmo testículo produz hormônios masculinos e, assim, garante a formação do bebê como um menino.

Desaparecimento do cromossomo Y

A descoberta surpreendente sobre o futuro ameaçado do cromossomo Y ocorreu a partir de uma pesquisa com ornitorrincos da Austrália. Por serem mamíferos, eles também deveriam possuir o X e o Y semelhantes ao dos humanos.

Em geral, o cromossomo X carrega 900 genes que realizam todo tipo de trabalho e o Y possui apenas 55 genes.

No estudo com ornitorrincos, os cientistas descobriram que eles têm cromossomos sexuais completamente diferentes, mais parecidos com o dos pássaros.

Dessa forma, o par XY existe neles, mas como um cromossomo comum, com dois membros iguais. Essa constatação sugere que, no passado, os mamíferos X e Y eram um par comum de cromossomos iguais.

A pergunta que fica no ar a partir disso é: por que o cromossomo Y tem, hoje, menos genes que o X, se eles já teriam sido iguais há milhões de anos?

A conclusão dos estudiosos é que ele passou por um processo de perda, ao longo de 166 milhões de anos, dessa forma se criou uma média de cinco genes a menos para cada milhão de anos.

Se assim continuar, a previsão é que os 55 genes restantes deixem de existir em 11 milhões de anos.

O futuro dos homens sem o cromossomo Y

A descoberta dessa possibilidade, como é de se imaginar, gerou verdadeiro alvoroço na comunidade científica.

Afinal, como será o futuro do homem sem o gene sexual mestre, que determina o desenvolvimento das características físicas masculinas?

Ao contrário de outras espécies, cujas fêmeas conseguem procriar sozinhas, os humanos vivem uma situação diferente.

Existem pelo menos 30 genes cruciais que só funcionam se vierem do pai e que são passados pelo esperma.

A reprodução humana, portanto, pode estar fadada à extinção. A única saída seria o desenvolvimento de um novo gene determinante do sexo, caso a previsão de desaparecimento do cromossomo Y se confirme.

Como já mencionado, os mamíferos australianos conseguiram se adaptar. Será que os humanos vão conseguir?

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