A mágica se perdeu? CEO da Disney explica por que alguns filmes fracassaram

Gestor fala sobre erros cometidos e discorre sobre os objetivos futuros da companhia.

O recente fracasso de bilheteria do filme ‘The Marvels’, da Marvel Studios, propriedade da Disney, levantou preocupações sobre uma possível crise na empresa.

Diante disso, muitas pessoas estão apontando os dedos para a companhia, alegando que eles ‘perderam a mão nas produções’ e que desaprenderam a fazer cinema como antigamente.

Afinal, quem não se lembra da época em que as produções da Disney eram sinônimo de qualidade e excelência?

A verdade é que agora aqueles tempos parecem ter ficado para trás, e a empresa tem colecionado uma série de fracassos recentes.

Em uma teleconferência de que participava, o CEO da Disney, Bob Iger, reconheceu os erros e deu sua opinião sobre a questão. Ele afirma:

“É claro que a pandemia criou muitos desafios criativos para todos, inclusive para nós. Além disso… estávamos inclinados a um grande aumento em quanto ganhávamos. E sempre achei que a quantidade pode ser realmente negativa quando se trata de qualidade. E acho que foi exatamente isso que aconteceu. Perdemos alguns focos.”

Mais sobre o conceito de ‘perda de foco’

Imagem: Reprodução

Com essas palavras, o gestor identifica o problema enfrentado por grande parte das empresas ao redor do mundo, seja mais cedo ou mais tarde.

Num primeiro momento, pode parecer apenas um engano comum na estratégia de negócios adotada, mas, olhando mais de perto, é possível tirar uma grande lição do que está acontecendo.

A Disney sempre foi uma companhia que trabalhou com a capacidade de entender e gerar emoções em seu público, e essa foi a sua receita de sucesso por muito tempo.

Entretanto, parece que tal capacidade de despertar esses sentimentos acabou se perdendo conforme os anos avançaram.

Baseando-se nisso, podemos nos perguntar se o erro da organização é apenas um caso de inteligência emocional. Afinal, como em outras instituições, são pessoas que dirigem este referido negócio.

Consequentemente, esses indivíduos são afetados diretamente por emoções.

O próprio Iger falou sobre a razão dos recentes fracassos cinematográficos:

“Acho que em nosso zelo de basicamente aumentar significativamente nosso conteúdo para servir principalmente nossas ofertas de streaming, acabamos sobrecarregando nosso pessoal muito além, em termos de tempo e foco, muito além de onde estavam”, disse o CEO.

Resumidamente, o zelo da Disney e sua necessidade de buscar o que era considerado bom (para ela) acabaram atuando contra a marca no final das contas.

Esse é um fenômeno bastante comum e grandes nomes do mercado, como a Apple, também enfrentaram situações semelhantes.

No ano de 1997, Steve Jobs, o fundador da empresa, retornou após 12 anos para ‘colocar a casa em ordem’.

Assim que se inteirou da situação, ele rapidamente conseguiu identificar a causa dos problemas, que basicamente é a mesma que agora atinge a ‘casa do Mickey’: falta de foco.

“Havia pessoas que seguiam em 18 direções diferentes – fazendo coisas possivelmente interessantes em cada uma delas”, disse Jobs em conferência após sua volta “E o que aconteceu foi que você olha para a fazenda que foi criada, com todos esses animais diferentes indo em direções diferentes, e não dá certo. O total é menor que a soma das partes.”

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