A humanidade realmente pode ser extinta neste século? Filósofo dá resposta

Saiba como a probabilidade influencia nosso futuro como espécie planetária.

Em 2020, o filósofo australiano Toby Ord provocou preocupação global com a publicação de seu livro “O Precipício”.

Na obra, Ord argumenta que a humanidade enfrenta chances de uma “catástrofe existencial” ocorrer neste século, estimando essas chances como uma em seis.

O papel da probabilidade

Antes de mergulharmos nas probabilidades de extinção humana, é essencial compreender o conceito de probabilidade em sua totalidade.

A abordagem tradicional, conhecida como probabilidade frequentista, baseia-se em jogos de azar, como cartas e dados.

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Os frequentistas utilizam observações passadas, como a probabilidade de obter um dado resultado em um evento, para fazer suas estimativas.

Portanto, quando uma previsão meteorológica nos informa que a probabilidade de chuva é de uma em seis (ou 17%), isso não é um mero exercício de adivinhação, mas sim uma análise da precisão dessas previsões ao longo do tempo.

Entretanto, a aplicação dessa abordagem tradicional à probabilidade de extinção humana é um desafio, pois eventos de extinção são únicos e não repetitivos. Uma vez que ocorrem, não há espaço para repetição.

Pesquisadores, como Toby Ord, abordam essa questão traçando paralelos com outros eventos históricos que possam oferecer informações relevantes.

Por exemplo, para estimar a probabilidade de um impacto de asteroide causar extinção na Terra, cientistas examinam registros históricos de impactos semelhantes na Lua.

Uma perspectiva alternativa para compreender a probabilidade é o bayesianismo, em homenagem ao estatístico inglês Thomas Bayes.

Essa abordagem concentra-se menos nos eventos em si e mais no que sabemos e acreditamos sobre eles.

Os adeptos do bayesianismo abordam as probabilidades como um sistema de categorização, dando destaque à probabilidade relativa de diversos resultados.

A compreensão do conceito de probabilidade varia entre os indivíduos e a resistência a esse conceito é uma realidade. Em um mundo onde a percepção de risco é diferenciada, uma estimativa como “um em seis” pode não exigir uma precisão absoluta.

Nesse cenário, a estatística tem sido fundamental nas discussões sobre nosso futuro, especialmente à luz dos impactos das mudanças climáticas e das ameaças de armas nucleares.

No entanto, a interpretação desses números depende da perspectiva, já que “um em cem” pode parecer insignificante, enquanto “um em três” pode causar pânico.

Em nossas discussões sobre questões cruciais para a sobrevivência da humanidade, é fundamental que o uso responsável e informado da probabilidade seja a norma.

Isso garante uma compreensão precisa dos perigos que enfrentamos atualmente.

A reflexão sobre o conceito de probabilidade nos convida a avaliar de maneira mais precisa as ameaças que pairam sobre nós e a buscar soluções para um futuro mais seguro.

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