A ciência explica por que as pessoas estão lendo menos

Pesquisa traz explicações sobre o fenômeno evidente.

O hábito da leitura vem se tornando cada vez mais raro nos dias atuais, e vários estudos e pesquisas têm mostrado que um número significativo de pessoas não lê mais livros.

Esse fenômeno pode ter diversas causas, desde a saturação de celulares e redes sociais até questões econômicas, mas a neurociência também pode fornecer uma explicação interessante.

Ambiente digital versus leitura

De acordo com a neurocientista cognitiva Maryanne Wolf, o uso excessivo de telas tem modificado a maneira como processamos informações, estimulando uma leitura mais superficial e rápida em detrimento de uma leitura profunda e analítica.

Isso porque a habilidade de ler e interpretar textos não é inata ao ser humano; ela precisa ser treinada, desenvolvida ao longo da vida, mas o surgimento das telas digitais tem impactado negativamente esse processo.

Exposição excessiva a telas digitais interfere em como lemos – Imagem: Getty Images/Reprodução

Por sua vez, a preferência por leituras rápidas e superficiais pode resultar em uma diminuição da capacidade de compreensão e empatia, tornando-nos menos propensos a entender pontos de vista diferentes e fenômenos sociais complexos.

Isso pode ter um impacto significativo nas novas gerações, que estão desenvolvendo uma impaciência cognitiva e uma falta de engajamento com textos mais longos e densos.

Diante desse cenário, é importante repensarmos a forma como consumimos conteúdo e nos adaptarmos a essas mudanças na tecnologia e nos hábitos de leitura.

Não se trata de escolher entre o digital e o papel, mas de compreender o propósito da leitura e escolher a melhor forma de fazê-lo.

Afinal, é necessário encontrar um equilíbrio entre o mundo online e offline e dedicar tempo para leituras mais profundas e reflexivas.

Leitura e tecnologia: inimigas ou aliadas?

A leitura é uma prática fundamental para o desenvolvimento intelectual e emocional do ser humano, e não podemos permitir que ela seja substituída por leituras rápidas e superficiais.

Ao entender os impactos da tecnologia em nossos cérebros e hábitos de leitura, encontramos ferramentas para promover a importância do hábito de ler para o desenvolvimento cognitivo do ser humano.

Utilizar tecnologias para promover a leitura, por exemplo, seria uma forma consciente e estratégica de garantir que a leitura desempenhe seu papel em nossas vidas.

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