Entenda como o idioma influencia nossa percepção sobre o tempo
Você sabia que nossas respostas dizem respeito a como pensamos e que isso está diretamente relacionado à língua que falamos? Saiba mais!
De acordo com o psicólogo cognitivo Daniel Casasanto, da Universidade Cornell, nos Estados Unidos, a maneira como pensamos no tempo está relacionada com a nossa língua e, atualmente, esse é um consenso entre os especialistas em Linguística e Neurociência.
Isso se dá ao fato de que o nosso idioma influencia na maneira como nós pensamos. Mas este não é o único fator, afinal bebês também pensam antes de aprenderem a falar.
Um exemplo clássico e bem conhecido disso está na maneira como falantes de alguns idiomas, como o inglês ou o português, pensam no tempo como uma linha horizontal.
Se alguém te mostrar um conjunto de fotos e pedir que as coloquem em ordem cronológica, por exemplo, você provavelmente vai alinhá-las na horizontal e da esquerda para a direita.
Isso acontece porque fomos alfabetizados para escrever e ler dessa maneira, portanto, é assim que o nosso cérebro pensa em progressão e, consequentemente, no futuro.
Porém, quando se pede a mesma coisa a um falante de hebraico, por exemplo, ele possivelmente vai colocar as fotos da direita para a esquerda, pois é assim que ele lê e escreve.
Já se esse pedido for feito para um falante mandarim, as imagens serão colocadas de cima para baixo, pois, nos costumes deles, a palavra xià (“baixo”) é usada para manifestar o futuro, e a frase comum no nosso vocabulário como “a próxima semana” é dita por eles como “a semana para baixo”.
Contudo, se pensarmos que o tempo é uma linha reta, significa que ele avança unidimensionalmente e que um ponto jamais pode tocar em outro.
Mas, se fizermos como fazem os gregos e os espanhóis e pensarmos no tempo de modo tridimensional, cada ponto está “flutuando” e é capaz de se aproximar ou tocar outros pontos.
Einstein utilizou um conceito que, na época, era inusitada para se pensar o tempo. O físico propôs a teoria da relatividade geral dizendo ser como se “o passado, presente e futuro pudessem coexistir simultaneamente e cada um dos pontos estivesse flutuando em uma garrafa”.
Em suma, se pararmos para raciocinar, esse modo de pensar pode ter nos afetado e, de certo modo, até mesmo atrasado a nossa compreensão de alguns conceitos físicos.