Será que Batman Eternamente é realmente tão ruim quanto você lembra?

Desde sua criação, as adaptações do seriado dos anos 60 com Adam West, a figura do Batman foi trabalhada de diversos ângulos possível com o decorrer das décadas. Hoje podemos contar com diversos longas e atores que deram vida ao justiceiro mascarado da Gotham, inclusive este ano em 2022 recebemos uma nova versão do personagem, onde Matt Reeves trabalha os aspectos noir do personagem, trazendo um tom sério e investigativo. Além disso, fomos apresentados a um contexto mais realista com a trilogia de Christopher Nolan, que buscou apresentar um Batman pautado na realidade.

Sem dúvidas essas foram as versões mais afastadas do cenário das histórias em quadrinhos, sendo que ainda tivemos o herói interpretado por Ben Affleck dentro do universo cinematográfico da DC.

A versão de Affleck, ingressou na liga da justiça e teve a interação com os personagens que ocupam mais lugares dentro das histórias em quadrinhos, uma versão mais fiel e focada naquele propósito de misturar o tom que o personagem pede com seu universo inserido.

Antes que essas três versões fossem apresentadas ao público, tivemos outras interpretações, que hoje podem não ser bem vistas por muitos olhos, o que não as define como ruins ou como desnecessárias, como algum grupo pode acabar se referindo. Ainda que suas particularidades não atendam ao gosto mais popular hoje, seus filmes possuem um certo valor a acrescentar, como, por exemplo, é o caso de “Batman Eternamente”.

É um fato que o tom apresentando no filme de 1995, é destoante do que se tem hoje, ainda assim o retrato dos vilões e dos heróis seguem uma linha bem mais sombria do que pode parecer. A extravagância que percorre toda a película é um dos pontos mais criticados, onde toda coloração e show de luzes parecem ser um ponto negativo, que acaba na realidade não sendo. Os vilões Duas-Caras e charada, são representados de forma muito alegórica e divertida, que é bem possível que tire boas risadas de quem esteja assistindo.

Só que um detalhe importante da direção, é que por trás de toda extravagância, os vilões em nenhum momento questionam sua moralidade (exceto em uma piada exclusiva) na hora de cometer seus crimes e abusos. Duas-Caras pode ser tão perigoso e cruel quanto bane apresentado por Nolan, a substancial diferença é o cenário em que está inserido.

O Batman interpretado por Val Kilmer é duramente criticado por alguns fãs por diversos motivos, sendo que esta representação do personagem, trabalha duramente seu trauma em diversos aspectos. O Bruce Wayne de Kilmer é atormentado, possui pesadelos em sua mente e busca desenvolver uma forma de controlar seus gatilhos emocionais, algo que acaba reverberando no incidente que mata os Graysons. Por trás de todas as cortes, temos um Batman que for criado por necessidade de lidar com o seu trauma, algo regularmente discutindo na relação de Dick Grayson com Bruce Wayne, até o bilionário acertar o jovem como seu parceiro de equipe.

Além das nuances que seus personagens abordam, o Batman de 1995 é uma das versões que mais possuem apetrechos. Como também apresentando um número variado de veículos, o que remete e muito ao Batman dos quadrinhos que sempre está preparado para lidar com alguma situação e possuir ferramentas para isso.

Não menos importante, O Charada de Jim Carrey é completamente diferente do que fomos apresentados esse ano. Mas reavalie as situações, ambos os personagens não se questionam nenhuma vez em seus assassinatos, muito menos na hora de executar seus planos. Uma versão queria causar um dano extremo à cidade, da mesma forma que o outro buscava realizar uma lavagem cerebral em massa. Há muitos dos personagens em “Batman Eternamente”, o longa apenas possui uma camada muito profunda para amenizar o peso real de seus vilões e os traumas de seus heróis.