O seu está na lista? Nomes populares no Brasil podem ser PROIBIDOS no exterior
Normas culturais e linguísticas impõem desafios ao registro de nomes de bebês em diversos países.
A escolha do nome de um recém-nascido parece simples no Brasil, onde opções como Gabriel, Alice ou Carolina são amplamente aceitas.
No entanto, em várias nações, o registro civil segue critérios rígidos de cultura, religião e preservação linguística.
Comitês governamentais analisam desde a fonética até o significado cultural do nome para proteger a criança de constrangimentos e salvaguardar tradições.
Raízes das proibições: religião, identidade e língua
Veja abaixo os critérios utilizados para a proibição dos nomes em certos países:
1. Influência religiosa
Em países de forte tradição islâmica, nomes considerados sagrados — como Gabriel, Miguel ou Rafael — podem ser reservados a figuras divinas, sendo vetados para uso civil.
2. Preservação linguística
Na Islândia, o Comitê de Nomeação só aprova nomes que se enquadram na gramática e na fonética islandesas, recusando grafias que desrespeitem o idioma local.
3. Proteção contra ridículo ou bullying
Leis mexicanas, alemãs e dinamarquesas bloqueiam nomes que possam expor a criança a zombaria, confusão de gênero ou associações comerciais.
4. Prevenção de uso comercial
Nomes que aludem a marcas, produtos ou celebridades são proibidos em várias jurisdições para evitar exploração publicitária.
Países com os critérios mais rigorosos
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Alguns países são mais rígidos quando o assunto é nomes. Veja quais são eles a seguir:
Islândia
- O órgão regulador é a Comitê de Nomeação; e a regra é a que o nome deve seguir a declinação da língua nórdica.
- Exemplos de nomes barrados: Carolina, Alice.
México
- Órgão regulador: Registro Civil; a regra proíbe nomes que possam ser considerados ridículos ou que tenham conotação mercadológica.
- Exemplos de nomes barrados: Facebook, Batman.
Alemanha
- Órgão regulador: Cartório local; o nome deve indicar claramente o gênero da criança e não pode ser ofensivo.
- Exemplos de nomes barrados: Lucifer, Winnetou.
Dinamarca
- Órgão regulador: lista oficial com cerca de 7 mil nomes permitidos; nomes fora da lista passam por avaliação individual.
- Exemplos de nomes barrados: Monkey, Anus.
O que as proibições revelam sobre cada sociedade?
- Proteção à criança: evitar nomes que gerem constrangimento social.
- Preservação cultural: manter a coerência da língua nacional.
- Respeito religioso: resguardar nomes sagrados de uso profano.
- Identidade coletiva: refletir valores históricos e sociais no registro civil.
Para não sofrer sanções em outros países, o ideal é seguir algumas recomendações, como:
- Consultar listas oficiais do país onde pretende registrar a criança.
- Pesquisar o significado em outros idiomas para evitar conotações negativas.
- Evitar nomes comerciais ou de personagens fictícios.
- Verificar a pronúncia e a grafia em línguas predominantes na região.
Seguir essas diretrizes garante que o nome do bebê seja aceito globalmente, evitando barreiras legais ou culturais e preservando o bem-estar da criança em diferentes contextos.
A aparente liberdade brasileira contrasta com as normas internacionais que veem o nome próprio como patrimônio cultural, linguístico e religioso.
Antes de escolher um nome “global”, vale conhecer as regras do registro civil de nomes ao redor do mundo — afinal, cada sociedade projeta sua identidade, seus valores e sua história na forma como batiza seus cidadãos.