Leilão de fóssil de dinossauro gera polêmica entre paleontólogos

Leilão de fóssil de dinossauro desperta preocupações entre paleontólogos quanto ao aumento dos preços de arrendamentos de sítios arqueológicos.

A renomada casa de leilões Sotheby’s prepara-se para leiloar o fóssil de um jovem Ceratosaurus nasicornis encontrado em Wyoming, Estados Unidos. Este evento, marcado para 16 de julho em Nova York, agita o mundo acadêmico.

O esqueleto, exibido ao público entre 8 e 15 de julho, é conhecido por ser o único juvenil conhecido deste carnívoro do Jurássico Superior.

Com preço estimado entre US$ 4 milhões e US$ 6 milhões (R$ 22 milhões a R$ 33 milhões), o leilão levanta debates entre paleontólogos sobre o impacto financeiro nos arrendamentos de sítios arqueológicos. Essas preocupações se intensificam quando se consideram os preços já elevados desses terrenos.

A prática comercial, segundo os críticos, ameaça a aquisição científica de espécimes valiosos.

A história desse mercado começou em 1997, com o leilão do T. rex “Sue”, agora peça central do Field Museum, em Chicago. Desde então, a venda de fósseis tornou-se uma prática comum, levantando questões éticas e científicas.

A comunidade acadêmica teme a comercialização desenfreada desses tesouros naturais.

Saiba mais sobre o Ceratosaurus nasicornis

O dinossauro Ceratosaurus nasicornis é notável por seu chifre nasal único e armadura óssea. Ele viveu há cerca de 154–149 milhões de anos, durante o “Estágio Kimmeridgiano”, quando climas quentes dominavam a Terra.

Foto: Divulgação/Sotheby’s

Este espécime distinto foi descoberto na famosa Pedreira Bone Cabin, em 1996.

  • Apenas quatro esqueletos de Ceratosaurus são conhecidos, sendo este o único juvenil.
  • Fez parte da coleção do Museu da Vida Antiga em Utah, antes de ser leiloado.
  • A peça mede 1,90 m de altura e 3,20 m de comprimento.

Controvérsia e mercado especulativo

Stuart Sumida, presidente da Sociedade de Paleontologia de Vertebrados, critica a venda de fósseis, alegando que tal prática dificulta a pesquisa científica. Ainda segundo ele, a comercialização transforma um assunto sério em oportunidade de lucro.

Casos recentes destacam o aumento das escavações como investimento. Em Wyoming, ações para financiar a escavação de estegossauros arrecadaram US$ 2,75 milhões. A prática culminou na venda recorde do fóssil “Apex”, por US$ 44,6 milhões, que atualmente está no Museu Americano de História Natural.

O leilão promovido pela Sotheby’s levanta uma importante discussão: como equilibrar o interesse comercial com a preservação científica? A resposta ainda está distante, mas a controvérsia certamente coloca o tema em evidência no cenário global.

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