Marte é realmente vermelho? Ciência revela o que os olhos não veem

Conheça a verdadeira cor de Marte e o que as imagens revelam sobre seu passado e características únicas.

Quando pensamos em Marte, a primeira imagem que vem à mente é a de um planeta envolto em tons avermelhados. Mas será que Marte é, de fato, um planeta vermelho? A resposta não é tão simples quanto parece — e a ciência planetária tem muito a dizer sobre isso.

A coloração avermelhada que dá fama ao planeta é resultado da presença de óxido de ferro, o mesmo elemento que causa a ferrugem aqui na Terra.

Esse óxido está presente nas rochas e na poeira marciana, formando uma camada superficial que reflete a luz de forma a dar esse aspecto vermelho ao planeta.

Contudo, como explica o professor David Joffe, da Universidade Estadual de Kennesaw (EUA), essa aparência pode ser apenas uma “casca colorida”.

Afinal, qual é a cor real de Marte?

De acordo com o professor Joffe, se observarmos com atenção as imagens de alta resolução captadas por sondas e rovers na superfície de Marte, notaremos que grande parte do planeta exibe, na verdade, uma tonalidade marrom enferrujada ou castanha. Essa coloração reflete de maneira mais precisa o que se vê diretamente do solo marciano.

Nem toda a superfície de Marte compartilha da mesma coloração. As regiões polares, por exemplo, destacam-se visualmente.

Lá, é possível observar calotas polares brancas, compostas de água congelada e dióxido de carbono solidificado, conhecido como gelo seco.

Essas calotas se expandem e se retraem ao longo das estações marcianas, um fenômeno causado pela evaporação e recongelamento do dióxido de carbono à medida que a luz solar incide sobre o planeta.

A presença dessas áreas brancas reforça a ideia de que Marte é visualmente muito mais diverso do que o rótulo de “planeta vermelho” sugere.

Foto: Buradaki/Shutterstock

Graças aos avanços da astronomia moderna, é possível observar Marte em diferentes espectros de luz, além do visível. Utilizando câmeras infravermelhas, cientistas conseguem capturar imagens térmicas do planeta, revelando detalhes que passam despercebidos a olho nu — como variações na composição do solo e na temperatura da superfície.

A sonda MAVEN, lançada pela NASA em 2013, vai ainda mais longe. Ela utiliza sensores ultravioleta para investigar a atmosfera marciana e sua interação com a radiação solar, fornecendo uma nova perspectiva sobre a formação do planeta e sua evolução ao longo de bilhões de anos.

O que a cor de Marte nos ensina sobre o planeta

A diversidade de cores e composições encontradas em Marte vai muito além da estética. Cada nova imagem, seja visível, infravermelha ou ultravioleta, contribui com informações valiosas sobre a história geológica de Marte, a presença de vulcões ativos no passado, a origem da atmosfera marciana e até sobre a possibilidade de água líquida já ter existido por lá.

Assim, podemos dizer que Marte não é exatamente vermelho — pelo menos, não de forma uniforme ou literal. A famosa cor do planeta é apenas a face mais visível de um mundo muito mais complexo, rico em história e em mistérios que a ciência ainda está começando a desvendar.

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