Impressão digital ficou no passado: ciência descobre nova forma de achar criminosos

Estudo revela que impressões digitais de dedos diferentes podem ser correlacionadas com IA, revolucionando investigações criminais.

Você já deve ter visto em séries e filmes que as impressões digitais são um ponto-chave nas investigações criminais. A ciência forense realmente considera as digitais como únicas para cada pessoa – ou seja, nem mesmo gêmeos idênticos compartilham as mesmas marcas. Esse detalhe faz toda a diferença ao conectar suspeitos a cenas de crime, garantindo precisão nas investigações.

O que muita gente não sabe é que, além de serem únicas entre indivíduos, as impressões digitais também variam de dedo para dedo na mesma pessoa. Sim, suas digitais do dedo mindinho, por exemplo, não são iguais às do seu polegar!

Essa variação é chamada de “impressões digitais intra-pessoais” e torna o trabalho dos especialistas ainda mais detalhado e minucioso.

Estudo pode mudar tudo sobre impressões digitais

Foto: Shutterstock

Por décadas, acreditava-se que era quase impossível correlacionar impressões digitais de dedos diferentes de uma mesma pessoa. Isso dificultava, por exemplo, conectar marcas deixadas em diferentes cenas de crime.

No entanto, um novo estudo, publicado na revista Science Advances, questiona essa crença. Liderado pelo estudante Gabe Guo, da Universidade de Columbia, a pesquisa descobriu que as digitais de diferentes dedos podem ser mais parecidas do que imaginávamos.

Com a ajuda da inteligência artificial (IA), a equipe de pesquisadores analisou mais de 60 mil impressões digitais e começou a identificar padrões entre os dedos da mesma pessoa. O sistema criado conseguiu detectar quando uma digital pertencia à mesma pessoa, mesmo sendo de dedos diferentes.

O resultado? O algoritmo atingiu uma precisão de 77% comparando um único par de digitais e mais de 90% ao cruzar múltiplos pares. A IA se revelou uma ferramenta poderosa para investigações forenses.

Resistência inicial e persistência dos cientistas

Como acontece em muitos avanços científicos, essa descoberta não foi aceita de imediato. Os primeiros artigos do grupo foram rejeitados, mas o pesquisador Hod Lipson, um dos líderes do projeto, não desistiu.

“Normalmente, não discuto decisões editoriais, mas essa descoberta era importante demais para ser ignorada”, declarou Lipson em comunicado.

Se esses novos padrões de análise forem confirmados, o impacto pode ser enorme, com casos antigos sendo reabertos e até pessoas inocentes sendo absolvidas de crimes pelos quais foram condenadas injustamente.

Futuro da identificação criminal

Com o tempo, o sistema de IA ficou ainda mais eficiente, identificando quais impressões digitais pertenciam à mesma pessoa e quais não. Ainda assim, os especialistas são cautelosos.

Embora o sistema tenha mostrado grande potencial, ele ainda não é considerado confiável o suficiente para decidir o destino de um caso criminal.

No entanto, os pesquisadores acreditam que, com mais dados e melhorias, o uso da IA na identificação de digitais pode revolucionar a ciência forense.

A precisão já aumentou drasticamente, e, no futuro, espera-se que esse tipo de tecnologia seja amplamente usado em investigações criminais, tornando o processo mais ágil e eficaz.

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