Com que mão você escreve? Estudo aponta influência genética em canhotos e destros
A lateralidade genética impacta a preferência da mão usada para escrever e outras atividades, segundo nova pesquisa reveladora sobre o gene TUBB4B.
Por séculos, a ciência tem desvendado os mistérios do comportamento humano, explorando desde as mais simples ações até os mais complexos processos cerebrais.
Uma característica particularmente intrigante é a preferência manual, que divide as pessoas em canhotas e destras.
Agora, um estudo revelador publicado na conceituada revista Nature Communications promete lançar luz sobre o assunto, apresentando novas evidências de que a lateralidade pode, de fato, estar codificada em nossos genes.
Observamos em nosso dia a dia diversas preferências que parecem triviais, como o lado em que abraçamos alguém ou com qual mão seguramos objetos.
Longe de serem simples coincidências, pesquisas indicam que essas escolhas podem ser influenciadas, também, por nossa composição genética.
Tal fato chama a atenção para uma questão muito mais profunda: a origem genética da nossa preferência por ser canhoto ou destro.
O que diz a pesquisa mais recente sobre canhotos e destros?
Descoberta inovadora revela genética por trás dos canhotos – Imagem: Reprodução
O novo estudo conduzido por uma equipe internacional de cientistas analisou mais de 350 mil dados genéticos, concentrando-se em variantes sequenciadoras de proteínas.
Ao olhar especificamente para uma amostra composta por 313 mil pessoas destras e 38 mil canhotas, os pesquisadores descobriram uma relação entre a lateralidade e variações em um gene específico conhecido como TUBB4B.
Como funciona este gene e sua influência na lateralidade?
O gene TUBB4B é responsável pela produção de tubulinas, proteínas fundamentais na formação de microtúbulos nas células.
Esses microtúbulos não apenas determinam a forma e os movimentos celulares, mas também podem influenciar a organização de fluidos em um ambiente celular.
Quando o fluxo desses fluidos ocorre de forma assimétrica, pode afetar a preferência lateral de uma pessoa durante o desenvolvimento embrionário.
Curiosamente, o estudo descobriu que a variação no gene TUBB4B é 2,7 vezes mais comum em indivíduos canhotos.
Qual é o significado mais profundo da descoberta?
Além de desvendar parte do mistério que envolve a preferência manual, a pesquisa abre portas para uma compreensão mais ampla sobre como a assimetria cerebral se desenvolve em todos nós.
Isso não apenas ajuda a explicar porque algumas pessoas são canhotas, mas também pode lançar luz sobre diferentes processos cerebrais e como eles contribuem para a diversidade humana em habilidades e comportamentos.
Com tal descoberta, os cientistas esperam mergulhar ainda mais fundo na pesquisa sobre lateralidade.
Para isso, vão investigar como a ação dos microtúbulos durante o desenvolvimento embrionário inicial pode influenciar outras áreas do cérebro e, consequentemente, comportamentos e habilidades humanas.
Enquanto o caminho à frente promete ser longo e cheio de revelações, uma coisa é certa: a ciência está apenas começando a desvendar os segredos mais profundos do cérebro humano e suas numerosas maravilhas.
Em suma, o estudo não apenas fornece uma base científica sólida para a compreensão da preferência manual, mas também continua a inspirar pesquisadores ao redor do mundo a explorar a complexidade da genética humana e seu impacto em nossas vidas.
Com informações do portal Gizmodo.