Nintendo Switch e seu jogo ‘Ring Fit’ se tornam aliados de crianças com autismo
Pesquisa mostra que jogo promove atividade física importante para este grupo.
Nos Estados Unidos, pesquisadores da Universidade de Delaware exploram como o ‘Ring Fit’ do Nintendo Switch como uma valiosa ferramenta para aprimorar a flexibilidade e as habilidades motoras de crianças com autismo.
Em seus laboratórios, eles conduzem testes utilizando o acessório do jogo ‘Ring Fit Adventure’ como uma estratégia motivadora para incentivar os jovens a praticarem exercícios físicos.
Anjana Bhat, a principal pesquisadora do laboratório Move 2 Learn, concebeu o projeto com base na percepção de que não apenas as crianças têm uma afinidade por videogames, mas também reconhecendo que certos jogos podem impactar positivamente os neurodivergentes.
Jogo tem sido benéfico para crianças autistas – Foto: University of Delaware/YouTube/Reprodução
Na pesquisa, os participantes do laboratório observam o envolvimento das crianças não apenas com o ‘Ring Fit Adventure’, mas também com outros jogos que incorporam sensores de movimento, como o ‘Nintendo Switch Sports’.
Nas sessões, atividades como tênis, vôlei, badmínton, golfe, luta de espadas e boliche são empregadas para promover o desenvolvimento de movimentos na parte superior do corpo.
Paralelamente, as partidas de futebol são direcionadas para o aprimoramento das extremidades inferiores.
A professora de fisioterapia destaca, em um vídeo publicado no YouTube (ao qual você pode assistir abaixo), que há numerosas evidências indicando que videogames que incorporam acessórios de exercício têm impactos benéficos na cognição, nas interações sociais e nos níveis globais de atividade física.
Jogos de exercício não são muito abordados por pesquisas com crianças autistas
Além disso, a professora ressalta que crianças com autismo geralmente demonstram interesse por tecnologia, como computadores e robôs.
No entanto, até o momento, não houve estudos abordando os benefícios e eventuais repercussões da incorporação de jogos com sensores de movimento no dia a dia desses jovens.
“As tecnologias testadas e estudadas em crianças com autismo atuam principalmente em funções sedentárias e visam melhorar a função executiva e a tomada de decisões, mas não são necessariamente jogos de exercício.Os videogames aparecem em pesquisas com populações mais velhas e crianças saudáveis, mas não tanto em crianças com autismo, por isso este estudo é único.Nunca vi nada chamar tanto a atenção deles. Em geral, a ferramenta é muito mais envolvente do que qualquer outra que usamos antes. Música, movimentos, ioga, exercícios gerais e brincadeiras ao ar livre nem sempre funcionam para todas as crianças.Por meio dos jogos de exercícios e a variedade de conteúdo que existe, a maioria das crianças permanece envolvida, e é isso que é tão incomum nessa intervenção, em comparação com anteriores”, explica a professora e cientista.
Anjana ainda destaca que a abundância disponível de jogos de exercícios mantém a motivação de crianças com autismo, assim elas sempre retornam para participar de novas sessões com videogames.
Para além dos videogames, a tecnologia desempenha um papel significativo no diagnóstico e tratamento de pessoas com autismo.
Um exemplo é o aplicativo SenseToKnow, que demonstra uma precisão de até 88% na detecção de autismo, revelando-se mais seguro que os questionários convencionais.