Rachadura geográfica: novo mar pode dividir a África em duas partes
Intrigante fenômeno geológico na África causa uma fenda que sugere a possível formação de um novo oceano.
Um intrigante fenômeno geológico tem se desdobrado na África, sugerindo a possibilidade de um novo oceano emergir na região.
O processo, inicialmente previsto para levar entre 5 e 10 milhões de anos, agora parece ocorrer de forma mais acelerada, potencialmente em apenas 1 milhão de anos, conforme revela a geocientista Cynthia Ebinger, pesquisadora da Universidade de Tulane.
Possível abertura de um novo oceano na África
Cientistas estudam falha no deserto da Etiópia: o início de um novo oceano? – Imagem: Prof. J. R. Rowland, Universidade de Auckland/Reprodução
A região em foco é a de Afar, localizada na junção de três placas tectônicas principais: Arábica, Africana (Núbia) e Somaliana.
A pesquisa liderada por Ebinger destaca a presença de uma fenda que poderia se transformar em um novo oceano, conectando o Mar Vermelho e o golfo de Aden.
Embora comumente chamado de ‘novo oceano’, Ebinger esclarece que seria mais apropriado visualizá-lo como uma expansão do Mar Vermelho.
O estudo, fundamentado em eventos geológicos ocorridos desde 2005 na região de Afar, sugere que a placa Somaliana pode se desprender em direção ao oceano Índico, dividindo o continente africano ao meio.
A lenta movimentação das placas tectônicas, especialmente a Arábica, que se distancia 2,5 centímetros por ano da África, desempenha um papel crucial nesse processo.
A pesquisa, liderada pelo geofísico Atalay Ayele em 2009, identificou uma ‘crise vulcânica-tectônica’ na região, isso aponta o começo da formação de uma fenda oceânica.
A atividade intensa, composta por terremotos e erupções vulcânicas, proporcionou uma visão reveladora dos processos geológicos em andamento.
Apesar da estimativa de um milhão de anos para a formação do novo oceano, variáveis como terremotos podem acelerar tal fenômeno.
No entanto, a imprecisão científica em prever eventos como erupções vulcânicas e terremotos adiciona uma camada de incerteza a essa fascinante transformação geológica.
Além de fornecer uma visão única sobre eventos futuros em escala geológica, as pesquisas têm implicações práticas, visando melhorar os modelos sísmicos para prever com mais precisão eventos catastróficos.
Enquanto a ciência se aprofunda na compreensão desses fenômenos, o continente africano, com sua rica diversidade geológica, continua a revelar segredos sobre a evolução da Terra.