Descoberta arqueológica: pesquisadores encontram o assentamento humano mais antigo do mundo
Arqueólogos descobrem na Sibéria o assentamento humano mais antigo do mundo, o que desafia teorias sobre arquitetura pré-agrícola e a natureza das sociedades antigas. Saiba mais!
Recentemente, arqueólogos fizeram uma descoberta surpreendente na Sibéria ao desenterrarem o que se acredita ser o assentamento humano mais antigo do mundo.
Localizado na região de Lower Ob, sítio arqueológico conhecido como Amnya, o local remonta ao final do milênio 7 a.C., quando os humanos viviam predominantemente como caçadores-coletores.
Descobertas sobre os humanos antigos
Tal achado, fruto de escavações realizadas entre 1987 e 2000, revelou vestígios de uma cerca de madeira que circundava o assentamento, isso sugere a existência de uma fortificação.
Além disso, foram encontrados fossos habitacionais tanto dentro quanto fora dessa muralha, o que indica uma possível estrutura hierárquica na sociedade do local.
Lugar onde antes existia a fortaleza – Imagem: E. Dubovtseva/Piezonka et al, Antiquity 2023/Reprodução
As recentes escavações acrescentaram dez fossos ao mapa do sítio, todos circundados por barrancos e valas.
Através da análise de carbono do carvão e dos vestígios da cerca, os pesquisadores determinaram a antiguidade do assentamento e o definiram como o mais antigo conhecido até hoje.
A construção de Amnya, anterior a estruturas similares na Europa, desafia a noção tradicional de que a arquitetura monumental surgiu somente após o desenvolvimento da agricultura e da formação de sociedades complexas.
A razão pela qual os antigos habitantes de Amnya construíram tal fortificação ainda é um mistério.
Contudo, a pesquisa sugere que o fenômeno pode estar relacionado a um período de resfriamento global, iniciado há aproximadamente 8.200 anos e que perdurou por dois milênios.
Tal evento climático pode ter intensificado a territorialidade e os conflitos entre os grupos humanos da região.
Outro fator que pode ter influenciado a construção é o surgimento da cerâmica nesse período, o que permitiu o armazenamento de alimentos calóricos, como óleo de peixe. A necessidade de proteger tais recursos pode ter sido um motivador para a edificação da fortaleza.
Essa descoberta oferece uma nova perspectiva sobre a vida pré-agrícola e sugere que ela pode não ter sido tão pacífica quanto se imaginava.
A existência de uma fortificação tão antiga aponta para a possibilidade de uma sociedade organizada, com estratégias defensivas e uma complexidade social maior do que se supunha para a época.