Tempestade solar pode deixar o mundo sem internet por vários meses em 2024

Você já imaginou ficar totalmente desconectado por algumas horas? Ou por alguns meses? É exatamente isso o que pode acontecer no próximo ano.

Uma explosão solar iminente pode resultar em interrupções significativas na conectividade global da internet em 2024.

Essa previsão foi feita por Peter Becker, cientista da Universidade de George Mason, localizada na Virgínia, Estados Unidos. Becker é reconhecido por desenvolver um sistema capaz de identificar a atividade solar.

Segundo a perspectiva do especialista, a população vive um momento de dependência da internet maior do que nunca, o que representaria uma séria questão em caso de uma falha completa.

“A internet atingiu a maioridade em uma época em que o sol estava relativamente calmo e, agora, está entrando em uma época mais ativa”, afirma Becker.

Imagem: Canva Pro/Reprodução

Preocupações crescentes

O docente expressa preocupação com a possibilidade de a ejeção de massa coronal (CME) — que são enormes explosões de gás ionizado em altas temperaturas — impactar a Terra e provocar alterações no campo magnético do nosso planeta.

Para prevenir esse perigo, o pesquisador está envolvido em um projeto em parceria com o Laboratório de Pesquisa Naval e a Universidade George Mason, com o objetivo de criar um sistema de aviso.

“Se tivermos um aviso, cada minuto conta, pois podemos colocar os satélites em modo de segurança. Assim, existem medidas que podemos adotar para mitigar o problema.”

A emissão de massa coronal solar, segundo o pesquisador, pode seguir em trajetória espacial; contudo, se sua direção se voltar para a Terra, os detectores locais terão um período de 18 a 24 horas para identificar as partículas antes que afetem o campo magnético.

Outras infraestruturas vitais para a sociedade, como a malha elétrica, as conexões de fibra óptica e os sistemas de GPS e comunicação via satélite, também correm o risco de serem afetadas por esse evento.

Devemos temer uma tempestade solar?

Quando o termo “tempestade solar” surge, é comum sentir um arrepio na espinha, afinal, o nome pode parecer intimidador, certo? No entanto, esse fenômeno é muito mais comum do que se imagina.

Esse tipo de ejeção coronal solar ocorre periodicamente no Sol. Um dos eventos mais recentes aconteceu em fevereiro deste ano, quando uma sonda da NASA registrou mais de 28 CMEs.

Nesta ocasião, a erupção solar teve como alvo a Terra, porém não resultou em danos aos sistemas de comunicação.

Contudo, as auroras boreais se manifestaram de maneira mais intensa e colorida, tendo sido observadas em Idaho e Nova York, nos Estados Unidos.