Invenção brasileira: embalagem inovadora avisa quando o alimento está estragado
Embalagem desenvolvida pela UFSC muda de cor para indicar deterioração de alimentos como pescados, queijos e embutidos.
Pesquisadores da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) realizaram um avanço significativo na área de embalagens para alimentos.
Eles desenvolveram uma embalagem especial que tem a capacidade de mudar de cor para indicar a deterioração do alimento.
Esse desenvolvimento é um marco importante no campo da segurança alimentar e no combate ao desperdício.
Embalagem muda de cor quando alimento estraga
O projeto, liderado pelo professor Pedro Luiz Manique Barreto, do Departamento de Ciência e Tecnologia dos Alimentos da UFSC, concentrou-se inicialmente em pescados.
A embalagem, que é uma película, contém um composto microencapsulado que reage à presença de gases, como a amônia, resultantes da degradação microbiana dos alimentos.
A mudança de cor do avermelhado para o verde é um indicativo claro de que o alimento não está apto para consumo.
Embalagem inovadora indica quando um alimento não é mais apropriado para consumo. Imagem: Pedro Luiz Manique Barreto/Reprodução
Além dos pescados, a equipe de pesquisa está testando a aplicabilidade dessa tecnologia em outros tipos de alimentos, como queijos e embutidos.
Os queijos, por exemplo, podem liberar amônia, e os pesquisadores estão analisando se a mudança no pH do alimento pode ser um indicativo de deterioração.
Além disso, estudam-se as reações em embutidos, principalmente em relação à oxidação de gorduras e seus efeitos na coloração da embalagem.
Este avanço é resultado de um projeto de longo prazo que teve início em 2015, com uma dissertação de mestrado de Michelle Heck Machado, sob a orientação de Barreto.
O professor continuou a pesquisa, elevando-a a novos patamares e aplicando o conceito de embalagens inteligentes.
A inovação apresentada pela UFSC possui um grande potencial para revolucionar a maneira como consumidores e varejistas lidam com a qualidade dos alimentos.
Com o processo de patenteamento em andamento, espera-se que essa tecnologia chegue em breve às prateleiras dos supermercados, oferecendo uma ferramenta adicional para garantir a qualidade dos produtos e auxiliar na tomada de decisão sobre o consumo.